Você é Minha

1.3K 95 39
                                    




Depois de uma semana difícil e exaustiva em Nova York, o ar livre e fresco de Napa parecia o paraíso para Juliana. Ela fechou os olhos e respirou fundo.


–Você parece um pouco mais corada essa noite. _Valentina serviu-lhe um pouco de vinho.

–Eu estava pálida? _Juliana tocou o rosto, desejando ter retocado a maquiagem antes do jantar.

–Um pouco, mas a cor das suas bochechas voltaram.

–A caminhada fez eu me sentir melhor.

Elas estavam literalmente no meio do vinhedo, jantando a luz das tochas e da lua. Em uma plataforma de madeira com espaço suficiente para a mesa com duas cadeiras. As tochas e velas criaram uma atmosfera muito romântica.

Juliana supôs que ficariam em um hotel, mas dirigiram diretamente para o vinhedo e foram recebidas pelos proprietários com abraços e beijos na bochecha. Aparentemente amigos de infância de Valentina.

Elas se instalaram em um chalé particular, que costumava ser uma casa de hóspedes, muito aconchegante. Quando elas entraram, se refrescaram e deram um longo e lento passeio pela propriedade. Elas tinham total privacidade, pela qual Juliana estava grata. Ela não queria estar com Valentina em público novamente, pelo menos não tão rápido. Coisas públicas viriam mais tarde.

Elas andaram de mãos dadas, absorvendo a bela vista ao seu redor. Valentina tomou as rédeas da conversa e Juliana a deixou falar, apenas sorrindo ou acenando com a cabeça, sem interrompê-la.

Agora elas estavam sentadas e prontas para o jantar. Juliana se sentiu pronta para conversar um pouco mais.

–Eu quero fazer um álbum de memória.

–Um álbum de recortes? Como um daqueles digitais que você pode fazer no seu telefone?

–Não. _Juliana balançou a cabeça.
–Como um de verdade, um daqueles em que você recorta, cola e coloca notas na parte inferior da página. Algo que eu possa segurar em minhas mãos, virar as páginas e me lembrar. Tenho duas caixas cheias de fotos, cartões postais, cartas e coisas que meus pais guardaram e acho que gostaria de torná-lo tangível. Você entende o que eu quero dizer?

–Eu pensei que você não era manual. Esse tipo de álbum é uma coisa muito manual.

–Por que você está me questionando tanto? _Juliana levantou o copo e tomou um bom gole.

–Eu não... _Valentina entregou a ela uma tábua de queijos.
–Coma um pouco com esse vinho.

Juliana experimentou um pouco de queijo brie.

–Então você queria que eu decorasse sua maldita tipóia, mas não me incentiva a fazer um álbum. Quão difícil isso pode ser?

–Quatorze mil curtidas. _Valentina deixou escapar. Ela pareceu instantaneamente aliviada por ter dito isso. Ela pegou algumas nozes e as colocou na boca.
–Até agora.

Juliana virou o vinho no copo e estreitou os olhos.

–Do que você está falando?

–Instagram.

–Você mudou de assunto? Eu estava falando sobre um álbum de recordação. Para os meus pais falecidos.

–E eu a apoio totalmente com isso. Ajudarei você, se você quiser. Vamos assistir a um desses tutoriais do YouTube, ficaremos profissionais nisso. O que você precisar. Ok?

–Obrigada. _disse Juliana sentindo-se melhor com a conversa.
–Eu não posso esquecer os seus rostos.

–E o álbum digital?

The ScriptOnde histórias criam vida. Descubra agora