O Casamento

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A família sentou-se na sala de espera do hospital, esperando a saída de Juliana.

Não importava quantas vezes Juliana tivesse falado que não era necessário, que demorariam mais para chegar ao hospital do que para fazer o procedimento. Nenhum deles prestou atenção nela, porque mesmo sendo 'simples' o coração tem seus riscos e eles também não queriam que Valentina ficasse sozinha.

Na noite anterior, Valentina não havia dormido nada, optando por segurar Juliana nos braços e vigiá-la enquanto ela dormia. Ela acariciou seus cabelos, seu rosto, seus braços, ela provavelmente era a que tinha mais medo das duas, por isso ela não quis soltá-la ou parar de olhá-la a noite toda. Ela não estava cansada na manhã seguinte, pelo contrario, ela se sentia mais forte.

Santiago decidira não sair da casa da irmã até ter certeza que Juliana estava bem, já que as aulas ainda não haviam começado. Valentina aceitou todos os abraços que ele pudesse lhe oferecer e isso o fez sentir-se importante.

Digamos que Lúcia estava mais quieta do que o normal. Ela se concentrava em segurar a mão de Valentina e olhar cada movimento da porta pela qual Juliana fora conduzida. Ela não falou mais de duas palavras desde que beijou Juliana na testa. Digamos que seu nervosismo vinha de saber que não só a vida de Juliana estava em jogo, mas a de Valentina também, porque como o coração de uma mãe sábia, ela sabia que se algo acontecesse com Juliana, Valentina não suportaria. Ela padeceria atrás de Juliana, infelizmente, ela não tinha dúvidas. E por isso ela estava tão focada em enviar as melhores vibrações para sua filha adotiva e para a equipe médica que cuidava dela.

Renata tinha comprado chá para todos, ela não achou sensato dar café a eles hoje. Ela tinha em seu bolso a chave de uma caixa do cofre que Juliana lhe entregou. Caso as coisas não dessem certo, ela teria que entregar a dita chave para Valentina na companhia da Lúcia. A chave estava no fundo do seu bolso, mas Renata queria fingir que ela não existia, simplesmente porque não poderia haver outro resultado se não satisfatório. Ela se recusava a ver seu casal ship destruído antes que tivessem a chance de viver aquele amor.

Sergio, ele não estava na sala. Estava tratando de outro assunto que Juliana lhe confiara. Renata poderia ter feito, mas ela já havia ajudado no processo. E como Juliana havia dito "não haverá força humana para tirá-la daquele hospital até que ela saiba que estou bem."

Meia hora depois, o médico saiu dizendo que a cardioversão foi um sucesso, mas que eles teriam que esperar cerca de uma hora a mais pois a colocaram na sala de recuperação para monitorar completamente seu coração.

—Tudo bem, tudo correu bem. _disse Santiago relaxando.

—Eu não vou ficar calma até que eu a tenha em meus braços novamente. _Valentina respondeu respirando fundo.
—Mas sim, tudo correu bem. Graças a Deus. _disse ela abraçando Lúcia que a segurou e acariciou suas costas sabendo que sim, sua filha ficou aliviada, mas nada a acalmaria completamente até que ela pudesse ver Juliana com seus próprios olhos.

Renata ficou tão feliz que quase se esqueceu de mandar uma mensagem para Sergio contando como tudo tinha acabado.

***

—Meu amor. _disse Valentina ao entrar e pegar na mão de Juliana.
—Tive tanto medo.

—Estou bem. _disse Juliana apertando sua mão.
—Morrita, quero ir para casa agora.

—O médico está vindo.

Naquele momento entrou a enfermeira junto com o médico que estava acompanhando todo o caso de Juliana.

—Juliana correu tudo bem. Como se sente?

—Meio estranha.

—Esses são os efeitos da anestesia, vai passar em algumas horas. Eu vou lhe dar uma receita para anticoagulantes pelos próximos trinta dias. _ele entregou a receita para Valentina.
—É importante que você não perca nenhuma dose, pois não queremos que apareçam coágulos do procedimento. Assim que você sair daqui, já os providencie.

The ScriptOnde histórias criam vida. Descubra agora