2. Garota Cantada

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Legal, o que eu fiz pra merecer isso? Agora Leonardo ia ficar andando com Luan pra cima e pra baixo? Respirei fundo e segui com ele. Pegamos um Uber e depois de alguns minutos, estávamos em casa. Entramos no condomínio, nossos nomes eram liberados. Passamos uma tarde bem gostosa, até minha mãe ter a crise do casamento. 

- Eu não acredito que você vai casar. - Começou a chorar.

- Mãe, para...

- Oh meu anjo, se lembra quando mudou? Mudou tão triste. - Nesse momento, torci pra ela parar de falar. 

- Passou, mãe, passou. 

- Vou pegar seus álbuns! Leonardo, você vai amar! 

Ela saiu animada e eu fechei os olhos, rezando meu quinto pai nosso do minuto. 

- Achei! Olha isso, Leonardo. - Ela começou abrir numa foto minha criança. 

Léo e ela riam de fotos e mais fotos, até chegar em algumas de antes da minha mudança. A cada página que ele virava, meu coração se angustiava. Ele olhava atentamente uma foto quando o celular dele tocou. Ele pediu licença, e saiu pra atender, deixando o álbum aberto em cima das minhas coxas. Peguei na folha que ele olhava, e virei a próxima página. Quase pulei ao ver minha foto beijando o Luan. Fechei o álbum e comecei a colocar todos na caixa de volta. 

- Mãe, guarda isso agora.

- Qual é o problema, filha? Ele estava amando ver...

- Dona Regina, preste atenção. Aqui... - Levantei a caixa já tampada. - Tem fotos minhas beijando o Luan. 

- E qual o problema? 

- O problema, é que ele vai ser meu padrinho de casamento, esse é o problema! 

Ela abriu a boca e colocou a mão nela. 

- É isso mesmo. 

- O Léo não sabe? 

- Não! 

Ela num ato rápido pegou a caixa de minha mão e saiu pra guardar. Quando ela sentou de volta ao meu lado, Léo voltou. 

- Ué, cadê a caixa? 

- Ah, esquece essas fotos, meu bem, quem vive de passado é museu! 

- Mas estava tão divertido. Mas é melhor mesmo. Era Luan, amor. - 

Tremi ao ouvir seu nome - Saíremos meia hora antes, é bom irmos indo, não? Já chamei um Uber, ele vai nos pegar em 5 minutos. 

- Claro. - Sorri.

- Tchau, Dona Regina. - Léo disse lhe dando um beijo. 

- Tchau, Léo. Filha, vem aqui que quero te mostrar uma coisa! - Ela me puxou pra cozinha. 

- Você tem que contar, ou Luan vai contar. 

- Luan não vai contar. 

- Você vai? 

- Ainda não sei, mãe.

- Fica longe desse menino, Jordana, escuta o que eu tô falando. 

- Não dá! Você viu ele falando? Ele não vai desgrudar do Luan tão cedo. - Levei as mãos à cabeça em sinal de desespero. 

- Vocês já se encontraram? 

- Sim, há algumas horas. Ficou um clima muito estranho. Mas ele não disse nada. É capaz de falar quando Léo nos deixar sozinhos. - Abracei ela. - Ai, mãe, eu vou morrer! Ele não podia ter ficado em Londres? Eu não podia ter ficado em Londres? 

As lembranças vão na mala (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora