24. Meu lugar preferido

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Narrado por Jordana.

8 semanas depois...

- Luaaaaaaaaaaan, acorda!

- O que foi? - Ele levantou assustado. - Você tá bem? Tá passando mal? - Esfregava os olhos.

Eram 04h00. Luan não tinha show, tinha dormido mais cedo. Acordei com insônia. Sentia chutes do meu bebê, e queria muito comer tortinha de morango, aquelas de padaria.

- Seu filho está agitado, não me deixa dormir!

- Ele tá chutando? - Ele perguntou e já voltou a afundar a cabeça no travesseiro.

- Luan!

Luan levantou o rosto na minha direção, apoiando o braço na cama.

- Apaga essa luz?

- Eu acendi pra você acordar.

- Que horas são?

- 04h00.

- Você é louca. - Ele voltou a esconder o rosto.

- Seu filho quer comida, Luan.

- Eu não posso comer por ele, quem pode é você.

- Eu tô com desejo, Luan!

- Tá.

- Luan!

- O que foi dessa vez?

Ele olhava pra mim novamente. Já sentando.

- Quero torta.

- Jordana... - Ele diz tacando a cabeça no travesseiro. - Onde vou achar isso? - Ele riu.

- Olha! - Puxei a mão de Luan, que agora já estava mais acordado e com um humor melhor. Coloquei sobre minha barriga, nosso bebê chutava.

Luan me olhou sorrindo da forma mais maravilhosa possível.

- Oh meu jogador de futebol... - Ele olhou pra mim sorrindo. - Esse vai ser campeão, Jor.

Luan alisava minha barriga sorrindo enquanto sentia os chutes. Estava com 18 semanas, e ele tinha começado a chutar agora. Luan estava comigo numa casa em Londrina. Assim que terminei os compromissos da novela, me mudei. Foi uma decisão em conjunto. Luan queria que eu ficasse mais perto dele e ele acabou se mudando comigo. Quando conversamos, vendi meu apartamento no Rio e me mudei sem pensar. Compramos uma casa grande, para pode criar nosso bebê sem problemas. Londrina era mais tranquilo, e eu fiquei feliz por naquela fase, passar alí. Já tinha feito um exame pra descobrir o sexo, era um menino. Não tínhamos decidido sobre nós, mas planejavamos nos casar. Porém, por enquanto, éramos só namorados e estava bom. E eu e ele tínhamos na cabeça a idéia de que sem pressão, é tudo mais fácil. As coisas deviam acontecer devagar, e não queríamos atropelar tudo. Primeiro nosso menino nasceria, depois tudo aconteceria devagar e naturalmente. Luan acabou levantando e disse que compraria pra mim, ainda perguntou se eu queria ir junto. Neguei. Depois que ele saiu, coloquei suas músicas pra tocar. Eu amava ouvir sua voz. Fechei os olhos, sentindo aquela sensação mais que perfeita que ele me causava. As lembranças me tomaram. Cada dia que passei com ele viajando, desde o início até alí. Eram tantos momentos. Não entendi como consegui passar tantos anos na Inglaterra, sem sua presença. E todo meu amor por aquele lugar, se torna nada perto dele. O meu lugar preferido, de repente, se tornou seu lado, e onde quer que ele estivesse. Quando ele me ligou dizendo que já estava chegando, eu desliguei a música. Não gostava muito de escutar suas músicas perto dele, sem idéia do porquê. Ele logo chegou.

- Toma sua coisa. - Ele apertou minha bochecha e me deu a caixinha da padaria.

- Seu filho que quer, tá bom? Obrigada.

As lembranças vão na mala (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora