Sunset BLVD. - A Emblem3 Fanfic

Everybody's Changing...

Jenny sentiu como se seu coração tivesse parado de bater e a respiração ficou presa em sua garganta, enquanto os pensamentos se embolavam na sua cabeça, um atropelando o outro. Só conseguiu sair do seu estado de transe catatônico quando Wesley bateu com os nós dos dedos contra o vidro e acenou para ela, do outro lado da janela, com aquele sorriso irresistível que parecia ser capaz de iluminar toda uma cidade.

Sentindo todo o seu corpo trêmulo e ouvindo o sangue rugindo em seus ouvidos, ela chutou os lençóis para longe e caminhou, hesitante, até a janela. Suas mãos estavam suadas quando ela puxou a batente da janela e, bem assim, não havia nada a não ser ar entre eles dois.

- Oi – Wes disse, seu tom de voz parecia gentil e saudoso e o coração de Jenny se comprimiu.

- Wes – sua voz saiu trêmula e ela mordiscou o lábio inferior, incerta do que pensar sobre aquilo – O que você está fazendo aqui? – ela perguntou, dando alguns passos para trás, num convite silencioso para que ele entrasse.

- Trouxe sua bicicleta – ele respondeu, enquanto escorregava as pernas para dentro do quarto, deslizando o resto do corpo para dentro em seguida – E isso também – acrescentou, estendendo uma sacola plástica do Wallgreens que só então Jennifer percebeu que ele trazia consigo.

Relutante, Jenny pegou a sacola, sentindo uma onda elétrica atravessando seu corpo quando sua mão roçou na dele. Com um suspirou, abriu-a e espiou seu interior.

- Sorvete de doce de leite da Häagen-Dazs e coca-cola de uva! – ela guinchou, sentindo-se instantaneamente melhor; afinal, ali estavam os seus dois melhores amigos para expulsar qualquer espécie de depressão.

Ergueu os olhos e encontrou Wes sorrindo para ela.

- Eu sabia que isso faria com que você se sentisse melhor – ele disse, como quem meramente aponta um fato.

- Obrigada, Wes – ela sorriu e, sem realmente pensar sobre o assunto, colocou-se na ponta dos pés e depositou um beijo na bochecha dele.

Imediatamente, ele passou os braços em volta da cintura dela e puxou-a para um abraço. Jenny fechou os olhos com força, temerosa que o gesto pudesse trazer suas lágrimas de volta, mas recostou a cabeça contra o peitoral dele e se permitiu ficar ali, naquela posição, sentindo-se protegida por ele.

Assim, envolvida pelo cheiro familiar dele e pelo calor de seu corpo, era quase possível esquecer tudo o que havia acontecido nas últimas três horas.

Quase.

- Eu estava tão preocupado... – ele sussurrou, sua voz fazendo cócegas no ouvido dela de uma forma deliciosa, que fez todo o seu corpo se arrepiar – Eu não conseguia parar de pensar em você. Precisava saber que você estava bem, ou então... – ele se interrompeu, parecendo repentinamente furioso, muito embora Jenny fosse incapaz de determinar quem era o alvo de sua irritação – Aquela Chloe ainda vai se ver comigo – ele resmungou – Ninguém faz você chorar e sai impune por isso.

Jennifer não pôde evitar a risada fraca e sarcástica que escapou de seus lábios.

- O que foi? – Wes perguntou, afastando-se apenas o suficiente para observar os olhos dela.

- Nada – Jenny respondeu, sentindo seu coração se comprimir por causa da mentira; quando Wes ergueu as duas sobrancelhas numa expressão desconfiada, ela soube que ele não acreditara na resposta – Você. Acho engraçado como você pode ser tão... protetor, às vezes.

“E, outras vezes, ser tão negligente a ponto de estilhaçar meu coração e nem perceber”, ela acrescentou em pensamentos, mas não verbalizou nada daquilo.