14. Chama uma ambulância

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Luan dirigia até a cidade no fim da tarde. A viagem era bem tranquila, conversávamos e cantávamos alguma música que tocava no rádio do carro, e claro, ele humilhava minha voz. Depois de uma hora mais ou menos, Luan parou o carro em frente ao aeroporto de Londrina. Há cinco quadras dali, a tristeza tomou conta do lugar. Paramos alguns segundos, respirando profundamente. Nossas despedidas eram sempre tristes demais, principalmente depois de dias juntos. Mas dessa vez, tínhamos certeza que nosso reencontro levaria pelo menos duas semanas. Luan faria uma turnê no nordeste e não poderíamos nos ver. 

- Vem comigo, vem? 

- Luan, já conversamos. Não queremos problemas.

- Ninguém tem nada com isso. 

- Eu sei disso, mas você também sabe que o que tem entre nós, é muito melhor assim. 

- Eu sei. - Ele sorriu forçado. 

- Então para com isso. 

- Tá bom, mandona. - Ele disse rindo e puxando meu rosto até o dele e colando nossos lábios. 

- Preciso ir. 

- Eu te amo. 

- Eu te vivo. - Sorri. 

Lhe abracei forte e fui abrindo a maçaneta, mas ele também saiu. Tirou minha mala do banco de trás e eu ergui a alça. 

- Vamos nos ver logo, amor. - Passei a mão sobre seu rosto. 

- Vem, vou ir com você. 

Sorri e ele pegou a mala da minha mão, e me deu a mão livre, me acompanhando até o balcão da companhia. Ele me levou em seguida até o local do embarque e esperou um tempo alí comigo. Depois, quando meu avião ia sair, nos despedimos de vez com o pedido dele para que ligasse quando estivesse em casa. Luan, sempre se demonstrava preocupado comigo, e eu amava isso. Ele cuidava de mim, e acho que essa é a maior prova de amor de um homem. 

Narrado por Luan 

Cheguei em casa devagar, coloquei o carro na garagem e entrei. Meus pais estavam na sala, e eu cumprimentei eles. 

- Oi, família. 

- Oi, filho, chegou tarde. - Minha mãe falou me dando um beijo. - Roberval vai passar aqui em meia hora. 

- Fui levar a Jor no aeroporto. Eu me arrumo em vinte minutos. 

Saí correndo em direção ao meu quarto. Entrei no banho e saí em tempo recorde. Peguei uma roupa e me arrumei. Já tinha que ficar pronto pro camarim, então demorou um pouco mais. Arrumei o cabelo e quando vi, Roberval já devia estar em casa. Minha mala já estava pronta, levaria muitas roupas dessa vez. Desci as escadas e como previ ele estava lá. Me despedi dos meus pais e fomos pro aeroporto. Voamos direto pro nordeste e depois as coisas ficaram maiores. Haviam fãs em todos os locais e naquele dia fui direto pro show. Recorde batido e fui descansar no hotel. Lembrei de Jor e alcancei meu celular na mochila. Tinha acabado a bateria. Coloquei pra carregar e fui tomar banho. Quando voltei, ela havia me ligado quando eu estava no avião. Retornei mas ela não atendeu. Eu estava cansado e acabei dormindo. No dia seguinte, era hora do almoço quando acordei. Roberval me trazia o almoço. Comi e depois fui tomar banho e me trocar. Tinha uma entrevista. Se passaram dois dias, e quando eu ligava, Jordana não atendia, ou ela ligava e eu não atendia. Até receber uma ligação que me preocupou. 

- Alô? Luan? 

- Oi, Giovanna? 

- É, sou eu. Onde está? Está ocupado? 

- Não, pode falar. Acabei de chegar no hotel, estou no Maranhão. 

- Luan, você sabe da Jordana? 

As lembranças vão na mala (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora