Books, Video Games, Music and Life in General

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Jenny sentiu as primeiras gotas de chuva e forçou as pernas, pedalando mais rápido pela rua, já conseguindo distinguir a casa cor de pêssego dos Chadwicks no final do quarteirão.

“Só mais um pouquinho, só mais um pouquinho...”, ela repetia, mentalmente, enquanto sentia os músculos das coxas ardendo, em razão do esforço, e a chuva apertando à sua volta.

Finalmente, a silhueta da casa começou a aumentar gradualmente, a medida que ela se aproximava de seu destino e Jenny pulou para fora de sua bicicleta, ágil, apoiando-a na frente do poste que ficava adjacente ao caminho pavimentado que dava acesso à espaçosa garagem da residência.

Com movimentos automáticos, enrolou uma corrente metálica revestida de tecido entre a barra central da bicicleta e amarrou-a em volta do poste, fechando-a com um clique.

A essa altura, a chuva já havia se tornado mais furiosa e Jenny conseguia sentir as gotículas de água escorrendo pelos braços descobertos pela blusa. Abaixou a cabeça e cobriu rapidamente o caminho entre a calçada e a varanda da casa, parando apenas quando seus pés pisaram sob o telhado e ela estava a salvo da chuva.

Tremendo de frio, Jenny usou as mãos para expulsar a camada de água que tomara seus braços e, depois, passou as mãos pelos cabelos castanhos, sentindo-os levemente úmidos. Um vento frio empurrou as gotas da chuva para dentro da varanda, quase como se fossem os braços insatisfeitos da tempestade, decididos a puni-la mais um pouco.

Rapidamente, Jenny caminhou até a porta de entrada e pensou em bater na porta de madeira, mas conseguia ouvir o som distinto de tiros e uma música grave se sobressaindo sobre o som envolvente da chuva à sua volta, e chegou à conclusão que Wesley e Andrew estavam jogando vídeo game e muito provavelmente não ouviriam se ela simplesmente batesse na porta.

Com um suspiro, apertou o botão da campainha brevemente e mordiscou o lábio inferior, alternando o peso de um pé e o outro, enquanto esperava que Wesley aparecesse para, com sorte, oferecer-lhe sua blusa de frio e leva-la para casa no conforto sacramental de um carro.

Cerca de dois minutos se passaram, e ninguém aparecera para abrir a porta; não apenas isso, mas os sons do vídeo game continuaram, ininterruptos.

Jenny revirou os olhos.

“Típico”, pensou, antes de atolar o dedo na campainha, sentindo um misto de vergonha e satisfação ao ouvir o som estridente da campainha ressoando por todo o interior da casa.

- JÁ VAI! – ela ouviu a voz de Drew berrando, ao mesmo tempo em que os sons de tiro cessaram; cerca de vinte segundos depois, a porta à frente de Jenny abriu-se abruptamente. A expressão incomodada do rapaz foi rapidamente substituída por uma de confusão – Ahn... Jenny?

- É. Hm. Oi – ela ensaiou um sorriso, mas a arte de sorrir verdadeiramente para Drew Chadwick nunca fora dominada por ela, então ela desistiu no meio do caminho e simplesmente revirou os olhos – Pode chamar o Wesley para mim, por favor?

Drew ficou em silêncio por um breve instante, parecendo digerir as palavras dela.

- O Wesley não está aqui – ele disse, afinal – Achei que ele tivesse te avisado.

- Ele não... me avisa... Onde ele está? – ela perguntou, perplexa, sentindo uma sensação pouco agradável na boca do estômago.

- Bom... – Drew deu de ombros – Ele recebeu uma mensagem da Pamela chamando ele para ir para uma sorveteria, acho, e ele foi.

- Não acredito nisso... – Jenny murmurou, por entre os dentes cerrados.

- É verdade, juro – Drew respondeu, dando um passo para o lado, liberando-lhe a passaem – Pode revistar a casa se quiser ter certeza.

Sunset BLVD. - A Emblem3 FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora