Jenny não conseguiu dormir muito aquela noite. Seus sonhos eram conturbados e confusos, fazendo com que ela acordasse várias vezes, agoniada. Mais de uma vez, ela despertou dos mundos dos sonhos, convencida de que o caso entre sua mãe e o professor Grimace não passara de um pesadelo, para em seguida ser recepcionada pela triste verdade.
Era quase quatro horas da manhã quando ela desistiu de tentar dormir e resolveu pegar um copo de água na cozinha. Talvez sair um pouco do quarto e esticar as pernas fosse auxiliá-la a se livrar de todos aqueles pensamentos ruins; ela tinha a sensação que poderia morrer sufocada dentro do próprio quarto.
Assim que pisou no corredor do segundo andar, no entanto, ela ouviu o som da televisão da sala. O volume não estava alto, mas como a casa estava mortalmente silenciosa, era possível distinguir o ruído baixo de um diálogo no andar debaixo. As paredes tremulavam, iluminadas pelas imagens da tela da televisão.
A garota desceu cautelosamente os degraus; esperava que fosse encontrar seu pai dormindo no sofá, mas o que encontrou foi o homem, enrolado um cobertor, sentado numa posição ereta, olhando para a televisão como se fosse capaz de enxergar através dela. Ele parecia exausto, como se não dormisse há semanas.
- Pai? – Jenny murmurou, sua voz alta o suficiente para se impor sobre os sons que emanavam da televisão – Você está bem?
- Ah? – lentamente, ele olhou para a filha; demorou alguns segundos para processar a pergunta da garota, mas logo concordou com um breve e vago acena de cabeça – Bem. Sim. Não consegui dormir.
- Sei – Jenny murmurou, desviando o olhar para os próprios pés – Eu também não.
Os dois ficaram em silêncio por longos segundos, permitindo que as vozes dos personagens do filme de ação que Geoffrey estava assistindo preenchessem o recinto.
- Eu vou pegar um copo de água – Jenny informou – Você quer também?
- Sim. Eu gostaria de um pouco de água – ele respondeu.
- Está bem – ela ofereceu um sorriso meio triste e saiu da sala a passos largos; quando entrou na cozinha, permitiu-se respirar profundamente.
De todos os lugares da casa, aquele era o que mais a lembrava de sua mãe. Caroline não era exatamente a melhor cozinheira, mas sempre se esforçava para fazer os pratos prediletos da filha e do marido.
Jenny viu o avental com os dizeres "Melhor mãe do mundo" bordado em rosa pendurado no encosto de uma das cadeiras da copa e sentiu um misto de tristeza e raiva. De supetão, pegou o pedaço de pano e o jogou dentro do latão de lixo reciclável.
Depois de respirar profundamente e lutar contra as lágrimas, ela serviu dois copos de água e voltou para a sala. Sentou-se ao lado do pai no sofá e lhe entregou um dos copos.
- Você se importa se eu assistir esse filme com você? – ela perguntou, dando um gole no copo que segurava com as duas mãos.
- De forma alguma – Geoffrey respondeu com um sorriso – Na verdade, eu adoraria um pouco de companhia agora.
Os dois se entreolharam e ofereceram um meio-sorriso; depois, Geoffrey ofereceu dividir as cobertas com a filha, que se ajeitou contra ele. Os dois ficaram na mesma posição até adormecerem no meio do filme.
XxXxX
Drew acordou e checou o celular. Desde que vira Jenny pela última vez, no dia anterior, não teve mais notícias da garota. Ele chegou a ligar algumas dezenas de vezes, mas ela não retornou nenhuma das ligações. E, pelo que ele podia checar, também não havia entrado no whatsapp desde a tarde do dia anterior.
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Sunset BLVD. - A Emblem3 Fanfic
Fanfiction"She's startin' to get the best of me while she makes her mind up whether she wants me or Wesley" (Sunset BLVD. por Emblem3) Jennifer Collibre e Wesley Stromberg são melhores amigos desde a infância. No entanto, as coisas vêm mudando entre eles nos...