Enquanto estávamos subindo a rua, conversamos um com o outro, aproveitando a chuva que caíra em nossos cabelos, roupas e sapatos. No momento, era o que podíamos fazer.
-Ai, falando sério agora, será que não tem como chamar essas coisas por nomes mais fáceis?
- Como assim Robson? - Indagou Caike
- É porque estamos chamando eles de infectados, criaturas e monstros, mas acho que dá pra deixar mais fácil, né? Até porque os infectados são todas essas criaturas...
- Cara, você quer só parar de chamar essas criaturas de monstro, é? Mas entendo o que você quer dizer, tipo, esses grandões tem cara de que? - Indagou Caike
- Chamando-os de monstros ou não eles vão continuar sendo monstros. Mas, deixa eu analisar. Olhando bem de perto tem cara de Tumor sabe, o rosto é completamente deformado, como se tivesse mais de um ali. Poderíamos chamar de que? Abominação? - Sugeri enquanto coçava minha cabeça
- Mas, isso não é muito diferente de um monstro! Eu não sei se comentei, ou quem foi, mas alguém havia chamado eles de tumor uma vez. Não poderíamos manter esse nome? - Perguntou Maikon
- É, é um nome pra esses bichos feios kkk. Podemos chamar eles de Tumor então
- Cara, vocês não estão muito tranquilos não? - Indagou Caike - Só porque está chovendo não significa que não estamos em extremo perigo!
- Bom, eles estão imóveis, e não parece que a chuva vai par-
A chuva foi diminuindo, em poucos minutos se tornando apenas uma garoa fina, alguns infectados já estavam conseguindo se mover livremente.
Começamos a agir rápido, tínhamos pegado algumas coisas para nos ajudar, mas eram apenas pedaços de pau e facas de cozinha.
Atacamos os que estavam nos atacando, a chuva cada vez mais escassa estávamos começando a ficar cercados. Em poucos minutos percebi o quão ingênuo eu fui por achar que a chuva seria infinita ou que eu daria conta dessas criaturas só por serem pequenas, tinha me esquecido que elas estão na aparência mais aterrorizante e perigosa da terra, a aparência de um humano.
Tentamos recuar, mas como ainda não conseguimos simplesmente atacar essas criaturas sem o pesar no pensamento, nosso caminho de volta estava com alguns deles, evitando confronto avistamos uma casa com o muro um pouco alto mas com o portão arreganhado, entramos e trancamos o portão a fim de prender esses infectados do lado de fora.
Eles não são muito inteligentes, então quando nos perderam de vista, desistiram de procurar e foram se dispersando aos poucos. Pouco a pouco, compreendemos mais algumas fraquezas e diferenças entre os infectados e os tumores.
- E aí? Esperamos uma chuva milagrosa, voltamos, e continuamos em frente? - Perguntei, encostando as costas no muro ao lado do portão, pois ainda estava com uma costela quebrada.
- Cara, pensa no que você sugeriu, é lógico? - perguntou Caike indignado
- Sim, se falarmos em lógica, voltar é mais negócio do que avançar. Em termos de ética, moral e humanidade, não, não é.
- Nós três aceitamos as condições, riscos e dificuldades dessa "missão", não é hora de questionarmos isso, foque os seus neurônios nos nossos problemas atuais por favor! - Exclamou Maikon
- Tá, tá. Eu só dei opções, não significa que iríamos recuar, não agora. Pelo menos vocês ainda tem humanidade.
Voltamos para a rua, agora em total silêncio, concentrados até o último neurônio, estávamos fazendo de tudo para não sermos vistos.
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Z Vol.1
Bilim KurguImagine o normal, agora esqueça e reimagine o impensável. Diante de rotinas comuns, o mundo se vem ao uma nova barreira, um vírus, clichê né? Seria, se não houvesse essas malditas montanhas de carne de mais de 20 metros de altura. de onde ele veio...