Capítulo 14

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25 de dezembro

Harry acordou com um cheiro inconfundível de waffles inundando o quarto. Virou-se para procurar Draco ao seu lado na cama, mas o encontrou parado à sua frente com uma criaturinha pequena ao seu lado. Dobby.

-Feliz Natal, Hazzy.

-Feliz Natal, Harry Potter. Dobby tricotou meias para o senhor. Iguais as que tricotei para o senhor Malfoy. 

-Obrigado pelo café, Dobby. -Começou Harry, enquanto esfregava os olhos.- Feliz Natal.

-Ah não, senhor, não fui eu quem preparei isto. Foi o senhor Malfoy. Só ofereci ajuda para trazer a bandeja, mas ele quem cozinhou e organizou tudo. Chegou na cozinha pelas oito da manhã e só saiu agora.

Eram dez e vinte.

-Ah, amor... -Disse Harry abrindo os braços para que Draco se aconchegasse neles.- Não precisava, vida. Mas obrigado.

-Você merece.

-Dobby fica feliz em saber que seus senhores estão felizes. -A criatura disse com um largo sorriso.- Vou deixar a bandeja em cima da escrivaninha de Harry Potter e já saio.

O elfo virou-se e apoiou a bandeja no lugar que indicara. Quando segurou na maçaneta da porta, Draco o chamou.

-Dobby... Hum... M-Me desculpe por ter lhe tratado tão mal por anos. Eu sinto muito mesmo. -O loiro ficou cabisbaixo.- Você é um elfo incrível.

-Tudo bem, senhor Malfoy. Dobby sabe que não foi por mal. Obrigado. Feliz Natal.

Quando viram a porta se fechar, Draco e Harry viraram-se de frente um para o outro, e, só com um olhar, já sabiam o que iriam fazer agora; abrir os presentes. Sem falar nada, levantaram-se e foram em direção ao closet para buscar o que haviam comprado no dia anterior. Sentaram-se novamente um de frente para o outro, e então Harry estendeu para Draco uma caixa bem grande.

-Não brinca. -Disse Draco, quando desembrulhou a caixa cuidadosamente e a destravou.- O kit avançado de Poções que eu queria há meses! Você é demais, Hazzy. -O loiro abraçou o moreno com força, abafando um gritinho.- Obrigado. Agora abre os meus.

-OS?! MAS DRACO, EU SÓ...

-Calma, bestão. Um completa o outro.

Harry rasgou o embrulho que embalava perfeitamente uma caixa maior que a que ele entregara a Draco. Rasgou o papelão que envolvia o presente e se deparou com duas luvas de apanhador  na primeira camada da caixa. Sorriu para o namorado, que fez sinal para que ele abrisse a outra parte do presente. Quando Harry o fez, se deparou com uma Firebolt novinha em folha; o cabo cuidadosamente polido, os apoios para os pés reluzentes, a palha penteada e os dizeres da marca estampados em prata no topo da vassoura. Harry olhou incrédulo para Draco, que sorria de acordo com a reação do namorado.

-Eu não acredito. -O moreno fez uma pausa.- Eu não acredito.

-Não queria que você gastasse todo aquele dinheiro na reforma. Preferi comprar uma nova pra você. Gostou?

-Muito, Dray. -Abraçou o loiro com força.- Obrigado mesmo. Eu amei. Mas como você trouxe isso para o castelo sem que eu visse? 

-Porque eu encomendei da Vassourax um mês atrás, quando você mencionou aquela reforma.

-Você é o máximo.

-Eu sei. -Respondeu Draco, sorrindo sarcasticamente (ou não) para Harry.- Agora vamo comer que eu tô morrendo de fome.

                                                                                                  ⋆

Depois do almoço, Harry e Draco estavam sentados em lugares diferentes no chão do quarto examinando melhor os presentes que ganharam. O loiro levantou-se em um pulo, e correu para o closet. Saiu vestindo o moletom da Sonserina e com sua Nimbus 2001 em mãos.

-Coloca um moletom, vamos sair.

-Mas Draco, não podemos sair do castelo ago...

-"Regra básica de convivência comigo: eu tenho uma grande tendência a quebrar as regras". -Draco imitou com deboche.- Tô vendo sua tendência a quebrar regras.

Harry passou a língua entre os lábios enquanto fitava Draco com um olhar em tom de "Não me desafie" e se levantou rapidamente; voltou segundos depois com o moletom da Grifinória e apanhou sua Firebolt nova no chão. Saiu do dormitório sem falar nada, sendo seguido pelo loiro, que sorria por ter conseguido atiçar o namorado. Subiram quatro lances de escada sem serem vistos por ninguém, até que se depararam com uma janela enorme. Sem esforço, Harry a abriu e se jogou daquela altura em direção ao chão.

-HARRY! -Draco berrou, desesperado.- PELO AMOR DE DEUS, WINGARDIUM LEVIO...

O feitiço de Draco foi interrompido por um barulho cortante de ar à sua frente; Harry apareceu voando em sua vassoura a toda velocidade. Fez um looping no ar e depois parou em frente ao loiro como se não tivesse feito nada.

-Ora seu... seu... -Draco estava vermelho de raiva.- Seu filho da puta! Quase me matou de susto, ora porra! Se eu te pegar...

-Eu quero ver você tentar. -Interrompeu Harry, com um olhar desafiador e simultaneamente debochado.-

O loiro ergueu as sobrancelhas e subiu no parapeito da janela. Montou sua vassoura e em menos de um segundo estava no ar, à altura de Harry. O moreno deu impulso e saiu voando, cortando o ar com toda velocidade que tinha, seguido por Draco, que não ficou muito atrás. Depois de alguns minutos no céu, o ar gelado batendo contra seus rostos, chegavam perto de uma clareira. Harry desceu rindo ao chão, e caiu assim que pisou em terra firme. Draco desmontou de sua vassoura e subiu em cima do namorado, prendendo as mãos do mesmo ao trecho sem neve em que se encontravam; Harry o olhou com o olhar mais sexy que Draco já vira.

-Touché, Malfoy.

Draco demorou a selar seus lábios aos de Harry, depois de encará-lo por longos minutos, em silêncio. A guerra entre suas línguas ficava cada vez mais emocionante, ambas querendo o domínio da boca oposta enquanto enfrentavam um "inimigo" à altura. O loiro repentinamente apalpou o namorado, que gemeu em resposta ao ato. Massageou o membro pulsante do moreno por cima da calça que vestia, enquanto o mesmo ofegava em sua boca durante o beijo. De repente, escutaram um barulho vindo das árvores. Pararam o que faziam na mesma hora e empunharam suas varinhas.

-Quem está aí? -Perguntou Draco.- Apareça!

Do meio verde das árvores, uma criatura branca voou em direção à Harry.

-Edwiges! -Exclamou o garoto, aliviado.- Você me deu um baita susto. Bom, vamos voltar, Dray? Tá ficando tarde.

-Vamos sim. -O loiro ainda examinava entre as copas, certo de que não era só a coruja que os observava.- Vamos.

Harry soltou a coruja e ambos montaram em suas vassouras. Saíram em direção ao castelo, dessa vez em um ritmo calmo, conversando sobre seus presentes. O que não sabiam, é que a intuição de Draco não falhara; além de Edwiges, outro par de olhos estava de olho neles...


PS: Não Odeio Você - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora