Capítulo 24

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Sophia

  Quando o sábado finalmente chegou eu estava quase pulando de ansiedade, não aguentava mais esperar pela volta de Brandon e ficar feliz com pequenas respostas superficiais.

Decidi esperar, eu tinha pedido para que ele me mandasse uma mensagem assim que estivesse em Londres e não queria parecer pegajosa perguntando o tempo todo se ele já tinha chegado. Mas a espera estava me matando.

Quando a tarde chegou, Amélia me arrastou para fora de casa, depois de comprar algumas roupas fomos para o orfanato, Amélia dizia que só ia quando eu a arrastava, que não gostava de crianças gritando e pulando nela, mas fazia questão de gastar parte da sua economia do mês com doces para elas.

- Sophia! - Levo um susto com sua voz ao meu lado.

- Desculpe, estava distraída. - Ela sorriu de lado e começou a me ajudar a recolher as tintas.

- Você viu o novo pediatra? É um gato. - Ela indicou com a cabeça discretamente para um homem dentro da enfermaria, ele conversava alegremente com uma das crianças sentada na maca sendo examinada. - Vi ele dando alguns olhares furtivos na sua direção.

- Pelo amor de Deus Ame, tenho certeza de que você está louca. - Repreendi, mas ela apenas sorri.

- Se você está dizendo, mas e o seu cavalheiro de terno brilhante? Nenhuma mensagem? - Jogo os pincéis em um pote.

- Terno brilhante? - Questiono.

- Literalmente, o cara comanda um império das jóias, não tem trocadilho melhor. - Ela pisca para mim e se senta em banco.

- Não, ele não enviou nada... Você acha que... Ele está me ignorando de propósito?

- Não sei, talvez não, não dá pra ter certeza ainda, mas se estiver, bom, quem está perdendo é ele. - Ela me abraça de lado e se afasta. - Vou ajudar a senhora Adams a colocar as crianças para dentro, elas são umas pestes na hora de tomar banho, você quer ajuda aqui?

- Não, eu guardo tudo, pode deixar.

- Tudo bem.

Ela se afastou e junto da senhora Addans, uma das cuidadoras, começou a juntar as crianças e leva-las para fora pátio, era fim de tarde e as brincadeiras já tinham acabado por hoje.

Fui até a sala onde eram guardados os materiais de pintura e guardei as tintas, deu mais duas voltas para pegar os pincéis e os desenhos, estava voltando, tinha que atravessar o pátio e encontrar Amélia, quando ouvi um choro histérico de criança.

Fui até a enfermaria, a enfermeira tentava acalmar Jhonatan, que estava sentado na maca e chorando, o pediatra estava a uma distância segura e tentava mostrar algum brinquedo para ele, bom, não era fácil acalmar uma criança de quatro anos com medo do médico.

Tateei meu bolso e encontrei minha caneta brilhante, cheguei perto o bastante dele, que me estendeu os braços. Não era incomum, muitas crianças faziam aquilo, levando em conta que já fazia oito anos que eu era voluntária.

- Tudo bem querido. - Abracei de volta, sentei na maca com ele no colo e a enfermeira me olhou agradecida. - Não vou deixar ninguém te machucar tudo bem? Veja.

Sentei seu pequeno corpo em uma das minhas pernas e mostrei a caneta, rapidamente desenhei um carrinho em sua mão, ele sorriu pra mim.

- Ele tem uma garganta inflamada. - A voz forte do médico me fez olhar para ele, de perto ele era muito maior, tinha cabelos pretos e olhos azuis, um rosto anguloso e ombros largos, era de fato um homem muito bonito, como Amélia disse. - Tenho que examinar melhor.

- Querido. - Jhonatan olhou pra mim com resquícios de lágrimas nos olhos. - A tia Sofie não vai deixar ninguém te machucar tudo bem? Mas sua garganta está doendo, esse titio está apenas querendo ajudar, prometo que ele não vai te machucar, estou aqui com você.

O menino deitou a pequena cabeça loira em meu peito e balançou a cabeça em resposta positiva, o médico se aproximou e começou os exames dali, receitando alguns remédios em seguida, a enfermeira anotou os horários e dosagens antes de pegar Jhonatan leva-lo para dentro.

- Você leva muito jeito com crianças. - Sorri para o médico, eu estava quase saindo quando ele falou, se aproximou e me estendeu a mão. - Sou o Dr. Evans, mas pode me chamar de Daniel.

- Muito prazer, sou a Sophia, sou voluntária. - Sua mão segurou a minha por mais dois segundos antes dele sorrir.

- O prazer é meu Sophia, observei você hoje a tarde, as crianças parecem gostar de você, mas eu não tinha te visto ainda, não durante a semana pelo menos.

- Eu não costumo vir durante a semana, por causa do trabalho, mas estou aqui todos os fins de semana. - Ele sorriu e balançou a cabeça.

- Eu provavelmente deveria vir mais durante os fins de semana. - Senti minhas bochechas esquentarem, ele tinha acabado de flertar comigo?

- Sofie, nós já podemos... - Amélia parou abruptamente na porta da enfermaria e olhou para nós dois. - Ir, ou eu posso esperar mais.

- Não, tudo bem, eu e o Dr. Evans estávamos só nos apresentando. - Me afastei a caminhei até a porta. - Até mais Dr., foi bom conhece-lo.

Caminhei para fora e Amélia me acompanhou em silêncio, pegamos nossas coisas e depois de nos despedir saímos do orfanato.

- Huum, então você e o Dr. Gato. - Olhei para ela, seus cachos loiros presos no alto da cabeça balançavam suavemente.

- Não tem eu e o Dr. Gato, estávamos apenas nos conhecendo Ame.

- Sim, sim, mas você não pode negar que ele é bonito.

- Não estou negando, ele é realmente muito bonito, você deveria investir. - Olho para ela e sorrio de lado.

- Talvez, mas levanto em conta a olhada que ele deu pra sua bunda...

- Amélia! - Olho ao nosso redor para ver se ninguém tinha ouvido. - Pelo amor de Deus, não diga essas coisas.

- Desculpe, sei que seu coração está arrebatado pelo gostoso Immers, mas eu não sou cega e o Dr. Daniel te olhou sim.

- Bom, que seja, mas não estou interessada Ame, então você pode investir se quiser, não estou interesada mesmo. - Pego meu celular e olho as mensagens, um pouco decepcionada.

- O que vamos fazer no natal?

- O mesmo de sempre eu suponho, quer fazer algo diferente?... Não sei.

- Não, natal na sua casa é minha tradição.

- Seu pai...

- Não! - Ela me conta e permaneço calada, era o assunto delicado dela.

- Ok, o que acha de jantar lá em casa? - Tento anima-la, sua expressão sombria derrepente.

- Você sabe como me animar não é?

- Sou sua melhor amiga bae, sempre vou tentar te deixar feliz. - Ela sorri, a tristeza sumindo de sua face e agarra meu braço. - Acho que preciso de doces, vamos comprar cookies.

Amélia bate palmas e nos dirigimos até a loja de doces, eu não costumava descontar a frustração em nada, mas eu estava extremamente frustrada com Brandon e doces era o melhor caminho. Muitos, muitos doces.

Brandon - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora