Capítulo 16

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Harry e Draco corriam de mãos dadas em direção à parede do sétimo andar, que mais tarde se transformaria na porta para a Sala Precisa. Passando pelo terceiro andar, escutaram o estampido de um feitiço, e apressaram-se ainda mais. Quase chegando em frente à parede, Draco sentiu um puxão para trás em seu braço.

-Aqui estão vocês. -Disse Lucius com seu tom frio de sempre.- Draco, uma palavrinha, por favor.

-Tudo bem, pai.

-Não o machuque! -Ordenou Harry.- Se você encostar um dedo nele, eu vou garantir que seja a última coisa que você faça antes de ir para Azkaban.

-Tá t-tudo bem, Harry. -Disse Draco, acalmando-o, ou pelo menos tentando.- Só vamos conversar. Vamos para algum lugar privado ou...

-Não, vamos conversar aqui mesmo, para Harry -Lucius fez uma pausa, debochando no nome do moreno.- ouvir o que tenho a dizer. Não posso te deserdar por causa da Lei Bruxa do Filho Único. Mas posso muito bem tirar o Malfoy de seu nome, garoto. Infelizmente, só no seu aniversário de dezessete anos. Mas assim que o relógio bater meia noite em cinco de junho, você não será mais um Malfoy. É só isso mesmo, seja feliz com seu namorado.

-Ah, pai, obrigado. -Disse o loiro, estendendo a mão para o homem à sua frente.- Seremos muito felizes, obrigado.

-Tenha o mínimo de decência, garoto! Implore por perdão!

-Perdão por quê? Por amar quem não me trata como lixo? Perdão por amar quem meu coração escolheu amar? Não, muito obrigado. Deve ser por isso que mamãe pediu divórcio, ela não aguentava mais a pessoa fria que você é. Prefiro não ser um Malfoy a ser uma pessoa tão amarga ao ponto de querer escolher de quem meu filho vai gostar. Se era só isso, boa viagem e nunca mais volte.

-O QUE VOCÊ FEZ COM ELE, POTTER?! RETIRE A MALDIÇÃO IMPERIUS, AGORA!

-Sinto muito, senhor. -Disse Harry, com um olhar triunfante.- Não tem nenhuma maldição. Agora, antes de você ir, deixe-me falar com Draco a sós por um instante.

Lucius estranhou a serenidade do garoto, mas concedeu o momento de conversa. Assim que se afastou, Harry puxou Draco pelos braços, de modo que o loiro ficasse de frente para ele.

-Você enlouqueceu?! Vai ficar sem sobrenome?!

-Sinceramente, não ligo mais pra isso, Hazzy. Se ter o nome Malfoy significa ficar sem você, eu prefiro ficar sem o sobrenome. Quando eu disse que te amo, estou querendo dizer que amo nesse nível. Talvez mais que a mim mesmo. E tá tudo bem. Mais tarde eu vou ser um Potter mesmo.

Harry sorriu para Draco, que o abraçou firmemente.

-Pode ir, pai. -O loiro falou, virando-se para Lucius.- Se é que ainda devo chamar você assim. Mande lembranças a tia Bella.

-Se é isso que você quer... tudo bem. Mas saiba que está cometendo um erro.

-É o melhor erro da minha vida. Boa viagem.

Lucius virou-se para o corredor, a capa esvoaçando. Seguiu sem olhar para trás, deixando os dois garotos a sós, num silêncio confortável. Minutos depois, o quarteto de amigos juntou-se ao casal. 

-E aí, o que aconteceu? -Ron perguntou, preocupado.- Vocês estão bem?

-Estamos, mas... 

-Vou ficar sem sobrenome quando fizer dezessete anos. -Draco interrompeu Harry.-

-O QUÊ?! -Blaise exclamou, incrédulo.-

-É, Blaise. Mas eu não ligo muito pra isso. Se Harry está comigo, eu estou feliz, e é isso que importa. Sorte a minha que ele não me azarou ou torturou.

PS: Não Odeio Você - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora