♊︎ 𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 III - ⃟⃝𝐂𝐨𝐥𝐥𝐢𝐧𝐬

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——— ♊︎ ♤「 POV Collins 」♤𖤛———

Aviso; Cenas eróticas e pesadas neste capítulo, caso não goste, pule ou se retire do livro.

Levantei minha cabeça, focando meu olhar no reflexo do espelho e observei as gotas de água que caíam do meu rosto ao ralo da pia. Era logo de manhã e o meu único pensamento se resumia em querer deitar na cama e dormir por séculos.

Mas infelizmente isso não seria possível, pois sou um traficante, assassino e dono de uma favela lotada de pessoas, mordi os lábios me afastando da pia e logo adentrei no chuveiro que estava aquecido demais, ao ponto de queimar a água em minhas costas.

— Collins!! –O grito de minha mãe chama a minha atenção, então desligo o chuveiro e vou escovar os meus dentes com a toalha enrolada em meu quadril. —Collins, vamos já são 8 da manhã. – Ela adentra no banheiro e passa a mão nas minhas costas.

— Bom dia mãe. –Digo meio entediado e revirou os olhos me afastando de sua presença, vou em direção ao closet e pego uma roupa para poder ir ao asfalto.

—  Bom dia querido. Meu bem hoje é o aniversário da sua irmã, e ela está me enchendo para você fazer um baile em homenagem a ela. – esclareceu minhas dúvidas do porque ela estava aqui.

— Não!! – Fecho a porta do closet em sua cara e retiro a toalha, para colocar minha roupa, sai terminando de vestir a blusa e encontro ela mexendo na minha gaveta do criado-mudo, em suas mãos tinha uma fotografia de mim e Sofia juntos.

— Sabe que não pode ficar no passado para sempre né? – Perguntou, colocando a foto dentro da gaveta, a fechou e veio em minha direção. — Ela morreu e não vai voltar, porém você pode voltar para nós. – Terminou com um olhar triste e um tapinha em meu ombro. Me sentei na cama observando sua retirada do meu quarto e então me perco em pensamentos profundos novamente.

— COMO VOCÊ OUSA RECUSA O MEU PEDIDO DE UM BAILE NO MEU ANIVERSÁRIO! – Logo que desci as escadas, ganhou um bom dia diferenciado de Luiza.

— VAI GRITAR COM O CAPETA PIRRALHA! – Me aproximo do seu corpo, fazendo meu tamanho ficar o dobro do dela. — Eu não vou fazer e pronto. E se você me contrariar, é Rua! – Ameacei com o máximo de tom calmo e bruto que consegui. Claro que não mandaria ela embora, a porrinha era minha esperança de felicidade assim como a pequena no colo de minha mãe que negou.

— Vai pro inferno seu demônio! Eu só cuido da minha sobrinha, porque a amo mas se fosse por você ou aquela puta, pode ter certeza que eu não faria. – Saiu esbarrando em meu ombro as escadas para cima. Deu para se ouvir o som da porta de seu quarto se bater a parede, suspirei pesadamente e avancei na cozinha.

Peguei uma xícara de café e logo coloquei o melhor dos meus whisky na mesma, virando de uma vez observei a negação no olhar de minha mãe que balançava sem parar a pequena loirinha em seus braços.

— Papa! – O som infantil e dócil chegou aos meus ouvidos, quase infartei entender que tinha vindo da bebê loira que balançava os braços para mim, em um pedido para que eu a pegasse.

Seu olhar então me lembra o de sua mãe e neguei com a cabeça, a lembrança do médico dizendo que ela não havia aguentado o parto.

— Eu preciso ir a Boca! – Me afastei o máximo que pude da bebê e de minha mãe que agora tinha lágrimas em seus olhos e sua mão direita acariciando os cabelos. — Ainda não 'tô pronto – Sai da casa encontrando dois vapors em suas posições de segurança e mais adiante três no meio do campo, e mais dois no portão.

Subi em minha Baby, moto que mais tenho carinho, dando partida abaixo. Passei das casas mais "boas" para as dos moradores que tinham o nome de barracos.

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