Luffy: Ace o que você tava fazendo com aquela garota?
Um pequeno garoto de cabelos negros e chapéu de palha na cabeça, pergunta inocentemente para seu irmão mais velho de onze anos de idade. Esse por sua vez, um garoto com a mesma cor de cabelo que o mais novo e sardas no rosto, fica tenso por um momento.
Ace: Você viu aquilo?
Ele pergunta enquanto coça a bochecha um pouco envergonhado. O mais novo faz que sim levantando a cabeça pra cima e pra baixo. A cena em questão foi uma do dia anterior quando Ace e uma garota da vila Foosha estavam conversando. Luffy que estava chegando no lugar na hora viu os dois encostando as bocas juntos e se abraçando por um momento.
O garoto do chapéu de palha lembrou de ter visto alguns adultos fazendo coisas parecidas uma vez, mas nunca tinha prestado atenção nisso, até ver seu irmão fazendo também.
Luffy: O que que era?
Os olhos inocentes do pequeno eram quase desconfortantes para o garoto mais velho. Esse era um bom momento, seu irmãozinho era muito inocente e sabia pouco sobre relacionamentos que iam de amigos e família.
Ace: A gente tava se beijando.
O garotinho com a cicatriz no rosto acena com a cabeça um pouco pensativo.
Luffy: É bom?
Ace quase engasga ouvindo essa pergunta.
Ace: Eh... sim. Mas não é algo que se faz com qualquer um. Você tem que gostar muito da pessoa, e não no sentido que você tá pensando!
Ele adiantou antes que o garoto começasse a ter ideias estranhas.
Luffy: Como assim?
O pequeno inclinou a cabeça levemente para o lado questionando seu irmão.
Ace: É assim Luffy. Durante a sua vida você vai conhecer muitas pessoas e fazer muitos amigos. E você vai conhecer uma pessoa especial, e bem...- ele procura uma boa maneira de explicar isso, ou pelo menos de maneira semelhante de que explicaram para ele- você vai gostar dos seus amigos, e vai gostar dessa pessoal especial, só que vai ser diferente.
Luffy: Diferente como?
Esses novos conceitos eram interessantes, porém muito estranhos para ele. O menino com sardas põe a sua mente para funcionar no máximo na tentativa de conseguir dar uma explicação decente, porém o cérebro de onze anos de idade dele tinha seus limites.
Ace: Aaahhh, pergunta pra Makino ou pra Dadan, sei lá!
Ele esfrega o rosto frustrado e saí para caçar. O mais novo só dá de ombros e desce a montanha para falar com Makino.
...
Makino: Entendi Luffy-kun.
A mulher estava com os braços cruzados atrás do balcão enquanto sorria para a criança. Luffy estava sentado olhando para ela com o rosto deitado numa das mesas do bar.
Luffy: O que é gostar diferente?
A dona do bar dá umas risadinhas com a maneira que o garoto fraseou a pergunta.
Makino: É simples. Isso é amar, mas sabe Luffy-kun, existem diferentes formas de amor.
O pequeno faz um 'O' com a boca surpreso com a informação. Ele fica quieto enquanto espera a mais velha elaborar.
Makino: Por exemplo, você ama o Ace não é?
Ele acena com a cabeça afirmando que sim.
Makino: Esse é um amor fraternal. De família. Você também pode amar seus amigos desse jeito, quer dizer que eles também são uma família para você. E por outro lado também tem pais e mães que amam muito seus filhos, que amor paterno e materno, que é um pouco diferente de amor fraternal, já que as relações são diferentes.
Luffy: Ah.- um estalo se deu em sua cabeça, as peças estavam começando a se encaixar- Então amor depende da relação?
Makino sorriu em uma confirmação de que ele tinha acertado. Luffy dá um grande sorriso vitorioso.
Makino: E o que você viu o Ace-kun e a Joanna-chan fazerem é também algo que muitas pessoas fazem para expressar sua forma de amor. Era isso que o Ace-kun estava tentando te explicar.
O garoto estava na ponta da cadeira prestando total atenção. Estava verdadeiramente entretido e acima de tudo curioso.
Makino: É o amor passional, quando é você é apaixonado por outra pessoa. Estar apaixonado significa querer ficar com aquela pessoa, você gosta de passar tempo com ela, se divertir, ficar do lado. E também vai querer expressar isso, como por exemplo beijando. Você também não vai querer que outra pessoa fique com ela, por exemplo, você não iria se sentir bem se uma garota que você ama ficasse com outro garoto. Entende?
A criança faz que sim com a cabeça. Luffy podia ser meio lerdo com algumas coisas, mas muitas vezes ele podia ser como uma esponja absorvendo tudo. Aprender rápido, quando ele aprendia, era uma de suas melhores características.
Makino: Luffy-kun você já sentiu atração em alguma garota da vila?
O menino da cicatriz franze as sobrancelhas tentando dar o seu melhor para lembrar. No fim ele só acena a cabeça de um lado para o outro numa negativa, mas seus olhos se iluminam lembrando de algo.
Luffy: Não, mas teve uma vez em que uma menina me deu um bilhete e tinha umas palavras parecidas com as que você disse.
Ele parecia orgulhoso de ter se lembrado disso, já Makino teve um má pressentimento.
Makino: Ah é? E o que você respondeu?
Luffy: Hmm. Eu me esqueci disso depois. Por algum motivo ela parecia bem chat-
Por incrível que pareça, naquele momento, graças a suas mais recentes adquiridos conhecimentos sobre o assunto, o garoto notou a burrada que fez.
Luffy: Makino. Você acha que eu deixei ela triste?
