Slow Down

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Wes ficou parado na mesma posição por alguns instantes, a única pessoa imóvel na pista de dança improvisada no jardim dos fundos da casa de Chloe. Seu cérebro parecia rodopiar, perdido em pensamentos confusos, enquanto um sentimento sufocante parecia impedir sua respiração de sair de forma natural.

Pamela continuava dançando à sua frente, completamente alheia aos efeitos que seu comentário inocente sobre Jenny e Drew havia causado ao seu novo namorado.

O rapaz só conseguiu se sentir livre o suficiente para agir novamente quando viu Drew, que havia sido abandonado por uma Jennifer Collibre apressada, começando a caminhar em direção à casa de Chloe. Wes imaginou que aquilo significasse que o amigo estava seguindo sua melhor amiga e um instinto super protetor aflorou nele, como de costume.

- Preciso beber alguma coisa - ele murmurou para Pamela e, sem esperar uma resposta da namorada, saiu andando atrás de Drew, desviando dos adolescentes já um pouco embrigados que se contorciam entusiasmados ao ritmo da música alta que tocava.

- Wes! Onde você está indo? Espera! - Pamela berrou e ele sentiu a mão dela se entrelaçando à sua apenas de forma marginal; a verdade era que seu cérebro estava preocupado demais tentando decodificar tudo o que estava acontecendo.

Então, Drew e Jenny estavam dançando. Parte dele já estava incomodado com isso, porque raramente conseguia fazer com que ela dançasse com ele, e eles eram melhores amigos desde sempre - mas a garota sempre alegava sua falta de habilidade para se safar de todas as tentativas dele em festas familiares e casamentos que haviam comparecido juntos. A ideia de compartilhar Jenny com qualquer pessoa já era incômoda, mas saber que ela estava disposta a fazer com Drew coisas que raramente fizera com ele o deixava irritado de uma forma inédita.

E, depois, havia ocorrido aquele momento estranho entre os dois. Aquela proximidade súbita, os narizes roçando… Wes quase acreditou que eles teriam se beijado, não fosse o fato de que Jenny pareceu desistir da ideia e debandou, assustada.

E isso, sim, havia mechido com ele de uma forma inexplicável. Sua irritação por presenciar o momento de intimidade entre os dois apenas se aprofundou, e Wes não sabia identificar muito bem o que havia sido o catalisador; se o fato de que Drew estivera prestes a sentir os lábios de Jenny nos seus ou a forma como ela havia se afastado, parecendo indefesa.

Drew a havia submetido a uma situação que a havia deixado desconfortável e Wes sabia muito bem que Jenny tinha a tendência de travar em situações como aquela, o que queria dizer que, muito provavelmente, precisaria exercer sua função como melhor amigo para ajudá-la.

Talvez isso envolvesse socar Drew novamente e, pela primeira vez em anos, aquela perspectiva fez com que uma onda morna de antecipação inundasse seu peito. Parte dele queria que uma medida drástica como um confronto físico fosse necessária.

Wes e Pamela entraram na casa de Chloe e a primeira coisa que o rapaz fez foi verificar a cozinha, que estava vazia, sem sinal algum de Drew ou Jenny. Franziu o cenho, tentando encontrar algum indício do paradeiro da amiga.

Instintivamente, seus sentidos se aguçaram e ele pôde ouvir uma voz berrando, de forma insistente:

- Jenny! Jenny! Está tudo bem? Eu só quero conversar! Abre a porte! - era Drew.

Puxando Pamela pela mão escada acima, Wes encontrou Drew recostado contra uma porta, parecendo preocupado, batendo nela com tanta força que a madeira tremia sempre que entrava em contato com a sua mão.

- O que está acontecendo aqui? - Wes perguntou, sentindo um pânico súbito aflorando dentro do seu peito.

Era assim que se sentia sempre que percebia que Jenny estava em apuros e precisava de alguém. Precisava dele.

Sunset BLVD. - A Emblem3 FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora