Faça o seu trabalho

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–Valentina. _Lúcia bateu na porta do banheiro.
–Valentina, por favor, abra. _disse uma Lúcia agitada, após tê-la procurado por alguns minutos.

Ela se desculpou pela filha com o médico, mas sabendo que Valentina queria tempo, ela ficou para ouvir tudo o que ele tinha para explicar. Quando ele terminou tudo, Lúcia se levantou, agradeceu e saiu para agradecer sua filha

–Vá embora.

–Valentina, podemos entrar para vê-la. _Lúcia disse e funcionou perfeitamente porque a certa altura ela estava abrindo a porta.
–Ai querida... _Lúcia disse ao ver a cara de Valentina, cheia de lágrimas. Seu nariz escorria e os olhos estavam mais inchados do que nunca.

–Você vem comigo? Não sei se consigo sozinha. _ Valentina quase implorou.

Lúcia assentiu e tirou um lenço da bolsa.

–Espere, deixe-me limpar você um pouco.

Valentina tentou regular a respiração, enquanto Lúcia limpava o rosto e tentava acalmá-la um pouco. Quando Lúcia terminou, conduziu Valentina pela cintura até o posto das enfermeiras do andar, onde uma delas gentilmente indicou o quarto.

–Se você precisar de alguma coisa, por favor, pressione o botão vermelho ao lado da cama. _a enfermeira disse antes de sair, deixando-as na porta.

As duas entraram completamente de mãos dadas e tiveram uma visão de Juliana na cama, com soro e máscara de oxigênio.

–Deus, minha menina. _Lúcia sussurrou cobrindo a boca com a mão livre, contendo suas emoções, ela queria chorar, mas não conseguia.

Valentina apertou a mão de Lúcia para lhe dar força, mas ela se segurou na parede. Ela não tinha condições de dar força a ninguém, sentia que ia desmaiar. Lúcia saiu de seu estado de choque e levou Valentina até a cadeira ao lado da cama de Juliana e ajudou-a a se sentar.

Valentina olhou para Juliana como se ela fosse desaparecer de vista.

Lúcia foi para o outro lado da cama e olhou atentamente para o rosto de Juliana, tão pálido. Parecia que ela estava com dor até em seus sonhos. Parecia tão frágil. Lúcia se abaixou para acariciar seus cabelos e beijar suavemente sua testa.

–Minha menina guerreira. _ela disse em voz baixa antes de dar-lhe outro beijo na testa.

Valentina viu toda a cena e seu coração se apertou ao ver o enorme carinho que sua mãe demonstrava por Juliana.

–Obrigada Mãe.

Lúcia balançou a cabeça como se quisesse dizer que não tinha por que. No momento, ela não tinha mais nada a dizer a ela. Ela foi até a Valentina de novo, apertou o ombro dela e a olhou nos olhos e depois olhou para Juliana. Em seguida, deu um passo para trás e saiu do quarto.

***

–Já está feito. _Renata disse, voltando e colocando o telefone na bolsa.

–Bem, o mínimo que precisamos é que a informação vaze com a mídia.

Sergio pediu a Renata que chamasse a segurança para vir cuidar das duas meninas e da entrada do Hospital. Enquanto Sérgio foi falar com a diretora do hospital para garantir o sigilo do pessoal e da segurança que estaria chegando. O hospital não tinha objeções, é claro, já que uma doação bem generosa seria feita para a ala da oncologia, Sérgio cuidaria disso.

–O que eles disseram? Elas já demoraram muito. _Renata perguntou.

–Vou perguntar. _Sergio já ia se levantar.

The ScriptOnde histórias criam vida. Descubra agora