Wes ficou parado por alguns segundos, sem saber muito bem como reagir. Jenny o encarava com os olhos castanhos arregalados, marejados; a expressão de decepção em seu rosto fez com que ele sentisse uma espécie de dor física.
- Sabia, Wes? – ela insistiu, tirando-o de seus pensamentos.
- Sim – ele admitiu.
Ela abriu a boca, como se fosse dizer algo, mas em seguida a fechou. O silêncio que pairou entre eles era estranho, incômodo. Wes quis se aproximar, mas sentiu como se houvesse uma parede impenetrável e invisível entre eles.
- Como você sabe? – ela perguntou, desviando os olhos do rosto dele para um ponto qualquer no chão entre eles.
- Eu os vi juntos um dia... – ele respondeu, sentindo seu peito afundar – Assim como você.
- Há quanto tempo?
Wes hesitou por alguns instantes. Ele sabia que ela o odiaria assim que respondesse a verdade, por isso, tentou adiar aquele momento o tanto quanto possível.
- Hein? Há quanto tempo você sabe que minha mãe está tendo um caso com o meu professor? – Jenny reiterou a pergunta, dessa vez com mais força e olhar que ela lançou na sua direção era furioso.
- Algum tempo – ele respondeu, desviando os olhos da expressão irada da melhor amiga.
- Quanto tempo? – ela sibilou.
Wes fechou os olhos e reuniu toda a sua coragem.
- Alguns meses. Dois ou três.
- Você sabia disso há todo esse tempo? – Jenny chutou os cobertores para longe e se levantou, perplexa – E você não considerou me contar sobre isso?! – rugiu, furiosa.
- Eu quis te contar! – Wes rebateu – Mas não era tão simples assim! A gente nem estava conversando na época! E sua mãe... sua mãe me disse... me jurou... que tinha terminado tudo! Que nunca mais aconteceria nada entre eles... e a Pamela... – ele se interrompeu, assim que percebeu o que tinha dito.
"Merda", repreendeu-se em pensamentos.
- Pamela? – Jenny ecoou, confusa e perplexa – O que a Pamela tem a ver com isso? – Wes não respondeu, mas ela soube interpretar muito bem o seu silêncio – Ela sabia? Você contou para ela, mas não contou para mim?
- Não! – Wes exclamou, sentindo como se fosse uma mosca inútil presa na teia de uma aranha ardilosa – Óbvio que não! Ela... ela estava junto... nós estávamos jantando em um restaurante, quando encontramos com a sua mãe... e o professor Grimace. Foi assim que eu descobri.
Jenny imaginou a cena e seu estômago se revirou, enojado. Imaginou Wes e Pamela num encontro romântico de mãos dadas e sua mãe e seu professor na mesma posição, numa mesa ao lado.
As lágrimas começaram a rolar por suas bochechas de novo e ela passou as mãos pelos cabelos, exausta. Ela estava cansada. Esgotada. Aquele dia parecia nunca acabar, e a cada segundo que passava ele parecia se tornar pior. Mais tenebroso.
- Jenny... – Wes murmurou, apoiando a pipoca e o refrigerante na escrivaninha – Eu sinto muito. Eu queria dizer a verdade. Mas eu não sabia como. E eu realmente queria acreditar que a tia Carol estava falando a verdade, e... Eu sinto muito. Por favor, me desculpe.
Ela virou de frente para a janela do quarto de Wes, observando a rua escura, enquanto ele analisava seu perfil.
- Sabe o que eu estava pensando? – ela perguntou, sem olhar para ele, seu tom de voz vazio.
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Sunset BLVD. - A Emblem3 Fanfic
Fanfic"She's startin' to get the best of me while she makes her mind up whether she wants me or Wesley" (Sunset BLVD. por Emblem3) Jennifer Collibre e Wesley Stromberg são melhores amigos desde a infância. No entanto, as coisas vêm mudando entre eles nos...