O que aconteceu?

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Valentina seguiu a mãe até uma sala privada.

–Valentina, você pode me explicar como tudo isso aconteceu? _Lucia perguntou sentando-se em uma das poltronas.

Valentina sentou-se ao lado dela com o rosto banhado em lágrimas.

–Mamãe...

Valentina respirou fundo e contou como tudo aconteceu. Lúcia ouviu atentamente tudo o que a filha tinha a dizer. Ela a abraçou quando teve que abraçá-la e acenou com a cabeça como um sinal de que a estava acompanhando tudo. Quando terminaram, Valentina a encarou, esperando que ela falasse alguma coisa.

Lúcia suspirou de dor e enxugou as lágrimas que estavam prestes a cair. Ela inspirou novamente e se endireitou.

–Mãe? Diga alguma coisa, por favor. _pediu ela quando alguns minutos se passaram e Lúcia não respondia nada.

–Você vê o que acabou de fazer?

–Mas eu não fiz nada. _disse Valentina confusa e assoando o nariz com um lenço.

–Exatamente Valentina e isso é o que você pensa. Eu acabei de te ouvir em um momento em que você está vulnerável. Eu escutei seu ponto de vista e deixei que você explicasse a situação porque EU TE AMO E EU TE RESPEITO. _ela disse enfatizando as últimas palavras.

Valentina abriu a boca, mas Lúcia ergueu a mão para silenciá-la.

–Eu quero que você me olhe nos olhos quando eu te falar isso. _Valentina olhou para ela com seus olhos cristalizados.
–Eu quero que você estenda aos outros as ações que acabei de fazer por você. Embora seja muito fácil para mim julgá-la agora, não o farei. E embora eu queira gritar com você por ser tão imatura nessa situação, também não o farei. _ela fez uma pausa e continuou.
–Mas espero que o que vou te dizer sirva como uma tapa na cara. _ela a segurou pelas bochechas e conectou seus olhares novamente.
–Quando sua cabeça está quente é melhor você ficar quieta e ouvir. Você colocou o que os outros dizem em primeiro lugar, ao invés de ouvir a pessoa que você ama. Você a condenou com base apenas em suposições e isso é lamentável, foi baixo. _ela penteou os cabelos dela para trás das orelhas.
–E agora você vai ter que sofrer as consequências de sua inconsciência e temo que em excesso, minha filha.

Valentina parecia uma garotinha quando era repreendida

–Eu sei, obrigada mãe. _ela engoliu em seco.

–Não me agradeça, apenas aprenda com o que acabei de lhe dizer. _enquanto a abraçava, ela disse a ela com aquele tom de aço novamente.
–E não pense que acabamos por aqui, tenho mais algumas coisas para lhe dizer, mas não vou mais chutá-la agora. Conversaremos quando você estiver mais calma.

Quando voltaram para a sala de espera, levaram cafés para todos. Eles se sentaram em um silêncio mortal, cada um em seus próprios pensamentos.

–Parentes da Srta. Valdez? _uma enfermeira perguntou entrando na sala.

–Aqui. _Valentina e Lúcia disseram em uníssono.

–Por favor, me acompanhem. O médico quer vê-las no consultório antes de verem o paciente.

As duas se levantaram e a seguiram por um longo corredor até um consultório.

A enfermeira parou diante de uma porta e bateu suavemente. Aguardando autorização para abrir.

–Entrem, por favor. _ela disse abrindo a porta para elas.

Elas entraram e o Doutor pediu que se sentassem.

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