O Valor da vida.

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Eu não sei quanto tempo se passou, quando recobrei a consciência ainda não conseguia abrir meus olhos, porem, eu já não escutava mais os gritos e nem a chuva. Preocupei-me por um instante, talvez eles ainda tenham perdido para aquela coisa. Mas, ao tentar me levantar e abrir os olhos percebeu que já não estava mais nos sacos de lixo, e sim em um sofá.

Abri meus olhos lentamente, com dor, mas ainda sim curioso. Olhei ao meu redor, e a primeira coisa que fiz foi ver novamente meu braço que havia sido quebrado. Havia uma tala nele o mantendo reto, afinal, a fratura foi feia demais. Não conseguia mais move-lo, e acredito que isso iria ficar assim por um tempo. Porem, eu teria esse tempo?

Depois de agonizar mais um pouco por causa do braço, percebi que minhas pernas ainda funcionavam perfeitamente. Decidi levantar e explorar por ai. Aparentemente estava na casa da minha tia. Não tinha ninguém no cômodo onde eu estava, e havia muito silencio para o meu gosto.

Saindo da sala, passando pela cozinha, fui direto para a rua, queria saber onde todos estavam. Ao abrir o portão, a primeira coisa que vi foi o corpo da coisa que quebrara meu braço. De longe, avistei meu irmão, e mancando um pouco, com o braço inteiro apoiando uma das costelas que também tinha sido fraturada fui em direção a ele.

Ao chegar nele, as pessoas que estavam com ele me olharam com um olhar reprovador, mas não liguei, já estava acostumado. Ele me olhou, e com um sorriso disse:

- E ai?

- E ai, o que aconteceu depois deu cair?

- Você esta falando depois que você falhou miseravelmente e deixou nossa mãe muito preocupada por causa de suas ações imprudentes e sem nexo, né?

- É isso ai, então, o que aconteceu?

-Humpf - suspirou ele com uma expressão de desanimo - Você não muda mesmo né?

- O que eu posso fazer? Faz parte de mim sabe...

- Tá, tá, em poucas palavras? Ele simplesmente ficou imóvel enquanto chovia, permitindo que nós cortássemos a cabeça dele. Aparentemente isso ainda funciona nele e nos menores.

- Interessante, meio que um apocalipse zumbi né?

- Não, não exatamente.

- Ué, por quê?

- Mano você quem comentou que esses caras não parecem com zumbis Animal! Você ainda lembra da definição de zumbi é morto-vivo?

- Sim ué, e não é o que essas coisas são?

- Não, por que eles não estão mortos ainda.

- Como assim e o sangue na boc-

- Aquilo é por conta do jeito que eles se multiplicam. Eu não sei o porquê, nem como, mas eles ainda estão vivos. E eles não se alimentam de nós, o que eles fazem é apenas "passar" o vírus.

Com a boca aberta, sento na calçada próxima a nós.

- E você descobriu isso tudo nesse meio período de tempo é?

- Não, estou observando isso desde o centro, Angeline me ajudou a juntar os fatos com o testemunho que ela me deu.

- Maluco, quanto tempo eu apaguei?

- Já fazem cerca de 20 horas.

- Meu Deus, e o que eu perdi?

- A não muita coisa, pessoas saíram e acharam que era melhor sozinho do que conosco, alguma morreram enquanto finalizávamos os muros. Atualmente temos 30 pessoas no nosso grupo.

Z Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora