Quando Tudo Acaba Bem

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      O que sentir quando se é agora rei de um reino inteiro? Aquela era realmente a melhor forma de impedir o inimigo de roubar a coroa? Se não era, o que foi feito já estava feito e não havia nada que se pudesse fazer para mudar. Agora Cendric era rei de Cristalines. Pareceu que o tempo congelou, em questão de poucos segundos, sua cabeça rodava mil pensamentos e dúvidas. O que aconteceria dali para frente? Como reagiria o povo ao saber da notícia? E Andrew? Era seu destino se tornar rei e Cendric parecia tê-lo roubado.

      Estavam agora todos de joelhos para Cendric, o novo rei. Todos ao seu redor agora o reconheciam como o novo líder de Cristalines, inclusive a Fada Madrinha, escondida por trás de uma brecha na porta. Cendric não pôde enxergar bem o que ela fazia, mas viu uma luz branca sair daquele pequena brecha e ir em sua direção. Um sussurro veio junto a esse brilho, dizendo:

– Agora que o vejam como eu vejo...

      O conjunto de luzes envolveu Cendric, fazendo com que tudo o que visse fosse um clarão muito forte que poderia cegar. Então, o brilho caiu em forma de poeira, e Cendric pôde ver todos ao seu redor observando-o, maravilhados (ou até mesmo assustados), enquanto Adella olhava, agora dentro do salão, sorrindo para o garoto. Cendric estava com a mesma sensação da noite do terceiro baile, então, abaixando sua cabeça, ele pôde ver o que a fada havia lhe feito. Vestes inteiramente de prata: um casaco tão longo que chegava a seus pés, com as mangas normalmente feitas para vestidos, assim como a parte inferior do casaco que possuía alguns enfeites de vestido, com um laço branco em sua cintura, calças bem justas e um par de botas de prata. Em sua cabeça, não havia mais a coroa a qual lhe foi colocada, esta estava jogada no chão, enquanto havia uma nova, feita inteiramente de cristal, com o formato de várias rosas unidas. Eram as mesmas roupas que as de seu sonho na noite do primeiro baile dado no ano anterior. Vestes de prata dignas de um rei.

– Sua Fada Madrinha agiu novamente, eu diria... – Murmurou Blanche, se aproximando de Cendric. – Bem vindo ao clube dos reis.

      Cendric riu.

– Eu sou só um garoto, não tenho potencial para ser rei.

– Nada que algumas aulas não mudem isso. – Disse Andrew, chegando por trás do novo rei. – Ajudaremos no que pudermos.

– Você quem deveria ser rei.

– Bem, todo rei precisa de um par, não? – Falou Blanche.

      O rei de Misthezan se abaixou, pegando a coroa caída no chão e a deu para o cerimonialista, ajudando-o a se levantar.

– O senhor crê que ainda dê para coroar mais uma pessoa? – Ele lhe perguntou. – O verdadeiro herdeiro ao trono.

– Mas é claro, majestade. – Disse o senhor, se curvando para Blanche.

      Com um sorriso em seu rosto, Andrew se ajoelhou perante o senhor, enquanto todos os outros se sentavam nos bancos, para assistirem a coroação do príncipe, exceto a rainha Victoria que ficou parada ao lado do filho e puxou Cendric para ficar a seu lado. O discurso, então, começou a ser feito, iniciando a coroação. Ninguém conseguiu não sorrir para Andrew que ainda estava ajoelhado, a espera de sua deixa. Blanche estava sentado um pouco longe de Lorenzo, mas olhando para o noivo, ambos se deram um pequeno sorriso. Talvez tudo ficasse bem no final. Ainda tinham muito o que viver e, por isso, brigariam mais vezes, mas se seu amor fosse realmente forte e verdadeiro, não existia briga que os separassem. Afinal, foi beijo de amor verdadeiro que acordara Blanche da morte e maior prova de amor que aquela não existia.

      O juramento de Andrew começou e assim como feito com Jacques, o príncipe jurou proteger e cuidar de Cristalines, sendo justo e generoso com seu povo. Assim que finalizado, o cerimonialista pegou o cetro do rei e começou a dizer:

Os Reinos Ligados Pela Floresta: Cendric (Cinderela)Onde histórias criam vida. Descubra agora