Em Busca De Esperança

♋︎ 𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 V - 𝐀𝐥𝐢𝐜𝐞⃟᠁⃟

——— ♋︎ 🌺 「 POV Alice 」🌺𖤛———

O cheiro era de lar e flores com um perfume que se lembrasse muito bem, florentino. O cheirinho de sua mãe, a mulher de cabelos negros ondulados com os olhos verdes escuros e um sorriso carismático aos outros. 

Alice sentiu seu cheiro e procurou a direção mas sua visão estava escura e uma pontada começa a latejar fortemente em sua cabeça, tentou se mexer mas sentia um peso em cima de si mesma, a dificuldade de respirar causou desconforto e desespero. 

— Será que ela está bem? – Uma voz surgiu aos poucos junto da sua visão que começou a clarear. 

— Ela está abrindo os olhos! – Animadamente outra voz se pronunciou em cima de seu corpo, e logo sentiu suas bochechas serem tocadas. — Shhi, calma. – Continuou aos poucos ajudando a garota ruiva a se acomodar na cama. Assim que desviou seu olhar da mulher mais velha, presenciou Luíza, a amiga de sua irmã. 

Sua irmã! Ayra! Cadê ela? - Sua mente gritou em estouro e logo sua cabeça latejou novamente a fazendo gemer, tocando o local da dor, sentiu algo bem líquido e gélido em seus dedos. 

— Cadê minha irmã? Luíza? O que está acontecendo? Porque você está aqui? – Perguntou todas as suas dúvidas, enquanto olhava diretamente para seus dedos com o sangue seco. 

A garota que estava de pé, caminhou em direção à cama, se ajoelhando ao lado de Alice que se assustou com a rapidez da castanha.  

— Eu sou a irmã do homem que te sequestrou. Eu sei, eu sei que é muita coisa para digerir mas eu vou explicar logo logo. – Segurou as mãos da ruiva em forma de delicadeza mas ela recuou, não queria delicadeza, queria sua irmã. 

— E eu sou a mãe dos dois, e eu lamento muito, muito pelas atitudes do meu filho. – pediu com desgosto nas palavras de filho, Alice sorriu gentil e tentou levantar da cama com a ajuda da mulher e quando finalmente conseguiu, agradeceu minimamente com um aceno de cabeça.  

Não queria admitir para si mesma mas senti no fundo do seu estômago, as palavras de seu tio, talvez pai, estejam certas. Seria filha de barrada ou de Francisco Cruz? As dúvidas eram muito sentidas em seu ventre como um soco frio e quente, um choque interno e mental. 

— Está bem pensativa! – Comentou a mulher mais velha trazendo consigo, duas xícaras de café quentes para o balcão que Alice se encontrava sentada, um pouco distante do mundo real. — Posso perguntar o que te incomoda, criança? – Perguntou encarando as mãos trêmulas da garota ruiva na cadeira, ela parecia cansada e um pouco perdida entre os pensamentos. 

— Meu tio, o Barrada falou algo que me incomoda em minha mente. – Confessou com a voz trêmula e os dedos enrolados entre os outros, a mulher mais velha acolheu suas mãos e acariciou com um carinho de mãe que Alice não sentia a tempos. Mas confusa, retirou com rapidez e abaixou seu olhar com tristeza para o chão.  

— Por que estou aqui? O que eu fiz para seu filho me sequestrar? – A mulher engoliu em seco e sorriu tristonha, sem saber a resposta certa, já que todas formadas em sua mente não pareciam suficiente. Se lembrou de sua adolescência e então percebeu uma enorme consequência. 

— Coringa, queria cobrar seu tio, o Barrada – Sorriu nervosa, se lembrando do homem ruivo quando era mais novo. — Mas ele lhe deu como pagamento, o que eu achei terrivelmente horrível, tanto da parte de seu tio como de Coringa, meu filho. – Sua voz se amargou quando tocou no vulgo de seu filho, Alice sentiu que ela tinha desgosto e decepção por ele, então acalmou seu coração e tirou as palavras ácidas que tinha em sua língua. 

Tomou um pouco de café e se assustou com o quanto estava quente, quase queimou sua boca mas se ajeitou e assoprou o mesmo. A mulher loira sorriu pelo desjeito da mais nova e observou atrás da mesma com um olhar fervoroso, para a babá de Larissa descendo as escadas com a bebê em seus braços.