Sunset BLVD. - A Emblem3 Fanfic

Capítulo 36 - Remember Us

Wes aguardou ansioso do lado de fora da janela, incerto do que esperar. Eles não haviam mais se falado desde a briga no sábado e ele não tinha ideia de como ela interpretaria sua presença.

Suspendeu a respiração quando viu a garota levantando da cama e caminhando em sua direção. Ali estava o momento da verdade.

Seus músculos ficaram tensos quando ouviu o som da janela sendo destravada e, em seguida, não havia mais o vidro entre ele e a garota. Jenny o encarava com uma expressão misteriosa, de forma que ele não era capaz de decifrar seus pensamentos.

- Olá – ele arriscou – Posso entrar?

Ela mordiscou o lábio inferior e assentiu com um aceno de cabeça, recuando alguns passos de forma a liberar a sua entrada. Wes deslizou pela janela e olhou em volta, reconhecendo os detalhes familiares do quarto da amiga.

Por mais que, por anos, aquele tivesse sido seu segundo quarto, fazia meses que ele não entrava ali... e tudo era estranho.

Embora a mobília fosse a mesma e, essencialmente, o quarto estivesse do mesmo jeito que o vira da última vez, tudo parecia mudado.

Ele ficou parado, apoiado na janela, tentando decidir o que fazer ou falar em seguida, percebendo naquele momento que ele não havia realmente pensado sobre os próximos passos antes de subir a árvore e escalar o telhado da casa dos Collibre.

Talvez Alex estivesse certa ao dizer que pensar não era o seu forte.

- Como você está se sentindo? – ele perguntou, quebrando o silêncio.

Tão logo as palavras deixaram seus lábios, ele se arrependeu de tê-las pronunciado.

"Como ela estava? Qual é o seu problema, seu primata?", ele quase conseguia ouvir a voz de Alex ecoando em sua mente, "Ela descobriu sobre a infidelidade da mãe com o professor, seus pais provavelmente vão se divorciar e, agora, todos os seus colegas de escola sabem da sua ruína pessoal. É óbvio que ela não está bem".

Jenny encolheu os ombros e balançou a cabeça de um lado para o outro, incapaz de traduzir em palavras seus próprios sentimentos.

- Bom... – Wes prosseguiu – Cheryl vai ser suspensa por causa de toda a história das mensagens. E, ao que tudo indica, o professor Grimace vai sofrer um processo disciplinar...

- E daí? – Jenny murmurou, cruzando os braços – De que adianta? Meus pais continuam não se falando e todo mundo que eu conheço sabe sobre o caso da minha mãe – suas palavras ficaram trêmulas por causa das lágrimas, mas ela conseguiu se controlar – Minha vida está arruinada.

Wes quis atravessar a distância entre eles e abraçá-la, mas sentia que aquele não era o momento. Ao invés disso, apertou a batente de madeira da janela com as mãos.

- Eu realmente sinto muito que você esteja passando por tudo isso. Sei que pode não parecer... ou importar... mas eu preciso que você saiba que era justamente isso que eu estava querendo evitar... – ele estudou a expressão magoada da amiga antes de prosseguir – Quando eu descobri sobre a sua mãe... eu quis te contar... a princípio... mas depois ela me procurou e prometeu que seria diferente... que foi um erro... que ela não queria perder vocês... e eu quis acreditar nela, entende? Eu acho que você se lembra de como eu sofri quando meus pais se separaram e... eu só queria te poupar disso tudo. Me desculpe por ter escondido a verdade de você, mas... mas eu fiz o que achei que era melhor para todo mundo.

Ele só percebeu no fim de seu relato que Jenny tinha iniciado um choro silencioso.

- Eu só... – ela fungou, tentando lutar contra as lágrimas – Eu só estou... tão... brava. E decepcionada. E magoada. E... e triste – ela soluçou mais uma vez – Eu estou tão triste, que é quase como se eu nunca mais conseguisse ser feliz. E eu me sinto sufocada, sabe? – ela limpou as lágrimas com um gesto um pouco brusco – Porque... não tem solução. É um problema que simplesmente não depende de mim para ser resolvido. É como se eu estivesse afundando em um oceano e não importa o quanto eu bata as pernas ou os braços, não tem terra à vista. Não tem boias. Não tem outras pessoas por perto...