20 - Poderia ter sido diferente, mas...

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Dois dias depois do encontro com seus amigos, Siena está ajuntando seus livros para ir para casa, acabara de dar aula de aritmética a Liam Balt que já apresenta bons progressos com a dedicação. E pensa em Sebastian que não aparecera nos últimos dias para o chá da tarde, Siena preferiu não o procurar, queria evitar falatórios, já que seu nome tem andando na língua de muita gente do vilarejo após a volta de Sebastian.

Ao sair para fora da escola, ela olha para o céu que está nublado, mas nem tanto. Não parecia que ia chover, as nuvens estão claras demais para conter muita água. Siena aprecia a caminhada de alguns quilômetros — uma das coisas que ela ama é caminhar pelas alamedas de pedras de Violet Britt — o vilarejo é lindo demais para não admirar as belezas naturais do lugar.

O ar dali é puro e o vento bate em seu rosto deixando a ponta do seu nariz gelado. Violet Britt é um dos lugares mais seguros do mundo, se podendo caminhar a qualquer hora da noite, o vilarejo é limpo e organizado, a praça principal um encanto, com pais e filhos caminhando por ali. A cada esquina é possível ver lampiões para iluminar a cidade, os estabelecimentos são rústicos e com fachadas que mais parecem saída de livros de contos de fadas, com placas coloridas e flores silvestres ornamentando as entradas.

Siena passa em frente a Thomless Cake's e sente o cheiro de biscoitos amanteigados sendo assados, o pequeno comércio é referência quando se trata de bolos e biscoitos, os Thomless são um casal de meia idade, extremamente atenciosos e queridos, que vieram da França e se instalaram em Violet Britt. Por fora Siena nota que o lugar está cheio.

Ao lado há um pequeno estúdio de balé comandada pela sra. Fincher, com a fachada de cor rosa e em frente há a estalagem do sr. Morson, a única hospedaria do vilarejo de dois andares. Seguindo o caminho pela rua de pedra, Siena chega ao fim dela, onde a estrada de chão que a levará para casa dá o ar da graça.

Depois de alguns minutos de caminhada, Siena avista sua casa, que é rodeada por relva verde e jardins. A casa segue o mesmo estilo das casas do vilarejo, toda feita de rocha e com um ar ancestral, diferenciando apenas no charme próprio que Siena acrescentara, seus jardins bem cuidados, as árvores bem podadas, pequenos jogos de mesa e cadeira de aço espalhados pelo quintal. Ao atravessar o pequeno "portãozinho", Siena avista Camile sentada no banco de pedra com Sophie no colo, aguardando.

— Camile, que bom ver vocês duas — Diz Siena sinceramente.

— Viemos te ver titia — Camile fala como se fosse Sophie.

Siena se aproxima delas, coloca suas coisas no banco de pedra e pega a afilhada no colo.

— Porque não entraram, aqui fora está muito frio, poderiam ter me esperado lá dentro, a chave fica no mesmo lugar de sempre, debaixo do tapete.

— Na verdade acabamos de chegar, Sophie estava encantada com os pássaros voando pelo jardim e não se preocupe, ela está bem agasalhada.

Siena acaricia os cabelos da menininha, deixando breves beijos suaves no topo de sua cabeça.

— Como sua mãe está?

— Está ótima. Na verdade, está mimando Sebastian como se ele fosse um garotinho. Ele pegou um resfriado depois de dançarmos na chuva. Ele não foi o único, Alexander e Meggy também.

— Não estava sabendo disso, estão todos bem? — Siena tem a face preocupada.

— Graças a Deus é apenas um resfriado e eles estão se cuidando.

— Sebastian está na sua mãe?

— Sim, na verdade ele fica mais lá do que na estalagem, mas esses dias está entocado no quarto, tomando chás e sopas.

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