Passos de bebê

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Valentina desceu do carro atrás de Juliana, tinha sido uma viagem de carro muito silenciosa. Nem a empolgação de Sergio e Renata pelo sucesso da entrevista fez Juliana falar, era como se um interruptor tivesse sido puxado, apagando a luz dos olhos de Juliana.

Mas o que aconteceu no palco não foi uma atuação, ambas sabiam disso. O beijo foi real. Juliana a beijou com a mesma paixão. Ela a segurou pela cintura e a apertou, assim como no primeiro beijo, Valentina percebeu. Os beijos de Juliana nunca foram fingidos e Valentina não podia deixar as coisas terminarem assim. Ela tinha que tentar.

—Uma fã da sua novela né? _Valentina perguntou e acompanhou Juliana até o prédio. Ela esperava que isso pudesse quebrar o gelo.
—Agora vou ter que assistir a episódios antigos para estar preparada se alguém me perguntar.

—Bem, sim, você merece a tortura. _Juliana disse sem parar, ela apenas continuou andando.

—Tenho certeza de que mereço muitas coisas, inclusive o gelo que levei no carro, mas Juls...

Juliana se virou e parou na porta do prédio.

—Sergio me disse o que você planeja fazer. Eu darei a você o que você precisa, tudo o que ela pedir eu darei a você.

Juliana balançou a cabeça.

—Não. É melhor assim. _ela suspirou.
—Mais honesto, menos sujo.

—Juls. _sussurrou Valentina.
—Por favor, me dê um minuto. _ela olhou ao redor para ver se alguém podia ouvi-las.
—Eu sei que te disse uma e outra vez em e-mails e mensagens, mas preciso te dizer pessoalmente. _ela se aproximou dela.
—Eu sinto muito por ter duvidado de você. Depois de tudo que passamos juntas... depois de como você cuidou de mim... _ela respirou fundo tentando conter as lágrimas.
—Eu deveria ter lidado com tudo de uma maneira melhor. Eu deveria ter...

—Ter me dado uma chance de consertar. _interrompeu Juliana.
—E eu fiz.

—Eu sei e nunca mais vou duvidar de você.

Juliana duvidou.

—Tudo bem. _disse ela.
—Já terminamos?

—Eu espero que não. Deus, eu realmente espero que não. _Valentina estendeu a mão.
—Juls...

Juliana olhou para a mão estendida e então viu os olhos de Valentina. Ela quase cedeu, mas depois endireitou os ombros.

—Eu não posso. _Juliana se virou para abrir a porta.

—Tenho um irmão! _Valentina exclamou.

Juliana se virou lentamente.

—O quê?

—Tenho um irmão. _Valentina ficou sem graça, forçada a falar assim.
—Meio irmão, descobri há algumas semanas. Eu não sabia da existência dele. Quero conhecê-lo, mas não posso fazer isso sozinha. Você vai comigo?

Juliana balançou a cabeça confusa.

—Você tem um irmão... e você não sabia sobre ele. Quantos anos ele tem?

Valentina respondeu.

—Eles moram em Connecticut. Você iria comigo para ver meu pai e meu irmão?

Juliana cruzou os braços e olhou nos olhos de Valentina.

—Você não precisa de mim ao seu lado para conhecer seu irmão ou quando disser a seu pai que vai perdoá-lo. Acredite, você é mais forte do que pensa, Valentina.

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