Tulipa Potter e o Prisioneiro de Azkaban

Capítulo 1 - A visita da Tia Guida

Tulipa Potter narrando

Eu ainda não havia montado uma estratégia de como convencer um dos meus tios a assinarem a minha autorização para ir para Hogwarts, o ideal era falar com um deles individualmente em vez dos dois juntos, acredito que terei mais chances assim, mas a grande questão é qual dos dois é o mais indicado e com quais eu teria mais chances de sucesso.

No momento o melhor é ser o mais educada possível, manter a cabeça baixa e não provoca-los, eu posso ter a proteção do Snape que os impede de me atacar, mas eu preciso convencê-los a fazer algo para mim. Eles já estavam bem irritados este verão porque apesar do tio Valter ter sido promovido graças ao jantar que ofereceu no último verão ao Sr. Mason, a promoção não foi tão boa quanto eles esperaram e por isso os meus tios não puderam comprar uma casa de praia e estão presos aqui tanto quanto eu. Desço para o café da manhã tão arrumada e impecável quanto possível e me sento entre os meus tios na frente da nova televisão que fora instalada na cozinha – um novo luxo graças a promoção do meu tio – pego uma torrada ainda feliz com a liberdade de poder comer algo que não sejam restos e me viro para a televisão que parecia noticiar sobre a fuga de um fugitivo da prisão...

- Alertamos os nossos telespectadores de que Black está armado e é extremamente perigoso, se alguém o avistar deve ligar para o número de plantão emergencial imediatamente.

- Nem precisa dizer quem ele é – o Tio Valter comenta rindo – ele é pura imundice, olhe essas tatuagens, e esse cabelo!

Os meus tios tem uma visão do que deveria ser socialmente aceito para a aparência de alguém, apesar disso eles nunca se deram ao trabalho de me comprar uma única roupa que seja. Eu sempre herdei as roupas antigas, largas e gastas do meu primo Duda o que me conferia uma aparência extremamente desleixada e não adequada para uma garota. Atualmente eu não me visto mais assim, ganhei algumas roupas do professor Snape no meu 1º ano e da Narcisa nas últimas férias e são elas que eu uso quase o tempo todo atualmente.

Olho para a imagem de Sirius Black na televisão, ele tinha cabelos enormes e muito sujos, as roupas não pareciam passar de trapos rasgados, na filmagem ele parecia dar uma risada maníaca e ter algumas tatuagens com símbolos incomuns mas que parecem de alguma forma familiar, apesar de eu não ter certeza de onde. A imagem de Sirius Black é rapidamente substituída por outro reporter que começa a falar de problemas relacionados a plantações de alface, ou algo assim.

- Espere ai! – berrou o tio Valter olhando furioso para a televisão – você não disse de onde esse maníaco fugiu! Do que adianta o alerta? O louco pode estar passando pela minha rua neste exato momento!

Com isso a tia Petunia virou-se de pressa para a janela e começou a olhar para a rua, eu tenho certeza que ela iria adorar ser a primeira a avistá-lo e poder ligar para a policia. A tia Petunia é uma das mulheres mais fofoqueiras que eu conheço, ela passa quase todos os dias espiando os vizinhos e os criticando por qualquer atitude que ela considere errada ou fora do normalmente aceitável.

Os meus tios continuaram conversando sobre a pena de morte e como eles acreditavam que esta é a única solução para este tipo de pessoa. Me mantenho o mais quieta possível decidindo que não valia a pena contrariá-los, mesmo que eu considerasse as suas ideias preconceituosas e obsoletas. Quando o meu tio terminou o café ele se levantou, deu uma boa olhada no relógio e disse:

- É melhor eu ir andando, Petúnia, o trem da Guida chega as dez.

- Tia Guida? – pergunto assustada – É....ela não está vindo? Está?

A Tia Guida era irmã do tio Valter e embora não seja minha tia de sangue, durante toda a vida eu fui obrigada a chama-la de tia. Mas se você acha que ela é daquelas tias legais com quem eu posso pedir dicas de maquiagem ou falar de problemas de garotas ,você está enganada. A tia Guida mora no campo onde faz criação de buldogues, felizmente ela raramente vem nos visitar porque odeia a ideia de se separar os seus cachorros, infelizmente sempre que ela vem ela trás ao menos um deles com ela.