12 - O amor lança fora o medo

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O caminho até a residência da irmã mais velha de Siena é uma viagem vigorosa, porém no estado em que ela se encontra a viagem parece durar minutos. Siena precisava fugir, não poderia ficar nem mais um instante em Violet Britt e foi o que fez, pegou os dois primeiros vestidos que vira em seu roupeiro e colocara na mala de mão, escrevera um bilhete para Camile com uma desculpa farrapa para que ninguém se preocupasse com sua ausência repentina e partiu.

Ao chegar na casa da irmã, Safira viera ao seu encontro preocupada, lhe abraçando e lançando a ela um olhar de compaixão.

— Estou bem ou pelo menos irei ficar — Siena tenta tranquilizar a irmã.

— Vamos entrar e você me conta o que aconteceu.

Depois de se acomodar no quarto de hospedes, as irmãs estão na sala de estar, sentadas nas poltronas aconchegantes de lados opostos tomando um chá. Os sobrinhos e o cunhado Thomas não estão na casa, foram para a residência da sogra de Safira, onde a irmã se encontraria com o marido e filhos, mas com a sua chegada, Safira enviara um bilhete pelo lacaio informando a mudança de planos.

— Solicitei no bilhete que Thomas não informe as crianças sua presença, mesmo eles sendo apaixonados pelos avós, eles iriam querer vir embora no mesmo minuto para estarem com você — Informa Safira.

Siena abre um sorriso desanimado.

— Desculpe vir sem avisar, nem me dei conta que você poderia ter planos.

— Desde quando você precisa avisar para me visitar, este final de semana será nosso. Agora pode me relatar o que houve, seu rosto está péssimo e embora pareça tranquila, não estou.

Siena exaspera aparentando um ar cansado e abatido.

— São tantas coisas que não sei por onde começar — Declara.

— O motivo que a consome tem um nome, certo?

Siena encara a irmã com olhos enevoados, como ela lhe conhece tão bem, isso lhe deixa exultante, Siena agradece a Deus por ser tão bem-aventurada por ter Safira como irmã.

— Ele me beijou — Safira encara a irmã boquiaberta — O pior nem foi isso, eu lhe beijei de volta e ainda tive que suportar o ciúme da sua admiradora.

— Eu te avisei o que essa amizade de vocês resultaria, estava ciente que ele mexeria com seus sentimentos. Mas qual é o problema? Você não está preocupada com a garota, está?

— Não, com ela não. O problema é ele, estou esgotada, já não tenho controle sobre os meus sentimentos, só peço a Deus que ele vá embora depois de tudo.

— Você tem certeza que é isso que você quer?

Siena fecha os olhos tentando respirar, seu coração se comprimia parecendo que ia partir.

— Não, eu não quero — É difícil para ela dizer essas palavras — Na verdade nem sei o que quero.

— Você precisa perdoá-lo, acho que é isso que está lhe sobrecarregando.

— Mas não odeio ele Safira, eu sei que preciso sair da defensiva, desligar o meu modo combate. Só que é difícil. É difícil acreditar que depois de tanto lutar para se reerguer, qualquer nova expectativa não vá me derrubar outra vez.

Safira se aproxima, sentando ao lado da irmã e pegando sua mão, acariciando.

— Siena, seja sincera com os seus sentimentos, sei que você não pode esquecer o passado, mas se continuar carregando essas cargas vai continuar se machucando, não só você, mas ele também. Pare de culpá-lo por algo que você diz que não se importa mais. Se ainda existe um resquício de sentimento por ele e eu sei que tem, lute. Não o perca pela segunda vez, as pessoas mudam, dê a ele a chance de lhe mostrar isso.

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