Ela é lésbica?

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-Não quero fazer isso, Sergio.

Sergio estacionou o carro e se virou para Valentina.

-Já conversamos sobre isso. Essa é a melhor maneira de conseguir o que deseja.

-E manter com o que tenho. Eu sei, Sergio. Você mencionou isso pelo menos mil vezes. _Valentina Carvajal balança a cabeça em descrença.

Ela vinha fazendo isso com bastante frequência ultimamente, desde que começou a procurar a aceitar a idéia ridícula de Sergio.

Sergio segurou uma de suas mãos e apertou levemente.

-Além disso, ela é perfeita. _ele sorri com orgulho.
-Eu me superei completamente.

Valentina retirou a mão e se virou em uma birra dramática.

-Como você lida com o fato de ser um publicitário que deixa os seus clientes pra baixo? Você sabe como isso é difícil para mim?

-O que posso dizer? _ele dá de ombros.
-Sou um ganhador.

Valentina abaixa os óculos escuros e lança um olhar penetrante para ele.

-É sério Sergio.

-Espere, eu nem te falei sobre ela ainda.

Ele abaixou a janela escura do lado de Valentina. A antecipação o estava matando. Ele tinha que saber o que ela pensaria de sua escolha.

-É a que está na ultima mesa, com o cabelo escuro preso para trás.

-Droga, Ser... _ Valentina congelou com a sua boca aberta.

Sergio quis rir alto da reação de Valentina, mas disfarçou com um pigarro. Se ele não tinha certeza antes, e por Deus ele não tinha, agora com certeza tinha. Valentina Carvajal era realmente gay. Ele se inclinou sobre ela e olhou pela janela do carro com ela.

-Vou querer uma semana no seu condomínio em Aspen. Alta temporada. Não no final de abril. Isso seria apenas um insulto.

Valentina manteve os olhos na mulher.

-Lembre-me de novo porque eu tenho que pagar antecipadamente e dar a você meu apartamento em troca de realizar sua idéia estúpida?

-Porque eu sou muito bom. _Sergio sorri, totalmente satisfeito consigo mesmo.
-Agora você gostaria de descer do carro, Valentina, querida?

-No final de abril, só para deixar claro. Talvez em maio.

-E eu pensei que éramos amigos. _Sergio colocou os óculos de leitura e abriu uma pasta.
-O nome dela é Juliana Valdez. Trinta anos. Ela mora em Nova York...

-Nova York? Então por que ela está sentada em um café em East Hollywood?

-Ela vem aqui todos os dias. Ela deixa o hotelzinho de merda em que está hospedada. Agora, posso contar a história dela sem mais interrupções, por favor?

Valentina acenou com a mão com desdém, mantendo os olhos na morena.

-Por favor, prossiga. Nós dois temos lugares melhores para estar.

-Ela é do ramo. Ela passou a infância em uma novela da tarde, foi para a faculdade, depois voltou para a novela. Ela deixou o programa no ano passado, agora está em LA ... ela vai a todos os testes que pode. Ela realmente precisa de trabalho.

-Um pouco de sorte?

-Ela é boa, Valentina. Ela tem alguns Emmys da programação matinal, mas não arrumou nada ainda.

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