15. Queria estar com ela pra sempre

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- Bom, meu nome é Manuel. - Ele entendeu a mão pra mim. 

- Prazer, me chamo Bruna. 

- Prazer, Bruna. É o que da Jordana? 

- Cunhada. Os pais dela estão viajando e meu irmão está no Nordeste. Já pegou um avião pra cá. 

- É bom pedir pra ele vir. - Ele olhou um papel na sua mão. 

- O caso dela é grave? 

- É complicado. Chegou em um avanço ruim, se tivesse sido tratada antes... 

Fiz uma cara de interrogação. 

- Desculpa, o que? 

- Imaginei que não soubessem. Jordana está gravida, mas tem uma gravidez diferente. O embrião não fecundou o útero, parou antes de chegar lá. Por isso o sangue, causou uma hemorragia interna. Acredito que ela vá ficar bem, mas ela vai perder o embrião em algumas horas, as chances de isso não acontecer são mínimas. Além do mais, tenho outra suspeita. Mas falamos sobre isso depois, não assuste seu irmão sobre isso, vamos conversar melhor quando ele chegar, amanhã. 

- Tudo bem. - Comecei a deixar lágrimas escaparem. - Meu irmão vai morrer. - Sequei elas. - Por favor, não conte pra ela da gravidez. 

- Ela não sabe de nada, mas um hora vai saber. Quer deixar essa responsabilidade com quem? 

- Quero que meu irmão decida falar isso pra ela. 

- Tudo bem, vamos fazer alguns exames. Se ele chegar, vê se me acha, eu explico pra ele, sei que vai assustá-lo. 

- Tudo bem, obrigada. 

Ele saiu e me joguei no sofá. 

- Meu Deus. - Peguei o celular e liguei pros meus pais. 

No último toque, meu pai atendeu. 

- Bruna? 

- Oi, pai. 

- Tá tudo bem, filha? Achou Jordana?

Comecei a chorar. 

- Pai, ela está grávida. 

O telefone parou por alguns segundos. 

- Sério?

- Pai, por favor, vem pra cá. Eu estou assustada. 

- Calma, Bruna, é uma gravidez. 

- Ela vai perder o bebê em algumas horas. Aborto expontâneo. É um problema, causou hemorragia interna e ela estava quase sem pulsação quando achei ela. E o médico me assustou, disse que tem mais uma suspeita, mas ele quer conversar com mais calma com o Luan sobre isso. Se acontecer algo com ela, como eu faço com o Luan? 

- Calma, tá? Eu vou praí amanhã cedo. 

- Obrigada, pai. 

- Não precisa agradecer, é nossa obrigação. O Luan sabe de tudo isso? 

- Não. Ele está vindo pra cá. E eu não sei como contar. 

- Não esconde nada, seu irmão é forte. Aguenta aí que amanhã chegamos. Me passa assim que conseguir o telefone da mãe da Jordana por WhatsApp, vou ligar pra eles. Não deixa o Luan ligar, ele vai assustar eles. 

- Tudo bem, eu vou desligar, comer alguma coisa aqui. 

- Tá bem, qualquer coisa me liga. 

- Tudo bem, boa noite. 

- Tchau.

Fui comer na cantina do hospital e meu celular começou a tremer. Algumas horas se passaram e eu andava de um lado pro outro nervosa. Meu celular começou a tocar, era Luan.

As lembranças vão na mala (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora