THE BESTA

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Uma criatura amedrontadora se colocava em pé diante de mim naquele momento. Com apenas uma porrada ele quebrou a parede da sacada em que estávamos. Não consegui raciocinar direito, mas meu cérebro sabia que não havia jeito de derrota-lo, muito menos de fugir. Enquanto aceitava meu destino Felipe joga uma almofada em mim gritando:

- CORRE SEU INERGUMENO!!!

Senti um leve alívio em saber que existem pessoas tão tolas que mesmo em uma situação sem condições de sucesso, ainda mantem-se com vontade de sobreviver. Mas, acho que o tolo era eu. Afinal, tudo bem ser tolo enquanto se esta afim de continuar a viver, mas o problema estar em ser tolo a ponto de não entender o quão magnifico a vida pode ser. Deve-se fazer tudo o que puder e o que não puder pra manter a chama da esperança acesa. Me senti patético em pensar que desistiria ali de novo, preciso parar de colocar a desistência como primeira opção. A vida nunca vai facilitar, se eu pensar em desistir na primeira linha de pensamento como vou conseguir viver? Não, não vou me permitir mais ter esses pensamentos. Não posso, ela me ensinou uma coisa importante demais pra simplesmente ignorar. 

"Tenha apego a vida, mas não só a sua vida, o mundo não foi feito apenas para você, foi feito pra nós"

Após lembrar desta frase que me marcou, liguei meus sentidos novamente e me pus a correr. Enquanto descíamos as escadas notamos que os infectados já haviam dominado o andar debaixo. Voltamos a subir as escadas e a aberração ainda estava no terceiro andar, na pressa, acabamos por entrar no segundo andar e desesperados, pulamos por uma das janelas em cima de um dos carros.

CRASH

Demorei um pouco até conseguir levantar do capô do carro. Estava meio dolorido, afinal pulamos de dois andares. Me admira não ter quebrado nada. Não, serio, eu deveria ter me machucado nesta queda. Mas vou ignorar por enquanto. Por causa do atraso que a queda proporcionou (em tornos de alguns segundos) e do barulho causado por ela os infectados que haviam dominado a parte de baixo estavam saindo da casa e indo as ruas. Aparentemente aquela coisa não percebeu que conseguimos despista-lo, acreditamos que mesmo com o barulho ele não seria capaz de nos alcançar.

Olhei ao redor e percebi que não era o único com dificuldades pra levantar. Suellen havia danificado sua perna ao cair e estava sendo levada com ajuda por Felipe. Naquele momento eu lembrei que podia tentar usar meu sangue, já que os infectados não se importavam comigo. pensei que se suja-se eles um pouco poderia funcionar e assim conseguiríamos fugir, somando com a lerdeza daquela besta não me parecia uma situação de risco. Não ainda. 

"Se, se ao menos fossemos mais realistas a situação não teria sido tão difícil."

Assim que retomei os sentidos e a compreensão do espaço em que me encontrava, sai de cima do capô com pressa e me juntei a eles, crente de que meu sangue impediria os infectados de detectarem eles como um alvo em potencial. Assim que cheguei perto deles expliquei rápido a minha ideia. Eles aceitaram e então comecei a suja-los com um pouco do meu sangue que ainda estava em mim. Com isso conseguimos um jeito de andarmos calmamente entre os infectados como se não pudéssemos ser visto ao algo assim. Não achei que ia funcionar, mas até que foi bem plausível a ideia com a pratica. Apoiei o outro lado de Suellen para que andássemos mais rápido e disse:

- Venham comigo, eu acho que tenho um lugar seguro!

Sem contestar, acredito que por não ter outra opção eles me seguiram, até por que já estavam enlambuzados de sangue. Estávamos andando bem rápido mesmo com um de nós estando machucado. Conseguimos nos distanciar da casa até que...

TUM

Aquela aberração de antes estava em nossa frente num piscar de olhos. Aparentemente ela possuía uma força tremenda em seus braços e pernas, por mais que sua forma estava bem deformada e estranha ela ainda possuía alta mobilidade por incrível que parecesse.

Z Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora