42. Por toda a minha vida (cap. final)

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Estava no meu quarto tranquilo mexendo no celular depois de acabar de chegar em casa de viagem. Jordana estava em casa já fazia quase um mês e estava de 24 semanas de gestação. Ouvi batidas na porta. Ela entrou de mansinho.

- Oi, Jor.

- A gente pode conversar?

- Pode. - Bati no meu lado. - Senta aqui.

Ela caminhou devagar até o local e sentou.

- O que foi? - Peguei em sua barriga. - Tá tudo certinho?

- Tá, na verdade eu tô muito bem.

- A mãozinha do Pedro?

- Tá bem, ele não sente mais nada. - Ela sorriu.

- Giulinha está chutando muito? - Tínhamos decidido pelo nome da nossa filha, seria chamada de Giulia.

- Sim! - Ela sorriu. 

- O que você quer falar? 

- Me ligaram esse fim de semana. 

- Quem ligou? 

- Querem que eu faça uma propaganda sobre os dias das mães! 

- Jordana...

- Eu vou fazer, Luan! 

- Minha opinião não serve de nada, não é? - Levantei a sobrancelha.

- Eu quero fazer. 

- Faz! - Parei de olhar e liguei a TV. Aquilo me irritou de forma profunda que eu não sabia responder. Ela pegou o controle da minha mão e desligou a TV. 

- Me deixa assistir TV? 

- Não! - Ele me olhava pasma. - Por que você não quer? 

- Porque não, Jordana.

- Se você me desse uma explicação! 

- Eu não quero que você se exponha. 

- Que? 

- Ah, vai, Jordana. 

- Eu vou mesmo!

Respirei fundo. 

- Tá, eu sei, você sente falta do seu trabalho. 

- Sinto. 

- Tudo bem, vai... Me desculpe. 

- Mas mesmo se você não quisesse eu ia, vim falar porque você tem que saber.

- Eu vou junto! 

- Que? 

- Eu vou com você! 

- Ah, tá! - Ela saiu resmungando. 

Eu tinha ciúmes dela, não queria vê-la na TV, mais pessoas comentando, falando. Respirei fundo, a teimosia tinha voltado. Na semana seguinte fui com ela pra São Paulo. Ela estava radiante. E como sempre, bem a vontade em frente as câmeras, sorria, era perfeita. Eu tinha ciúmes, mas vi que não era certo prender aquele talento em casa.

Estava chegando em casa de madrugada quando encontrei Jordana na cozinha. 

- Como foi o show? - Ela me olhou sorrindo. 

- Foi ótimo. - Era bom vê-la quando chegava em casa. - E essa bebê?

Aproximei-me devagar e sorri. 

- Me dá um abraço? - Pedi pra ela. 

- Mas precisa pedir? - Ela me abraçou. - Tá carente de abraço?

As lembranças vão na mala (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora