No dia seguinte, acordamos cedo e fomos tomar café. Depois, fomos novamente fazer exames e buscar os resultados dos outros. Doutor Eduardo nos recebeu com a mesma empolgação. Percebi que mesmo sendo momentos difíceis, ele conseguia fazer as coisas se tornarem mais fáceis. Era oficial, ele seria o médico dela a partir de hoje. Jordana fez mais exames e ele achou ela fraca, então, ela acabou fazendo transfusão de sangue novamente. Hoje ela estava abatida, com aparência muito cansada, pálida. Logo depois, tivemos que esperar os resultados dos outros exames chegar. Jordana torcia a cabeça, vi que ela estava mal, cansada.
- Você não dormiu?
- Dormi a noite toda.
- Por que está tão cansada, Jor?
- Eu não sei.
Ela me olhou com uma cara de preocupação.
- Deita a cabeça aqui.
Deitei a cabeça dela no meu colo, ela esticou a perna sobre o sofá da sala do médico. Em alguns segundos, ela estava dormindo. Esperamos quase uma hora até ele aparecer de novo. Ele entrou falando, Jordana se assustou e levantou.
- Ela tá muito cansada. - Eu disse.
- É normal, é próprio da Anemia Aplástica. Vocês precisam se acostumar.
- E os exames? - Ela perguntou mais esperta.
- Trago eles aqui. - Ele levantou os papéis, sentando em sua mesa.
Levantamos e seguimos até as cadeiras a frente dele. Ele abriu, analisou e sorriu.
- Bom demais!
Sorri com esperança.
- O que foi, doutor? - Perguntei.
- Ela tem o tipo mais comum de medula. É muito difícil, mas ainda é bom!
- Isso é muito bom! - Disse e puxei ela, beijando sua testa. - Não é?
- É, me sinto com mais esperanças.
- Porém, tenho outra má notícia. Duas na verdade. - Ele falou sério.
- Pode falar. - Eu disse.
- O estado da doença está se alastrando, rápido. Ela está piorando rápido, comparado aos exames de Londrina. Em dois dias você piorou. Precisa de um transplante logo.
Apertei Jordana contra mim.
- Eu não posso doar?
- Mesmo se puder, eu não quero. - Ela levantou a cabeça. - É arriscado, Luan, eu não quero você ruim.
Quando fui abrir a boca, Eduardo me interrompeu.
- Calma, não discordem a toa. Luan, é essa a notícia ruim. Você não pode doar. Você não é compatível.
E então o choque de realidade me dominou. Não seria tão fácil, não seria nada fácil.
Naquele dia, voltamos logo pro hotel. A transfusão tinha acabado com Jordana, e ela almoçou e dormiu. Deixei ela dormindo. Eu tinha entrevista naquele dia e ia gravar uma propaganda. Mandei ela me ligar quando acordasse. Eu tinha avisado a recepção, disse que ela estava doente, e eu teria que deixá-la sozinha. Eles disseram estar prontos para ajudar caso acontecesse algo e não tivesse ninguém com ela. Falei com ela, qualquer coisa que acontecesse, ela devia primeiro pedir ajuda pra eles e depois me ligar. No caminho até o estúdio, eu liguei pros meus pais. Contei a eles o resultado dos exames, e depois conversei com Pedro. Fiz o comercial e depois fui pra entrevista, o tempo todo de olho no visor do celular. Jordana me mandou um Whats no meio da tarde, dizendo que tinha acordado, que estava bem. Encontrei muitas fãs e fiz questão de atendê-las. Logo cheguei ao hotel e devia me trocar e pegar estrada pra cidade de Sorocaba, onde seria o show da noite. Entrei no quarto e Jor estava com a TV ligada.
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As lembranças vão na mala (Luan Santana)
FanficAproximadamente oito anos se passaram desde aquele fevereiro de 2010. Luan Santana um cantor já consagrado no Brasil e Jordana Corradini uma atriz formada em Londres vivendo a plenitude dos seus sonhos em terras inglesas. Quanto o destino pode ser i...