Wes observou Jenny se afastando e caminhando em direção a Drew, que a esperava do lado do armário. Tudo naquele cenário parecia errado: o fato de que Jenny e ele não mais se falavam, o fato de que ele teve que mentir sobre a ligação que fizera na noite passada... a pesada verdade que arranhava sua garganta e afundava seu peito.
- O que ela estava fazendo aqui, conversando com você? – a voz de Pamela fez-se ouvir às suas costas e Wes congelou por dentro.
A última coisa de que precisava no momento era que sua namorada começasse uma cena de ciúmes por causa da garota que um dia foi sua melhor amiga.
- Nada demais – ele respondeu, fechando o armário e trancando-o com o cadeado.
- Você não contou a ela, contou? – Pam perguntou, num tom de voz apreensivo, um pouco mais alto que um sussurro – Sobre o que vimos ontem à noite?
- Não – Wes respondeu, o gosto azedo da mentira ainda em sua boca – Não parecia o momento certo. No meio do corredor, com um monte de pessoas... Quero dizer... – ele hesitou – Eu não gostaria de saber desse jeito.
- E como você pretende contar, então? – Pamela colocou as duas mãos nos quadris e lhe lançou um olhar feroz – No meio de um jantar romântico à luz de velas, em algum lugar em que não haja mais ninguém, além de vocês dois?
Foi um pouco desconcertante que a imagem mental sugerida pelas palavras de sua namorada lhe fossem tão agradáveis. Mas esforçou-se para manter a mesma postura.
- É claro que não – rebateu, de forma veemente – Só não acho que esse é o jeito certo de contar a verdade para ela. Só isso.
- E você acha que tem um jeito certo? – Pamela insistiu – Wes, contar para uma pessoa que um dos pais dela está tendo um caso... você realmente parou para pensar nas consequências disso? Esse é o tipo de informação que pode destruir uma família para sempre. Você quer mesmo ser a pessoa responsável por dizer isso a Jenny?
Wes, que passara boa parte da madrugada em claro pensando sobre o assunto, teve que admitir que não havia analisado o assunto por aquela perspectiva. O que Jenny faria, se lhe contasse? Contaria ao pai, certamente. Eles eram melhores amigos e cúmplices. E o que tio Geoffrey faria? Pediria o divórcio no ato ou aceitaria o perdido de perdão de Caroline Collibre? Ainda que fosse o caso... ainda que a perdoasse... como seriam as coisas entre eles a partir de então?
Lembrou-se de como havia sido terrível quando seus pais se divorciaram. Como tudo pareceu incerto e ele só era capaz de se sentir infeliz por dentro e furioso com todo mundo. Recordou-se da estranheza que sentira ao entrar em sua casa nos primeiros meses após seu pai ter se mudado para Califórnia.
Naquela época, os Collibre haviam sido a sua família. Quando sentia que não podia mais aguentar ficar dentro de casa, observando sua mãe se arrastando pelos cantos com os olhos cheios de lágrimas, ele pegava seu skate e ia até a casa de Jenny, onde tudo parecia normal e ele podia fingir que era irmão mais velho da melhor amiga e que seus pais se amavariam para sempre e ele sempre teria um lar amoroso o esperando.
E agora ele continha a informação que poderia despedaçar a família de Jenny.
- Então... você acha que eu deveria mentir? – perguntou para a namorada.
- Bem... – Pamela encolheu os ombros, como se realmente não soubesse como responder à pergunta – Eu acho que não é da nossa conta. Se a mãe dela está tendo um caso, quem deve contar a verdade é ela, e não você. Ou eu. Ou qualquer outra pessoa.
- Eu não acho que a tia Carol vá falar qualquer coisa – ele respondeu, lembrando-se do discurso da mulher sobre ter terminado o caso com o professor.
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Sunset BLVD. - A Emblem3 Fanfic
Fanfiction"She's startin' to get the best of me while she makes her mind up whether she wants me or Wesley" (Sunset BLVD. por Emblem3) Jennifer Collibre e Wesley Stromberg são melhores amigos desde a infância. No entanto, as coisas vêm mudando entre eles nos...