Um olhar sem vida

6 1 6
                                        

Cansado e bem machucado estava quase chegando a clareira quando notei de longe que um dos muros improvisados que havíamos feito estava quebrado. Com uma falha bem no meio do tamanho de um carro. Como se algum veículo houvesse passado por ali com força.

Congelei ao ver aquilo. Os muros não eram resistentes, afinal foram feitos às pressas apenas para tampar um pouco da visão dos infectados, mas visto o tamanho das aberrações que tem aparecido certamente não seria o suficiente para chamar de base segura. Assustado, lembrei que acabara de ver uma criatura com um tamanho parecido ao do buraco na entrada. Curioso e com pressa, segui afim de adentrar a clareira, mesmo naquele estado. Comecei a andar mais rápido e antes de conseguir ver algo através do buraco, Luciana me chamou de uma casa que estava na divisa do muro detonado. Tinha um quintal grande e um portão de fácil abertura e fechadura, porém ainda sim muito mais seguro que muros feitos de carros, madeiras e umas tabuas velhas.

Me acheguei e ela abriu o portão para mim me permitindo a entrada. Assim que entrei ela fechou o portão. Logo que meus olhos se acostumaram a iluminação baixa do local pude avistar Matheus, Jade, Melissa, Luciana e os pais de Matheus estavam ali também.
O pessoal que encontramos na escola também estavam ali. Eu estava tão fixado na Clareira que nem lembrei deles naquela situação. Caike estava em um canto sendo tratado de seus machucados por Jade. Enquanto eles estavam conversando entre eles.

- O- O que será que aconteceu aqui? - Perguntei sabendo mais ou menos a situação, apenas para me certificar.

- Não é visível? - Disse Luciana - Se esse é o tal lugar seguro que Robson disse, foi atacado.

- Dá pra perceber isso! Mas, o que houve com as pessoas daqui? Sabem de alguma coisa?

- Não, - Disse Caike – O que sabemos é o mesmo que você. Quase nada. Tive a mesma reação que você. No máximo podemos apenas supor que eles possam estar escondidos, ou, no pior dos casos mortos. Eles podem ter sido atacados ontem, antes de ontem ou até mesmo assim que saímos de lá.

- Não, não acho que estejam mortos, algo me diz que não

- Há você acha é? - Perguntou Luciana – Por acaso tinha alguém tão bom em combate? Alguém com alguma macumba em seu corpo como Robson e a Kate?

- Não! - Respondi instintivamente - não que eu saiba, mas depois de todos os últimos acontecimentos, nada mais me surpreende.

- Mas, quem estava aqui? – Perguntou Jade – Ou melhor, quantos?

- Não sei ao certo. Muitos haviam sobrevivido e uns amigos vieram no meio do caos até aqui. Ainda possuía alguns jov- JOVENS!! É isso!!

- Como assim? É isso o que? Perguntou Jade confusa

- Não é nada concreto. Preciso pensar mais, mas me deu uma ideia interessante aqui, Diana havia comentado isso de leves, mas não achei que fosse tão importante.

- Diana? Perguntou Cauã se intrometendo na conversa

- Há, olá rapaz! Tudo bem?

- S-Sim, tudo bem sim.... É CLARO QUE NÃO ESTÁ BEM!! – Gritou cauã indignado – Eu não sei o que está acontecendo. Zumbis vieram e invadiram a escola, cadáveres por todo lado. Ficamos confinados sem poder saber e nem entender nada! VOCÊ SABE DE ALGUMA COISA?

-éeerrg, não? – Disse desviando a pergunta – Olha, eu estou tão confuso quanto você. Preciso sentar e pensar sobre tudo isso para poder ter uma resposta. Mas pode não ser algo que você gost-

- Pensar? - Disse Matheus – É um apocalipse, um caso de destruição e massacre em massa da vida que conhecemos, o que precisa pensar a mais sobre isso?

Z Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora