-Harry indo para o Baile de Halloween com Cedric é o terror de Malfoy. -Falou Ron, entusiasmado.- Mas acho que ainda prefiro ele com aquela doninha. Me parecia mais certo.
-Finalmente concordamos em alguma coisa, irmãozinho. -Disse Fred, brincando.-
-Será que ele finalmente está desenvolvendo o lado inteligente do cérebro, Fred? -Perguntou George, sarcasticamente.- Nosso Uon-Uon está crescendo.
-Ah, vão se foder vocês dois. -Ron levantou o dedo do meio para os gêmeos.-
-Cuidado, Uon-Uon, você não vai querer receber outro berrador da mamãe, não é? -Disse Fred, sorrindo com a lembrança do segundo ano do irmão.- Bons tempos.
-Calem a boca vocês três! -Hermione finalmente entrara na conversa, exclamando em tom baixo.- Olha quem vem aí.
Com um aceno de cabeça ela indicou o trio que vinha em uma velocidade relativamente alta em direção a eles. Fred e George grunhiram, enquanto a garota revirava os olhos.
-Tenho medo de Sonserinos em bando. -Começou Ron.- O andado deles é tão... assustador.
-Bom saber, Weasley. -Blaise respondeu, andando atrás de Draco.-
-Por que estão aqui? -Indagou Hermione.- Falem logo todas as coisas asquerosas sobre eu ser uma...
-Granger, não estamos aqui por você. -Draco interrompeu.- Estou aqui por Harry.
-Vocês terminaram. -Disse Ron.- Não há mais nada entre vocês.
-Por isso estamos aqui, cenoura ambulante. -Pansy retrucou.- A menos que queiram aguentar Potter triste pro resto das suas vidas e aturar aquele choro irritan...
-Pansy. -Draco interrompeu, em tom de repreensão.- Por favor.
-Tá. -A garota recomeçou.- Precisamos da ajuda de vocês. Por favor.
O quarteto se entreolhou, indeciso. George arregalou os olhos, e Fred franziu o cenho. Realmente, Harry fingindo que havia superado Malfoy era um saco. Podiam ouvir o menino chorando todas as noites na sala comunal.
-Aceitamos. -Respondeu Ron.- Só porque eu quero Harry feliz.
-Ótimo. -Respondeu Draco.- Agora vamos pra um lugar mais reservado pra Pansy explicar o plano para vocês.
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Os sete fecharam a porta da sala vazia mais próxima que encontraram. Pansy se dirigiu para a frente de todos, tomando o lugar de uma "professora".
-Bom, é o seguinte. -Começou a garota.- Primeiramente, obrigada por concordarem. Segundo, o plano vai acontecer em trinta e um de outubro, dia do Baile de Halloween. Vocês dois, -apontou para Ron e Hermione.- suponho que vão ao baile juntos, sim?
-Certo. -Respondeu Hermione.- E?
-E que vocês são grudados com Potter, e não vão precisar envolver mais ninguém nisso. Continuando, vocês vão levar ele para o corredor em que Pirraça vai estar. Se certifiquem de que ele vai estar vestido só com a camisa social, o blazer tem que estar no ombro. E é aí que os gêmeos entram. Só vocês sabem controlar Pirraça. Preciso que ele roube a roupa de Harry e vá direto para a Torre de Astronomia. Agora me digam alguma passagem secreta que vá para a Torre, sim?
-Bom... -Começou Fred.- tem a passagem perto da Torre da Grifinória.
-Muito bem, Weasley um, muito bem. Potter vai correr atrás de Pirraça para recuperar o blazer, mais ainda vai ter que subir alguns lances de escada. Nisso, Granger vai correr pela passagem para ampliar e animar umas fotos da câmera de Draco em volta da Torre. Vai estar tudo organizado em uma decoração estelar, então as fotos vão parecer que fazem parte do céu. Eu e Blaise estaremos lá em cima uma hora e meia antes, organizando tudo. E você, Doninha, -Pansy apontou para o loiro, que levantou as sobrancelhas.- vai preparar o discurso mais meloso e romântico que existe, está bem?
Draco concordou com a cabeça, enquanto a amiga retomava o ar para seus pulmões. A morena virou-se novamente para a turma, que a olhava com incredulidade.
-Quando escutarmos os passos de Potter na escada, vamos sair pelo mesmo lugar que Granger vai entrar e trancaremos a Torre. Quando Draco lançar faíscas vermelhas pela janela, abriremos tudo. Já asseguro que os feitiços serão anti-alohomora, anti-bombarda ou qualquer outro que possa abrir aquela porta.
-Estou impressionado que Hermione não pensou nisso antes. -Falou Ron, surpreso.- Mas o plano é muito bom. Estou dentro.
Vozes em concordância ressoaram pela sala, e então Draco finalmente liberou a voz e tomou o lugar da amiga.
-Dispensados. Tenho um discurso pra preparar. Umas duas horas antes nós vamos repassar o plano na biblioteca.
Todos acenaram positivamente com a cabeça e dispersaram-se, saindo pela porta. Cada grupo ia para sua aula seguinte, e Harry, quando encontrou com os amigos no corredor, nem suspeitava do que haviam feito. Aquele plano tem de dar certo. Vai dar certo.
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Mais tarde, na biblioteca, Harry estava deitado na cadeira vermelha em frente a lareira, destinada para a leitura no local. Parecia abatido. Hermione e Ron sentaram-se junto ao amigo e começaram a conversar com ele para descobrir se o plano teria alguma efetividade.
-E aí Harry? -Começou Hermione como quem não queria nada.- Como você se sente sabendo que vai para o Baile de Halloween com Cedric Diggory?
-Queria que Draco tivesse me convidado. -Respondeu Harry, em um tom desanimado.- Mas nós brigamos, e eu tenho que estar com raiva dele.
-Você ter que sentir raiva não significa que você está realmente com raiva. -Ron retrucou.- Qual é, Harry? Estou quase conjurando um espelho pra você ver a situação que está.
-Estou bem. -Harry retrucou friamente.- Só estou...
O moreno mal terminou a frase e Ron já acenava a varinha para o ar. À frente de Harry, surgiram pés dourados e uma grande superfície que refletia o garoto. Os cabelos mais bagunçados que o normal, a gravata desajustada, as mangas da camisa branca repousando nos cotovelos e olheiras da cor de uvas. Harry analisou sua própria imagem e arregalou os olhos em susto. Não imaginava que estava aparente o jeito que estava quebrado por dentro. Sentia falta de acordar envolvido pelos braços de Draco, das reclamações sobre sua bagunça, das fotos que ele tirava aleatoriamente, do perfume forte do loiro, dos beijos apaixonados e quentes, e, principalmente, das roupas da Sonserina que ele roubava para si. Tinha até começado a gostar do verde e prata em contraste com seus cabelos escuros.
-... estou péssimo. -Terminou Harry.- Mas não vou pedir desculpas. Não fui eu quem falei merda.
-Aposto que ele vai se desculpar. -Disse Ron, inocentemente.- Malfoy está tão ruim quanto você.
-Vai se desculpar sim. E eu sou da Sonserina.
-Tecnicamente, Harry... -Começou Hermione, quando o moreno levantou o dedo do meio para a amiga.-
-Draco é muito orgulhoso, Hermione. Isso enche o saco.
-Ele teve com quem aprender. -Disse a garota, fixando os olhos em Harry.-
-Ah, foda-se. -Disse Harry, levantando-se da cadeira.- Vou para o dormitório. Preciso descansar. Boa noite.
-Boa noite. -Os amigos responderam em som uníssono.-
Harry passava pelo corredor do segundo andar em direção à escada que o levaria direto à Masmorra da Sonserina. Ouviu uma fungada do banheiro da Murta-Que-Geme, e decidiu dar uma espiada no lugar, só por precaução. Colocou apenas os olhos através da porta e viu Draco apoiado no ombro de Blaise, chorando.
-Sinto falta d-dele, Blaise.
-Eu sei, Draco. Mas vai dar tudo certo. Vai ficar tudo bem.
-Esp-pero. Obrigado
Os dois se abraçaram e começaram a se levantar. Harry saiu correndo em direção ao seu dormitório. Assim que fechou a porta, dirigiu-se para a divisória mágica que tinha instalado ali. Eles não dividiam mais a cama, mal dividiam o ar que respiravam. Escutou a porta de carvalho se fechar e viu Draco se jogar entre seus cobertores, os olhos inchados. Aconchegou-se ali e dormiu em questão de segundos. Harry era o motivo das olheiras enormes do loiro, assim como Draco era o motivo do desleixe do moreno.
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PS: Não Odeio Você - Drarry
FanfictionHogwarts continuava a mesma no sexto ano de Harry. Seus melhores amigos namoravam, Snape irritava cada vez mais o garoto e Malfoy ia na mesma linha do professor. Porém, tudo muda quando a Torre da Grifinória sofre uma explosão e os alunos grifinório...