28. Mini Luan Santana

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Fiquei parada olhando pra ele alguns segundos e depois corri pra um abraço. Logo voltamos pra superfície e quando arranquei um negócio que tinha no meu rosto, beijei ele. Eu não precisava falar, tudo já tinha sido falado com gestos e sorrisos. 

- Eu te amo. - Eu disse. 

- Eu te amo muito. - Ele respondeu. - Minha noiva. - Ele jogou a cabeça pra trás rindo. 

- Você é louco, meu amor! - Ri com ele. 

- Sou louco por você! - Ele me puxou e pegou minha mão. - Deixa eu colocar a aliança em seu dedo, né? 

- Oh meu Deus! - Comecei a chorar. 

Luan pegou devagar a aliança na caixinha e levou até meu dedo anelar direito. Eu e Luan não tínhamos aliança de compromisso, combinamos isso e assim foi. Ele sorriu pra mim, em seguida beijou o anel que ele tinha me dado. 

- Vem, vamos voltar... 

Subi pro barco com ele e recebemos o parabéns de toda a equipe de mergulho. No caminho de volta, eu observava meu anel. Ele era lindo, provavelmente de ouro branco. Eu sempre tive jóias, meus pais me davam, então eu sabia muito sobre elas. Era um típico anel de noivado, um solitário, com duas fileiras de pedras pequenas na parte de cima com uma pedra maior e muito bonita no centro, entre as fileiras. Ele era lindo. Luan parou ao meu lado devagar, estava na cabine com o piloto. 

- Você gostou? 

- Do anel? É lindo, Luan, obrigada. - Acariciei seu rosto.

- Eu quem escolhi. Bom, dizem que o noivo deve saber o gosto da noiva. - Ele disse orgulhoso.

- Então você faz jus ao ditado popular. Acertou. - Sorri. - Obrigada, mas deve ter pagado caro nele. 

- Bobagem. É meu presente de noivado pra você. - Ele me beijou com carinho. 

- Oh meu Deus, noivos! - Ri abraçando ele. 

- Estamos atrasados já, amor. - Ele gargalhou daquela forma que só ele sabia. - Já temos até o Pedro. 

- Você tem razão. Mas é importante que isso fosse feito quando estivéssemos seguros disso. Seguros pra casar. Não sei se você me entende. 

- Eu entendi o que quis dizer. Eu também acho. Casamento tem que ser no nosso tempo. 

- Isso. 

- Você está feliz? 

- Ainda pergunta? Demais. 

Passamos o resto da tarde passeando, e tomando banho de mar. Aquilo era o paraíso pra mim. Quando fui amamentar Pedro, trouxe ele com a gente, ele ainda era novinho pra entrar no mar, mas podia ficar alí numa sombra comigo. O fim de semana passou voando e quando vimos estávamos se despedindo de Bruna. E então, tudo passou rápido demais... 

Um tempo depois... 

Um ano depois nos casamos. Foi um cerimônia tradicional, muito bonita, mas a nossa cara. Pedro estava grande, bonito. Já tinha quase um ano e meio. Soltava algumas palavrinhas, como mamãe e papai. Vivemos muito feliz por um tempo. Eu e Luan éramos um casal animado, companheiro e amigo. Tínhamos nosso cantinho, uma casa grande e aconchegante, eu era feliz, e podia jurar que Luan também. E justamente por isso, não conseguia ver onde tudo se perdeu. Mas se perdeu de repente e da pior forma possível.

Algo tinha mudado dentro de mim. Estava entediada. Nossa vida era tão perfeita que não tinha emoção. Luan era o marido ideal. Ele cuidava de mim como se eu fosse uma pedra preciosa. Diminuiu o ritmo de shows pra poder ficar mais perto de nós. Me ajudava em casa porque eu não queria colocar uma empregada alí. Era difícil achar alguém de confiança e eu não queria expor nossa vida pra outro alguém. Eu era bem mais tranquila com esse lado, mas eu sentia que outra pessoa dentro de casa tiraria a privacidade dele. Ele era acostumado a agir com menos naturalidade quando tinha alguém que ele não conhecia alí. Aos poucos aprendi a cuidar de uma criança e decidimos que Pedro não teria uma babá. Comecei a frequentar a academia do condomínio e a cuidar mais de mim. Quando Luan estava em casa, eu ia de manhã e deixava Pedro dormindo com ele, e quando ele não estava, deixava ele na casa da avó. E foi lá que a minha vida começou a mudar, por obra do destino. Fiz um colega lá, se chamava João. Eu e ele conversávamos sempre, mas nada demais. Ele me tratava bem, com respeito e educação. Me elogiava. Mas eu não percebi que ele tinha outras intenções. Acabei me aproximando aos poucos dele, e até aí, nada demais. Mas, Luan passou a ter muito ciúmes. Ele quando ficou sabendo que tinha um amigo novo, passou a desconfiar de tudo. Ele começou a me interrogar sempre. 

As lembranças vão na mala (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora