♑︎ 𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 - 𝐀𝐥𝐞𝐤𝐱𝐲⃤

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——— ♑︎「 POV Alexandre 」𖤛———

Já não tinha acordado bem esta manhã e ainda tenho que ouvir merda dos outros.

“Alexandre, querido. Podemos conversar sobre a Ayra?”

“Você não acha que está na hora de tomar atitudes de homem e deixar essa garota ir embora? Estamos no século XXI. Escravidão já se passou faz muitos anos.”

Pego as chaves da minha moto e saio de casa. Subo e vou para a boca. Entro na sala de Collins e ele não está. Roger entra na sala com uns pacotes em seus braços, e me encara com dúvidas.

— O que faz aqui tão cedo? — Perguntou deixando os pacotes em cima da mesa de Collins.

— Não tinha nada pra fazer em casa — comentei me sentando.

Roger não responde e sai da sala, me deixando sozinho naquela escuridão que a sala se encontrava. Passo a mão pelos cabelos e pego um pedaço de maconha que tinha na gaveta de Collins. Preparo meu Beck e acendo.

“Papai vai te ensinar jogar futebol, vem!”

Me pego pensando no passado, odeio pensar no passado. Que merda está acontecendo comigo?! Esses últimos meses foram uma merda! É como se eu estivesse pagando por todos os meus pecados.

“Mãe! Mãe! Olha o que o papai fez pra mim!"

Risadas ecoaram pela minha cabeça. Eu poderia me dar um tiro agora mesmo.

“Alexandre, promete pra mamãe que sempre vai ser meu menino de ouro.”

Sinto meu estômago embrulhar. Pego uma das garrafas de whisky que Collins tem em seu escritório e me sirvo de uma grande dose. Viro de uma vez, mas isso não faz com que as vozes parem, ou com que meu estômago pare de se revirar. É como se todos meus órgãos fossem sair para fora pela minha boca. Me levanto rapidamente e abro um dos pacotes de cocaína que Roger deixou em cima da mesa. Jogo todas as coisas da mesa no chão e organizo fileiras de pó. Cheiro todas de uma vez e me sento. Fico girando na cadeira enquanto sinto o efeito da cocaína começar a fazer efeito. As malditas risadas finalmente param, mas por algum motivo isso me causa uma crise de risos.

Me deito no chão e encaro o teto, até que ele começa a se mexer, parecendo que vai me engolir. Começo a dar risada, é tão engraçado o fato dele tentar engolir lixo, como é possível?

Meu coração se acelera, fazendo com que eu me levante. Uma criança está sentada na cadeira do Collins. Ela me encara com decepção nos olhos. Balança a cabeça em sinal de negação antes de se levantar e acompanhar a mulher que estava ao lado dela.

— Que merda você está fazendo?!

Collins estava na porta me encarando assustado com a sobrancelha arqueada. Me levanto dando risada. Minha barriga doía de tanto rir. Coloco a mão em seu ombro e ele se afasta depois de trancar a porta. Ele começa a recolher as coisas que estavam pelo chão.

— A gente precisa sair daqui... — sussurro.
O que causa irritação em Collins. Ele bufa e se senta na cadeira respirando fundo.

— Você está chapado, mano? Quem te deu permissão pra usar as drogas desse jeito?! — Falou com raiva.

Eu não conseguia encará-lo sem rir. Vou até ele e o abraço. Ele tenta se separar, mas o aperto. Sinto lágrimas saírem dos meus olhos.

— Você...

— Porra Alekxy, vai se foder, me larga seu veado!

Collins me empurra no chão e se levanta com um sorriso divertido. Queria abraça-lo mais, mas ele se afastava e me socava. A criança aparece novamente. Paro de tentar correr atrás de Collins e corro atrás da criança, que não se mexe.

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