Brandon - Livro 4

Capítulo 4

Brandon

   Até a manhã do dia seguinte eu tentei me convencer de que não tinha pedido o anel a Sophia apenas para ficar perto dela, mas desisti depois das nove da manhã, quando só pensava em ir ate sua sala, eu não me importava com o anel de fato, eu já tinha visto e sabia o quanto era bonito.

Eu só pensava em ver os cabelos ruivos dela, e seus olhos entusiasmados, seu cabelo estaria solto? Deixando-a fofa com aquela franja que lhe cobria a testa, ou estaria preso, deixando o pescoço delicado a mostra? Como seria sentir seu perfume diretamente dele e sentir a pele suave, as mãos correndo por todo seu corpo e...

Não.

Tinha que me controlar, isso estava fora de controle, sempre que eu não estava ocupado estava pensando nela, e piorou desde o dia anterior, o que não era bom, nada bom, eu já tinha percebido que Sophia não era do tipo que queria usufruir do meu dinheiro ou benefícios que isso traria, mas se envolver comigo, caso ela também quisesse, poderia trazer muitos comentários desagradáveis em relação a ela, e isso era algo muito desconfortável para a maioria das mulheres, talvez ela não se importasse, mas pelo que eu via ela provavelmente se importaria das pessoas cochichando como ela tinha seduzido o chefe.

Eu não queria as pessoas comentando pelos corredores, e eu sabia que iriam, não queria que ela ficasse desconfortável, não por minha causa, ela parecia feliz trabalhando ali, e era muito talentosa para deixar ela escapar, então o melhor era parar com esses pensamentos inconsequentes, segurar a maldita vontade de toca-la e guardar para mim, uma hora iria passar, era só me controlar o suficiente para que nenhum deslize acontecesse.

- Com licença senhor. - Virei a cadeira ao ouvir a voz de Susie, nem ao menos a ouvir bater na porta.

- Sim Susie. - Falei devagar.

- A senhorita Stewart está aqui, posso deixa-la entrar?

- Claro Susie, obrigado. - Imediatamente me sentei ereto e juntei as mãos em cima da mesa, não, muito sério, me sentei mais confortável e peguei a caneta, ouvi sua batida suave antes de ver seus cabelos ruivos atravessando a porta.

- Com licença. - Ela disse assim que entrou e levantou o olhar, sorrindo timidamente.

- Boa tarde Sophia. - Estendi minha mão para que ela sentasse, ela vestia um vestido vermelho escuro cheio de flores, tinha mangas longas mas um decote bonito, não era nada revelador, mas parecia incrível e tentador nela, era curto, mas as pernas estavam cobertas por uma meia escura, senti vontade de ver suas pernas grossas e...

Para. Você está descontrolado, seu idiota. Você não é um adolescente.

- Desculpe o atraso Sr. Immers, estava terminando alguns detalhes.

- Você não se atrasou Sophia, me disse que entregaria hoje, não especificou o horário. - Dou um pequeno sorriso quando ela me estende a pasta com o desenho - Está perfeito.

- Obrigada. - Seu sorriso se abre, tento ignorar a sensação, mas foi impossível não sorrir de volta - Eu queria que esse anel fosse dado a uma mulher especial, e a Cristal é muito especial.

- Sim ela é. - Sorrio de lado voltando a olhar para o desenho, era um anel bem trabalhado, a pedra azul do centro, mesmo mais clara, parecia se exibir para as menores pedras que adornavam o arco até a metade, era de prata e muito bonito, quando estivesse pronto ficaria... - Celeste.

- O que? - Tinha me perdido em pensamentos por um segundo, Sophia olhava para mim claramente confusa.

- Seleste significa perfeito, é o nome ideal para ele, mas podemos trocar se você já tiver um outro nome. - Então um sorriso incrível surgil em seus lábios, tão incrível quanto o primeiro sorriso que ela tinha me dado.

- Ele será exposto? - Ela parecia prestes a pular da cadeira.

- É claro, será um dos destaques da próxima coleção, é uma peça única, já com um comprador, mas atrairá muita atenção tenho certeza, atrairá muitas pessoas interessadas, é sempre assim com as peças exclusivas.

- Eu não imaginei... Isso é tão incrível! - Ela deu dois pulinhos na cadeira mau se contendo, seu rosto e colo ficaram com algumas manchas vermelhas - Eu nem sei... Obrigada?!

- Não precisa agradecer, é só continuar com o bom trabalho. - Tentei manter minha pode pose de sério, mas por dentro estava encantado com sua reação de felicidade mau contida pela realização profissional que alcançara.

- Eu... Me sinto muito grata mas... - Seu sorriso bonito derrepente deu lugar a insegurança - Não está fazendo isso porque me tornei amiga da sua irmã e já sou amiga do seu cunhado está?

Olhei para ela sério, estreitei os olhos e dei uma pausa, proposital, para que ela entendesse o quão sérias seriam minhas palavras e o quão sério esse trabalho e eu somos.

- Não sou esse tipo de homem senhorita Stewart, essa empresa só funciona com trabalho de verdade e esforço, caso eu não á achasse suficientemente boa no que faz, tenha certeza de que não estaria aqui agora, o que Cristal fez foi apenas indica-la, eu não tinha nenhuma obrigação em contrata-la e deixei isso claro para Cristal, mas acredite quando digo que você tem um talento esplêndido, acredite sempre em seu potencial. - Ela balançou a cabeça devagar parecendo envergonhada, quase pedi perdão pelas palavras, mas era assim que eu agia com qualquer funcionário, não podia ser diferente com ela.

- Me desculpe senhor... Foi apenas uma dúvida que já foi esclarecida, obrigada. - Ela respirou fundo e sorriu devagar - Ainda precisa de mim para alguma dúvida?

- Creio que não, sei que tem trabalho, não vou mais prende-la. - Balancei a cabeça uma vez e ela levantou - Sinta-se a vontade se tiver alguma dúvida.

- Com licença, Sr. Immers.

Assim que ela saiu afrouxei a gravata e abri o primeiro botão da camisa, o que, por Deus, estava acontecendo comigo? Eu não estava me controlando, se por fora eu parecia impassível e clínico, por dentro meu corpo acelerava como louco, isso estava errado, ter mandado que Sophia viesse até minha sala foi uma idiotice sem tamanho, passei a mão pelos cabelos e olhei pra pilha de papéis em minha mesa, suspirando alto em seguida.

- Que vida.