3. Você pegou pesado!

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- Isso é loucura! - Disse pra ele. 

- O amor está em seus olhos, Jordana. - Ele riu repetindo a frase de Fábio e pegou em minha mão, estendendo ela pro lado. 

Ainda olhava pra ele quando senti o toque suave na minha mão. Me virei assustada e ele olhava estranho, me puxando pro centro do palco. Por incrível que pareça, naquele momento, eu não vi mais ninguém, só seus olhos. Ele me deu uma de suas juntadas e dançou bem coladinho, enquanto sentia seu cheiro e o abraçava levemente pela cintura. Eu cheguei a pensar que estava sonhando. Ter ele assim tão perto, agarrado, depois de tanto tempo, bambeou minhas pernas. Senti um toque diferente e me puxaram pra longe dele. Era Roberval. Eu mal sabia onde estava. Comecei me abanar e arrumar os cabelos, acho que estava passando mal. 

- Pra quem não queria, você até gostou. - Ele riu. - Bebe água. 

Ele me passou uma garrafa e eu quase bebi ela toda. Saí do lado do palco e me dirigi ao camarim de Luan. Precisava de um lugar que não visse ele e que ninguém me perguntasse nada. Já tinha me recuperado e sentei numa cadeira que tinha lá, debrucei minha cabeça na mesa e vinha Luan na minha mente toda hora. 

- O que está havendo comigo, meu Deus? O que está acontecendo? - Comecei a chorar. - Nada, não tá acontecendo nada. - Disse tentando me convencer. - É só seu lado fã, é só seu lado luanete. 

Limpei minhas lágrimas e fiquei alí em silêncio, e toda hora me vinha Luan na cabeça. 

- Venha, Jordana? - Arleyde entrou na sala me assustando.

- O que foi? 

- Vamos sair. 

Saí correndo atrás dela e logo chegamos na van. Os meninos nos esperavam lá. Sentei ao lado de Léo. 

- E aí, pequena, como foi? 

- O que?

- Você e o Luan dançando...

- Como foi? Como assim como foi? - Disse nervosa.

- Ei, calma. 

- Só estou com um pouco de dor de cabeça. 

Todos nos olhavam. 

- Ia dizer que acho bom você se aproximar dele, vocês nem se conheciam, e ele vai ser nosso padrinho. 

Arleyde olhou pra mim arregalando os olhos. 

- Pois é, eu... Gostei dele. - Sorri e abracei Léo. 

O Luan chegou e logo o pessoal da banda que ia conosco também. 

Íamos direto pro restaurante. Todos rindo, conversando, e eu escondendo a cabeça em Léo. Quando chegamos, logo estávamos acomodados. Uma mesa grande, e Luan ficou na ponta, ao lado de Léo, que estava ao meu lado. Eles engataram uma conversa e eu conversava com as meninas e os meninos, eles me perguntavam de Londres, e eu falava com amor da minha cidade do coração. Depois que comemos, eles começaram a conversar entre si e eu fiquei em silêncio. O celular do Léo começou a tocar, assustando a todos. 

- Me desculpem, esqueci de desligar. Preciso atender, me deem licença.

Ele saiu e ficou um clima tenso, todos em silêncio, desviaram o olhar de Luan e de mim pra não ter constrangimento. Até ele falar.

- Que bom que resolveu sua vida. Agora pode ter um relacionamento sério... Olha pra você! Vai casar... A rainha do "desapego" vai casar... - Deu pra ver que aquela convivência, doía nele.

- Luan... 

Todos desviaram a atenção pro nosso lado da mesa. 

- Olha como a vida é... Vou ser seu padrinho de casamento. Eu que mais fui a favor de tudo isso. - Ele ironizou.

As lembranças vão na mala (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora