Capítulo 17

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Sophia

   Abro os olhos devagar, me viro de barriga para baixo, senti o gemido sair da minha boca de forma dolorosa.

Ótimo.

Belo dia para acordar com meu ciclo menstrual mais do que ativo, e pra completar minha tia estaria no plantão, o que me deixava responsável por levar Helena até a escola e ir trabalhar sem carona.

Me arrastei para fora da cama, era manhã de segunda-feira, e o que me deixava animada, minimamente, era o fato de que eu iria encontrar Brandon para o nosso costumeiro café juntos.

Infelizmente, após nossa dança juntos no sábado, não conseguimos mais ficar sozinhos, ele foi engolido por uma ninhada de empresários sedentos para falar sobre negócios e não trocamos mais do que olhares de longe.

E como ele disse, foi uma noite maravilhosa para mim, mas eu nunca fui do tipo que fica em festas até de manhã, então voltei para casa um pouco depois das 2h da manhã, com um sorriso no rosto e quase saltitando de felicidade.

O domingo, como sempre, fui ao orfanato, depois fiquei com minha tia e prima, Brandon me mandou algumas mensagens, mas nada fora do comum, o que não me incomodava, já que nos veríamos pessoalmente no dia seguinte.

- Sofi, você está horrível. - Helena comentou, enquanto descia as escadas atrás de mim.

- Estou em um daqueles dias horríveis, por favor, não me julgue ou vou matar você. - Ela dá uma risadinha e continua a caminhar atrás de mim. - Vamos, você já tomou café?

- Sim.

- Escovou os dentes?

- Sim.

- Me deixe ver. - Me virei para olhar seu rosto e abri a porta ainda de costas, quando me virei quase morri do coração. - DEUS DO CÉU!

Brandon estava encostado no pilar da pequena sacada, ele levantou uma sobrancelha quando gritei e sorriu, o que me fez odiar ainda mais meu dia.

Ele estava la, lindo em um termo de três peças, uma das mãos segurando o relógio e a pose que faria qualquer fotografo aplaudir sua beleza inglesa.

E eu... Bom, estava no primeiro dia do meu ciclo menstrual, com cólicas, sem maquiagem, vestida com um jeans e um suéter confortável, que belo contraste não? Tudo pra homem tinha que ser tão fácil? Parecia que sim.

- Bom dia Sophia, Helena. - Minha prima deu um pequeno pula passando por mim.

- Brandon, bom dia, você veio nos buscar? - Helena parecia bastante empolgada ao jogar seus braços ao redor dele e abraça-lo.

- Sim, se vocês quiserem é claro. - Helena sorriu para ele.

- É claro que queremos! - Ela se virou e me olhou, com uma expressão de interrogação, balancei a cabeça afirmando.

- Bom dia. - Falei baixo quando Helena se afastou em direção ao carro dele. - Você não precisava se incomodar.

- Não é incômodo. - Brandon colocou seus dois braços ao redor da minha cintura e me beijou, no início o calor foi reconfortante e agradável, mas quando ele pressionou meu corpo junto do seu foi impossível não gemer com a dor. - O que foi? Te machuquei?

- Não, só estou inchada e dolorida. - Ele segurou meu queixo de forma gentil.

- Sinto muito por isso, quer alguma coisa? - Sorri, ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos e caminhou em direção ao carro, Helena bastante a vontade, já estava confortavelmente sentada no banco de trás.

- Não, obrigada, vir aqui me buscar já é mais do que maravilhoso.

Ele segurou minha mão e minha cintura me ajudando a entrar no carro, não que fosse necessário, mas ele parecia bastante preocupado com casa mínimo bem estar que pudesse me proporcionar.

Deixamos Helena na escola, conversamos de forma agradável até o café, Brandon fez questão de pegar um chá e bolinhos para mim, mesmo que eu tenha insistido em dizer que não queria.

- Eu estou horrível não estou? - Bebi um gole da minha bebida fumegante.

- Não, está linda. - Sorri um pouco.

- Não posso dizer que sua visão não está um pouco distorcida, Sr. Immers.

- Que tipo de homem eu seria se não te achasse linda no seu dia ruim?

Eu me surpreendia a todo momento com casa gesto de delicadeza de Brandon.

Ele me mandou flores, chocolates, uma caixa com vários tipos de remédios para dor, e vários potes de sorvete, que tive que distribuir.

Eu tinha que ter uma conversa séria sobre compras em exagero, ele poderia simplesmente me mandar uma mensagem perguntando qual sabor eu preferia, mas naquele momento eu decidi apenas aproveitar seu gesto atencioso.

Fora todas as mensagens ao longo do dia, "Você esta se sentindo bem? " Que foram enviadas a praticamente cada hora.

Decidi me concentrar no trabalho, e na realidade alternativa em que eu praticamente tinha entrado, porque em quase uma hora trabalhando ao lado de Theodora, ela não tinha soltado nenhum pouco de veneno.

- Ótimo, acho que isso é tudo. - Ela me olhou atentamente. - Você está se sentindo bem?

- Ah... Sim, obrigada por perguntar. - Peguei minhas coisas e levantei.

- Sophia... - Já estava a meio caminha da porta, me virei. - Acho que tenho que pedir desculpas, a forma que te tratei em algumas ocasiões.

- Tudo bem, entendo que goste dele. - Falei sem rodeios, eu sabia bem que o único motivo para sua acidez era minha aproximação com Brandon. - Não te julgo.

- Deveria, e eu não gosto dele. - Ela deu de ombros. - Sou uma mulher que tem que lutar todos os dias, sabe como esse mundo é machista não é? Muitos homens não pensariam duas vezes antes de tomar meu lugar nessa empresa, lutei muito para estar onde estou, e não lido bem com perdas, Brandon é bonito, rico, solteiro, e como bônus, meu chefe, eu estaria totalmente garantida estando com ele, além de aproveitar a companhia de um homem educado e inteligente.

- Você o queria apenas pelo luxo e garantia? - Perguntei chocada, mas nem tanto, Theodora não era a única mulher no mundo a fazer aquilo, e não parecia preocupada com qualquer opinião alheia.

- Está perguntando se eu queria relaxar na cama de um homem bonito, gentil e milionário? Que me manteria no meu cargo e mantendo minha boa vida e dinheiro sem esforço? Sim. - Ela pegou a caneta da mesa. - Fiquei um pouco enfurecida quando você chegou roubando a atenção dele, mas como alguém que observa ele, posso dizer que já perdi, então não tenho porque alimentar uma desavença feminina entre nós duas, já desisti dele, então não tenho porque tentar te espantar com arrogância.

- Achei que tivesse dito que eu queria roubar seu lugar. - Levanto as sobrancelhas.

- Brandon é certinho demais para me tirar do meu emprego sem que eu mereça, por uma mulher, e sei que você não é do tipo que pediria tal coisa, e também, do jeito que ele te olha é nítido que algo está acontecendo entre vocês, não gosto de homens comprometidos, mas caso isso entre vocês termine, não posso prometer não tentar se estiver solteira também.

Ela começou a ler os papeis a sua frente como se estivesse sozinha, juntei as sobrancelhas e sai da sala, aquela foi uma conversa totalmente estranha, mas como ela pensava não era da minha conta.


Um capítulo novinho, deixando claro que não gosto de rivalidade feminina, apenas se extremamente necessário para o interesse da história. Theodora não é má, queria nosso Brandonzinho para ela, eu também queria, não posso jungar. Mas quem sou eu pra falar?  Eu também queria o Matt, o Mason, o Noah e aquele que roubará o coração da Scarlet.

Bom domingo minhas queridas.

Brandon - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora