O homem mais forte do mundo

O conto dos outros chapéus de palha(4): Segundo, lutem

Chew: Take, Shioyaki chu. Escolham chu.

Os dois estalam os dedos encarando a rosada e o narigudo. O beiçudo parece satisfeito com isso.

Chew: Não se esqueça de não matar o atirador chu.

Shioyaki: Tsc! Eu sei.

Law: Parece que eu fiquei com um dos lideres.

Bonney: Sorte a sua.

Ela jogava a cabeça de um lado pro outro tentando estalar o pescoço. Usopp considerava suas opções. Eles não queriam ele morto porque provavelmente iriam tortura-lo pelos tiros depois. Podia tentar usar isso.

Também era precisava pensar em como se adaptar. A pele deles era resistente e oleosa, suas balas quase não funcionavam. Como esperado de seres marinhos... espera...

Antes que qualquer lado fizesse um movimento o narigudo puxou várias esferas do tamanho de bolinhas de gude ao redor de toda clareira. Elas eram frágeis e ao atingir no chão se partiam liberando um cheiro fétido.

Bonney: Porra Usopp! Pra que isso?

Ela, Law e Ucy tampam suas narinas. Os homens-peixe também, só Usopp permanece inafetado.

Usopp: Não importa, eles estão vindo!

No mesmo instante os inimigos avançam. Usopp quase não consegue desviar do primeiro soco, só que consegue se jogando pro chão. Isso no entanto permitiu que o outro simplesmente tivesse que chutar ele que bateu com tudo numa árvore.

É possível ouvir o som de uma ou duas costelas se quebrando e o garoto sente um gosto metálico na boca.

Bonney: USOPP!

Ela olha pra trás preocupada.

Take: Não se distraia!
O inimigo tenta socar Bonney na cabeça, ela simplesmente vira ela pro lado, segura os ombros dele e lhe dá uma cabeçada. Nesse instante ele se tornou um velho.

Bonney: Não estou.

O inimigo não ia dar trégua pra Usopp, felizmente ele não estava sozinho. O inimigo tentou avançar no narigudo novamente para garantir que ele ia ficar incapacitado quando o tigre pulou lhe dando uma mordida no braço que poderia ter arrancado ele se fosse de um humano normal.

Shioyaki: GATO DESGRAÇADO!

Ele bate na testa de Ucy, a força do golpe é suficiente para desorientar o tigre porém não é o suficiente para diminuir as forças de suas mandíbulas. Shioyaki parece que dará outro golpe no animal quando um frasco de vidro voa e quebra na sua cara.

Shioyaki: AAAAAAAAAAAARRRRRRRGGGGG!

Mesmo os pequenos cacos de vidro que mal perfuraram sua pele, exceto aqueles que se enfiaram em suas olhos cortando até os supercílios, doíam ardentemente. Não apenas eles, seu rosto inteiro ardia, inclusive seus olhos que perdiam foco. Os pequenos cortes que não deviam ser nada pareciam furos que agulhas extremamente ácidas fariam.

Ácido era a palavra certa. A sensação ardente parecia derreter seu rosto como fogo, um inimigo natural muito detestado pelos homens-peixe. Mais também ia além de fogo. Era como se formigas gigantes caminhassem em sua face e em seus olhos, consumindo eles. Ucy aproveitou essa oportunidade para aumentar ainda mais a força de sua mordida ao mesmo tempo que puxava o braço, já que o homem-peixe estava começando a se debater.

Com seus fortes dentes e boca tudo que felino tinha que fazer era puxar pra que um pedaço considerável de carne saísse, derramando também muito sangue. Uma parte dos ossos do braço se tornou visível. O tigre engoliu a carne e sangue em sua boca e realmente sentiu a semelhança com humanos e peixes.

Como se a dor infernal no rosto não fosse o bastante, ele agora sentia um pedaço considerável de seu braço sendo arrancado. Gritando ainda mais de dor, Shioyaki começa a arranhar a própria cara com o único braço ainda inteiro, o outro estava fraco demais para se mexer. Isso não ajudou em nada com a dor, na verdade fez com que a sensação de ardência fosse para debaixo de suas unhas o que era uma tortura tão grande quanto.

Seus gritos eram estridentes, era uma sorte que não havia ninguém por perto.

Take: SHIOYAKI!

Dessa vez ele que se distraiu, abrindo a oportunidade da rosada de lhe dar um chute na cara que deu um dano considerável graças a sua velhice repentina.

Usopp se levantou calmamente com uma das mãos de apoio na árvore. Mantendo-se de pé, ele esconde as mãos atrás do corpo enquanto puxa algumas coisas da sua bolsa. Shioyaki parece melhorar um pouco apesar de seu rosto ainda transparecer a dor que sente. Além da ardência na face, a falta de um pedaço de um de seus braços e a sensação de ardência também na ponta dos dedos do outro braço, seu rosto também apresentava rasgos causados pelas unhas.

A sensação deles junta com o ácido não era nada agradável, como se insetos estivessem comendo a carne viva. Ele respirava fundo, veias vermelhas estavam em seus glóbulos, seus dentes pareciam mais protuberantes e agudos. Seus músculos pareciam inchar enquanto ele quase dobrava de tamanho. Ele olhava psicoticamente para o atirador que estava quase tremendo de medo.

Shioyaki: Depois eu peço desculpas pro Arlong-san... na verdade, eu vou dar os seus ossos como palito de dente pra ele!

Quando parecia que o homem-peixe ia atacar Usopp mais uma vez faz o primeiro movimento e solta mais uma bomba de fumaça.

Shioyaki: TRUQUES BARATOS!

Ele avança quebrando a árvore que estava nas costas do garoto um momento antes. Era óbvio que ele já não estava raciocinando direito, o que serviu de vantagem para o narigudo. Aonde ele estava anteriormente só tinha uma garrafa com álcool e um lenço queimando dentro. Shioyaki sequer percebeu o que foi que explodiu. Um pouco do gramado queimou e árvore, mas nada começou a pegar fogo. O homem-peixe por sua vez só deu alguns passos pra trás, com queimaduras principalmente nas pernas.

Seu ouvido zunia e ele ficou momentaneamente desorientado. O suficiente para morrer em batalha.

Ainda sem dizer uma palavra o narigudo joga mais uma garrafa no rosto do inimigo, quebrando e molhando ele todo. Se seu olfato estivesse intacto ele teria percebido o que era aquele líquido, mas todos no campo tinham sido afetados por aquelas bombinhas pútridas que Usopp tacou antes.

Shioyaki se vira para o lado tentando socar o garoto e matá-lo de uma vez. Usopp não poderia hesitar ou então alguns ossos quebrados seria o de menos. Se jogando de costas para o chão, em suas mãos ao contrário da típica pistola ele usava um pequeno lançador de fogos de artifício. Pressionando o gatilho, o mecanismo foi ativado e a corda da arma começou a queimar. Era pequena e em menos de dois segundos foi voando para o exato ponto aonde o homem-peixe estava mais molhado com álcool.

Outra pequena explosão aconteceu e dessa vez era notável o cheiro de queimado.

Parte do rosto esquerdo, indo ao ombro e uma pequena porção do peito queimava. O grito do pirata abafava o chiado do fogo enquanto sua pele queimava. Não era uma ardência, era fogo. Fogo que causava mais dor num homem-peixe do que jamais causaria num humano. Uma queimadura já machucava um humano, um homem-peixe então que era biologicamente mais propício a água sofria infernalmente com as propriedades do fogo. Os outros dois param suas lutas horrorizados sentindo o calor das chamas que torturava seu companheiro.

Os gritos de dor dele ressoavam em seus ouvidos, até ser dado um tiro, e depois o corpo só cai morto no chão. Sem os gritos era possível ouvir os chiados do fogo. Usopp e Ucy começaram a apagá-lo antes que se espalhasse pela floresta.

Take: FILHOS DA P-

Mais uma vez ele é interrompido por um belo chute na cara dado pela Bonney.

Bonney: Não se distraia.

Ela diz com um sorriso de escárnio. Take fica com o rosto distorcido de ódio, e as rugas e dobras causadas pela velhice tornavam o mais feio só que menos intimidador também.

O pirata inimigo respirava pesado, seu corpo coberto de suor e ferimentos. Marcas de socos, tapas e chutes estavam vermelhas e inchadas, e doíam mais do que deveriam. Seu corpo estava pesado e frágil. Se não fosse pelo fator de ser um homem-peixe e um pirata experiente ele possivelmente já teria sido morto pela rosada, que parecia ainda mais confiante depois da morte de um dos inimigos.

Ele se moveu, só que mais uma vez naquela batalha seu corpo falhava com ele sendo lerdo em responder. O soco demorou dois segundos a mais do que deveria, dando tempo de sobra para a bruxa da gula dos chapéus de palha pegar o braço deles com suas próprias mãos, elevar o corpo dele fazendo um arco e jogando-o no chão com força o suficiente para fazer diversos ossos quebrarem, costelas, braços, pernas, pelo menos 7 ossos haviam sido estalados com a quebra. Incapaz de se levantar ele tentou bloquear a pisada de Bonney usando os dois braços, isso só fez com que o cano da bota da garota perfurasse sua pele que não tinha mais a caracteristíca resistência.

Take grunhe de dor e frustração. Seus braços começam a falhar ainda mais e só mantê-los de pé é um esforço. Só que pra rosada esse esforço não valia de nada e só foi necessário aplicar mais força para quebrar os dois braços e o pescoço. Não foi um processo rápido como de costume já que os braços estava dando alguma proteção. Take não podia fazer mais do que se contorcer enquanto sentia a pressão aumentar. Então houve um estalo, e tudo ficou preto pra ele.

A cabeça do cadáver pendeu para o lado. O barulho do pescoço quebrando chamou a atenção de Chew. Não parecendo ter aprendido algo com seus companheiros, sua falta de atenção quase custou a vida. Law conseguiu dar um grande corte em suas costas antes dele saltar abrindo um espaço entre os dois. Não existia mais um olhar confiante em seu rosto, agora ele olhava pros piratas humanos com medo.