Capítulo 17

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Draco e Harry dirigiam-se para o Três Vassouras, conversando sobre coisas completamente aleatórias. Quando chegaram à porta do bar, logo identificaram os cabelos louros de Narcissa Black em meio à multidão. A mulher sorriu para os dois e fez sinal para que viessem sentar-se com ela. O casal se dirigiu à mesa, e Narcissa levantou-se para recebê-los.

-Ah, meu filho. -Disse ela, abrindo os braços e abraçando Draco.- Você está ótimo. Como estão as coisas?

-Bem, mamãe. E você, como está?

-Muito melhor do que estive nos últimos vinte e seis anos ao lado do seu pai. -Ela sorriu e virou-se para Harry.- E você, Harry, muito obrigada por cuidar do nosso menino. Como você está, querido?

-Bem, senhora Black, obrigado.

-Ah, por favor, me chame de Narcissa. Vamos sentar?

Os três acomodaram-se nas cadeiras do bar. Harry e Draco pediram duas rodadas de cerveja amanteigada enquanto Narcissa pediu uma dose de whiskey de fogo. Depois que o garçom foi embora, ela virou-se para os meninos.

-Você não conseguiu arranjar coisa melhor não? -Narcissa perguntou.-

-MAMÃE! -Draco exclamou, revirando os olhos.-

-Estou falando com Harry, querido, não com você. -Ela fez uma pausa.- Brincadeira, meu amor, vocês dois são esplêndidos. Tanto juntos quanto separados

Harry deixou escapar um sorriso, que foi retribuído genuinamente pela sogra.

-Agora vamos falar de casamento. Vocês vão esperar a escola acabar, não é? Quero dizer...

-Mamãe. -Draco interrompeu.- Nenhum dos dois pediu ninguém ainda. Calma.

-Ainda bem que você colocou o ainda na frase, amoreco. -Narcissa piscou para Harry, que ligeiramente desviou o olhar para o próprio bolso.-

-Vejo que você está bem mais feliz depois do divórcio, Narcissa. -Harry comentou, voltando sua atenção para suas companhias.-

Ela sorriu para o garoto, que dava um gole em sua cerveja amanteigada.

-Realmente, Harry querido. Há situações em nossa vida em que ficamos mais felizes depois de descartar as pessoas negativas, por mais duro que seja. Mas também há aquelas em que ficamos mais felizes depois que adicionamos alguém em nossas vidas. Nesse caso, você e Draco.

-Entendo. Você vai ficar para a comemoração?

-Infelizmente eu não posso, Harry. Tenho que terminar de assinar uns documentos do divórcio. Mas fiquei sabendo que Lucius veio atrás de vocês para dizer que Draco teria que retirar o Malfoy do sobrenome?

-Ah, sim. Foi isso mesmo.

-Ele é ridículo. -Narcissa disse, balançando a cabeça negativamente.- Draco, meu amor, se você quiser, pode usar o Black até substituir por Potter.

-O-Obrigado, mamãe. Mas só vai acontecer daqui a muito tem...

-Uhum, tá certo. -Falou ela, olhando rapidamente para o bolso do genro e fazendo uma pausa.- Bom, me contem sobre a escola, como estão indo, notas, matérias preferidas, essas coisas. Quero saber de tudo!

                                                                                               ⋆

O casal estava nos jardins de Hogwarts quando Harry puxou Draco pelo braço, fazendo o garoto quase cair. O loiro virou-se de frente para o moreno, que sorria largamente. O pôr-do-sol já se fazia presente, transformando a paisagem em algo mais belo que já era, se isso era possível. Um bando de testrálios passou voando por cima do Lago Negro quando Harry segurou as mãos de Draco com força.

-Tá tudo bem, Hazzy?

-Tá sim. Tudo ótimo. -Ele fez uma longa pausa.- Tudo ficou perfeito depois de você chegar na minha vida, Dray. Eu me sinto protegido, completo, feliz ao seu lado. Às vezes eu sinto que somos uma alma só que nasceu em corpos separados. Eu não sei como eu tenho certeza disso, mas é você. Sempre foi você e sempre vai ser você. -O moreno se ajoelhou e enfiou a mão no bolso, tirando de lá, uma caixinha de veludo preta, que continha dois anéis finos banhados em prata.- Eu sei que Lucius obrigou você a tirar o Malfoy do nome por minha causa, mas você quer ser um Potter comigo?

Draco paralisou, mas sorriu para Harry, que tremia esperando sua resposta. Uma brisa leve atingiu o rosto dos dois, o que foi suficiente para acordar o loiro do transe em que se encontrava. Ajoelhou-se ao lado do namorado e passou o braço por cima do ombro do mesmo. 

-Claro que eu quero ser um Potter, amor. Mas você tá falando sério?

-Claro que tô, seu imbecil. Você acha que eu estaria me tremendo assim se não fosse de verdade?

-Você treme com a minha presença, Potter.

-Tô pensando seriamente em fingir que esse pedido de casamento nunca aconteceu.

-É brincadeira, amor! Agora bota essa porra desse anel no meu dedo e me beija.

E assim fizeram. Um beijo calmo, apaixonado, fez presença entre eles. As mãos de Draco corriam pelas costas de Harry, que por sua vez, passava uma mão nos fios loiros, e agora bagunçados de Draco enquanto se apoiava nos ombros do mesmo. Com a falta de ar, separaram as bocas, mas as pontas dos narizes ficaram se tocando enquanto ambos sorriam um para o outro de olhos fechados. Perto dos joelhos, as mãos atadas quase como um nó. E ali, souberam que estando juntos, nunca mais se sentiriam sós, nem vazios, nem vulneráveis. Ali, viram que o amor deles vai muito além de palavras e promessas. É tudo baseado em suas ações, e, principalmente, na dupla vontade de querer fazer aquilo dar certo.

                                                                                                 ⋆

Quando Draco entrou pelas portas do Grande Salão para jantar, quase ensurdeceu com os gritos vindos de todos os lados. Uma grande faixa verde com os dizeres "Parabéns Draco!" estava pendurada acima da mesa dos professores, todos os alunos, juntamente com o corpo docente estavam de pé. Pansy saiu da porta que dava para a cozinha carregando um bolo de dois andares envolto com chantily, vindo em direção a Draco e Harry. Instantaneamente, todos começaram a cantar Parabéns Pra Você. Ao final da canção, aplausos ecoaram pelo salão, e Draco fez um pedido ao assoprar as velas e foi se sentar à mesa da Sonserina acompanhado de Harry, não sem antes sorris para a amiga com um silencioso "Obrigado". Pansy levou o bolo em direção a Dumbledore, que se levantou e foi até a ponta do palco em que se localizava a mesa dos professores. Fez sinal para que os alunos se calassem, e, em menos de dois segundos, o lugar estava mergulhado em um silêncio profundo.

-Hoje, cinco de junho, nosso Draco faz dezessete anos. Lembro-me como se fosse ontem quando vi um garotinho loiro, com uma certa feição de superioridade -O loiro riu-se.- que entrou por essas portas e foi selecionado para a Sonserina. Inicialmente, foi uma pessoa muito hostil, se me permite dizer, Draco. Um menino arrogante, extremamente talentoso, mas arrogante.

-Obrigado, diretor! -Draco exclamou de seu assento e risadas ecoaram pelo salão. Dumbledore riu-se e se recompôs.-

-Mas provou que quando uma pessoa quer mudar, ela pode mudar. Independente de suas origens, influências, posição social ou até mesmo, das amizades. Draco, você é um exemplo de ambição, de poder, de liderança. A facilidade que tem em se tornar o líder de um grupo, em juntar as pessoas pelo motivo que seja deve ser considerada minimamente admirável. E quero parabenizar você não só pelo seu décimo sétimo aniversário, como também pela pessoa que você se tornou, pelas escolhas que fez, pelas atitudes que tomou, e pelo noivado. Que você seja muito feliz, garoto. Seu futuro é brilhante. -O diretor ergueu a taça em que estava o vinho que ele bebia.- A Draco.

O resto do salão levantou seus copos e beberam o que neles continham. Mais uma série de aplausos para Draco se iniciou antes do banquete ser servido.



PS: Não Odeio Você - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora