Sunset BLVD. - A Emblem3 Fanfic

Heartache

Se lhe perguntassem, Jennifer seria incapaz de precisar em qual momento, exatamente, suas lágrimas começaram a apostar corrida umas contra as outras em suas bochechas.

Talvez tivesse sido quando viu Pamela Walls enrolar Wesley Stromberg, seu melhor amigo desde que se lembrava por gente, com as pernas e os braços para, em seguida, beijá-lo com o tipo de ardor que fez com que todos os presentes soltassem um suspiro emocionado pelo novo casal.

Ou, então, poderia ter sido quando sentiu as mãos firmes de Ian e Holmes se fecharam sobre seu antebraço e ela sentiu seu corpo sendo cruelmente empurrado em direção à saída da casa de Cheryl, enquanto ouvia a risada de Chloe ecoando em sua mente e via diversas pessoas acompanhando a cena com os olhos, alguns discretamente e, outros, apontando e rindo como se ela fosse a atração mais cômica da festa.

“Não se engane”, uma voz sussurrou dentro da cabeça de Jenny, “As bochechas vermelhas são por causa de Chloe, mas o coração partido é pelo beijo”.

No fim das contas, Chloe manteve-se na festa, incumbindo a missão de jogá-la no gramado da frente para os dois brutamontes à sua ordem. Por isso, Jenny não podia negar, ela lhe seria eternamente grata.

Não haveria fim à sua miséria caso Chloe vislumbrasse suas lágrimas, enquanto os dois garotos, ainda que não a conhecessem, pareceram amolecer ao ver as lágrimas desprendendo-se dos seus cílios.

Ian até mesmo chegou a sussurrar um “sinto muito”, enquanto seguia com o amigo de volta para dentro da casa de Cheryl.

De qualquer forma, ali estava ela. Sentindo os braços arrepiados pela brisa fria da noite, enquanto seus olhos eram incapazes de enxergar através das lágrimas. Tudo o que ela queria, naquele momento, era simplesmente voltar para casa e se enfiar embaixo de seu cobertor, de onde nunca deveria ter saído.

“Maldita seja Alex, maldito seja Wes, maldita seja eu”, rosnou mentalmente, enquanto puxava o seu celular da bolsinha que tinha pegado emprestada de Alex e discou o número da amiga; observando um fluxo novo de pessoas chegando pela rua, Jenny virou-se de costas, na esperança que elas não vissem seu rosto deformado pelas lágrimas.

Tuu. Tuu. Tuu.

A imagem dos lábios de Wesley colados ao de Pamela fizeram com que seu coração e a boca de seu estômago se contraíssem de uma forma dolorosa e cruel e novas lágrimas se soltaram.

Nunca chegou a realmente tê-lo, mas, por Deus, como era doloroso perdê-lo.

Ao seu ouvido, a voz de uma mulher informava que seria redirecionada para a secretaria eletrônica e Jenny deslizou agilmente os dedos pela tela do celular e encerrou a ligação.

Pensou em tentar ligar novamente, mas não queria continuar onde estava, tão próxima daquele grande casarão repleto de pessoas felizes, mas que lhe trazia tantas recordações desagradáveis recentemente forjadas.

Os três primeiros passos que Jenny tentou dar lhe causaram alfinetadas de dor contra os seus pés, fazendo-a se lembrar de que os sapatos que usava eram pequenos demais para aguentar a caminhada que estava se preparando para fazer.

Sem pensar duas vezes, Jennifer limpou as lágrimas mais recentes que desciam se sua bochecha, enquanto, resmungando, tirava os sapatos e, com os pés descalços, começou a caminhar pela calçada; a princípio, o que sentiu quando as solas de seus pés tocaram o chão disforme e frio foi uma dor ainda maior do que a que sentia quando eles estavam apertados dentro do sapato elegante, mas, aos poucos, a dor latejante cedeu e uma sensação de alívio fez-se sentir.

Jennifer nunca foi muito fã de caminhar no escuro, mas, naquele dia em particular, estava feliz por ter de fazer o caminho até a sua casa no escuro. Assim, ninguém precisaria saber das suas lágrimas, a não ser ela mesma.