16 - Uma visita Maravilhosa

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Siena rega um pequeno cacho de jasmim que cresce sem pressa, ela ama a tarefa de cuidar das suas plantas e flores de muitas espécies, se pudesse passaria o dia ali se dedicando a este trabalho. Siena gosta de comparar pessoas com as flores, ela acredita que Deus criou as flores para que possamos admirar a sua beleza, perceber a obra maravilhosa de suas mãos. E acredita também que as pessoas são como botões, desabrochando para a vida e a medida que amadurecem, florescem as suas diversas formas e cores, transformadas por Deus.

Porém Siena é arrancada de seus pensamentos ao escutar o barulho de uma carruagem se aproximando, sua casa é a última da estrada de chão e o barulho está perto demais, não poderia ser Safira e as crianças, ainda era quinta-feira e eles só viriam amanhã, Siena caminha até o pequeno portão de madeira com tinta branco e avista ali uma carruagem escura e moderna com o brasão da família Turner ao lado, só poderia ser seus pais ou sua irmã de Londres, quando o cocheiro abre a porta da carruagem seu pai sai de lá com um livro na mão.

Siena não acredita no que via.

— Eu não acredito que o senhor veio me visitar — Siena passa pelo portão e corre até o pai o abraçando fortemente — Que surpresa boa!

— Olá minha pequena, eu disse que viria, não disse?

— Que felicidade ter você aqui, por que não me avisou que estava chegando?

— Planos de última hora, não estava aguentando ficar em Londres, está no auge da temporada e com a proximidade do casamento, sua mãe e sua irmã estão a loucura com os preparativos. Estou precisando de descanso.

— Aqui é o lugar certo, vamos entrar. O senhor não imagina o que tem na mesa, parece que estava adivinhando que o senhor viria.

— Torta de limão siciliano?

— Sim, com bastante creme e tem bolo de frutas também, seus preferidos.

Siena está encantada em ter seu pai ali, fazia tempo desde que ele a visitara, é sempre bom tê-lo por perto, ele sempre transmite a ela uma paz incomum, com o seu pai Siena sempre pôde contar seus sonhos mais desvairados, que ele sempre embarcava nas suas imaginações. Siena sempre pôde ser sincera com o pai, que a repreendia com calma e lhe dava conselhos que ela guarda no coração até hoje. Eles se deliciaram das iguarias e conversam alegremente.

— Sua irmã teve um surto com a modista, está sendo impossível até mesmo conversar com ela. Está num acúmulo de nervos. Como elas não precisavam de mim, eu arrumei logo minhas coisas e partir, não aguentaria nem mais um dia naquela casa.

— Samantha desde pequena sempre foi muito exigente com os seus vestidos. Parece que nada mudou — Profere Siena — Mamãe deve estar mais ansiosa do que Samantha, ela ama casamentos.

— Você conhece sua mãe, sabe como ela se entrega em qualquer tipo de preparações, isso a faz feliz e com Samantha não é diferente. Mas graças a Deus esse é o último casamento a se preocupar no momento, o próximo é o de Liz que demorará muitos anos.

Ambos sorriram. Mas Siena fica angustiada com aquele comentário, talvez porque ela sempre deixou claro que não queria se casar novamente e que estava feliz do jeito que estava, que eles até perderam a esperança.

— Pai, será que Samantha será feliz nesse casamento?

Seu pai pensa por alguns segundos e fita seus olhos.

— Não tenho resposta para essa pergunta, mas oro a Deus para que eles encontrem a felicidade juntos, que eles tenham a mesma sorte que você teve com Charles, que a princípio não foi um casamento por amor, certo?

Siena sorri para o pai e segura a mão dele por cima da mesa.

— Sim, o senhor tem razão. Eu também oro para que isso aconteça, se eles tiverem respeito, carinho e amizade um pelo outro já é um bom começo.

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