Esse era um momento bem delicado da conversa.
Makino: Ela deve ter ficado triste a primeiro momento. Mas, depois de algum tempo ela deve ter ficado melhor, sabe uma hora as pessoas tem que superar.
O garoto acena com a cabeça concordando. Ainda estava incomodado, mas parecia melhor.
Luffy: Tem mais coisa Makino?
A dona do bar fica pensativa por um momento mas decide que por hora está bom para o garoto.
Makino: Se tiver você vai aprender com o tempo.
Ela lhe dá um sorriso caloroso, e ele responde com outro.
Luffy: Entendi, muito obrigado!
Depois disso ele foi embora e voltou para a base dos bandidos das montanhas. Durante o caminho o garoto acabou refletindo sobre tudo que aprendeu hoje. Eram informações novas, mas era como se elas tivessem jogado luz e feito ele entender melhor coisas que já sentia. Se tivesse que dizer os bandidos eram como uma família para ele, mas Dadan era como uma mãe, e de alguma maneira sempre se sentiu estranhou porque a maneira com que via eles era diferente.
Só que agora o menino sabia. Foi uma conversa realmente esclarecedora.
Dogra: Ei, Luffy!
O pequeno é tirado pelos pensamentos justamente por um dos bandidos. Ele olha o mais velho curioso.
Dogra: Ouvi que você tava perguntando sobre garotas pro Ace né? E foi até a vila aprender mais sobre isso né?
O menino pensou de que realmente era por aí.
Luffy: Sim.
Ele disse inocentemente. Luffy até podia ter aprendido sobre amor e relações, mas ainda era uma criança inocente. O contrário de inocente era o sorriso do bandido da montanha.
Dogra: Hehe. Entendi, então você já chegou nessa idade. Daqui a pouco vai ser a hora de te levar pro put-
Dadan: NEM PENSE NISSO!
A líder dos criminosos surgiu do nada e deu um murro na cabeça do Dogra, derrubando-o no chão e fazendo suas pupilas em formato de espiral. Luffy só olhava tudo, achando divertido, porém curioso.
Luffy: Dadan o que ele ia falar?
A mulher de cabelo ruivo trava. Então ela dá um suspiro e puxa um cigarro para fumar.
Dadan: Acho que chegou a hora de te explicar um pouco sobre a vida antes que esses idiotas te arrastem para alguma merda.
Aquela foi uma conversa muito mais demorada que as outras. Dadan nunca mais iria querer explicar isso para uma criança de novo.
Atualmente no Merry, Luffy estava deitado em sua cama encarando o teto. Mais uma vez seu torso estava com algumas faixas, em bem menor quantidade que nas outras que se feriu só que ainda estavam lá. Sua mão direita estava sobre seu peito, seus sentimentos eram claros. Ele estava certo que amava tanto a Bonney quanto a Nami. Talvez fosse algo que ele sentisse desde que as conheçeu ou um sentimento que foi crescendo quanto mais tempo eles passavam juntos. Ele mesmo não saberia dizer.
O problema era que agora que tinha certeza sobre o que sentia, não sabia o que fazer. Ele amava as duas, sinceramente queria ficar com elas, mas imaginava que isso podia acabar magoando uma delas, e estava se contorcendo por dentro tentando achar uma resposta. Não queria magoar elas, mas também queria que as duas aceitassem seus sentimentos.
Luffy: Ah foda-se.
Ele levanta da cama determinado. Não adiantava ficar se contorcendo e também não tinha porque ficar se limitando. Ele era um pirata, não importa se Makino lhe ensinou que não era normal uma relação com várias mulheres, ele já não seguia as regras mesmo. E não importa o que faria isso funcionar, faria as duas felizes. No fim das contas o garoto do chapéu de palha era um pirata, e um muito determinado. Ele lutava pelo que queria, e no fim sempre conseguiria. Com uma determinação de aço ele se dirigiu para o quarto das mulheres.
...
Para Bonney o silêncio no quarto era desconfortável. A rosada queria falar alguma coisa para sua amiga, porém faltava palavras e coragem. A verdade que estava apaixonada por Luffy e depois do que aconteceu só queria andar logo e ficar com ele, mas Nami compartilhava desse mesmo sentimento. Em sua cabeça ficar com o moreno seria tirá-lo da ruiva, e Bonney não conseguiria fazer isso. A rosada queria muito a felicidade da navegadora. Se lembrou da promessa que seu capitão fez com o homem que era a figura paterna de Nami. Se eles ficassem juntos e isso chateasse Nami a promessa não poderia ser cumprida, e isso era algo que nem Luffy iria querer.
Em sua cabeça Bonney já havia decidido que o melhor caminha era o capitão e a navegadora ficarem juntos, assim eles seriam mais felizes.
Nami: Bonney.- a chamada da ladra tira a gulosa de seus pensamentos. Elas se olham e Nami continua- Como se sente sobre o Luffy?
A pergunta direta faz a contramestra travar.
Bonney: É... eu...
Nami: Você ama ele né?
A rosada não soube responder. Era verdade, mas os olhos da ruiva mostravam que ela sentia o mesmo, e Bonney não sabia como prosseguir com isso.
A falta de resposta era tudo que a navegadora precisava de confirmação. Ela dá um sorriso fraco.
Nami: Entendi. Eu também amo ele.
A confissão sem hesitação da navegadora pegou Bonney completamente de surpresa.
Bonney: Nami-
Só que ela foi interrompida pela amiga antes que pudesse continuar.
Nami: Mas...- ela parece considerar várias coisas antes de prosseguir- eu não quero ficar no seu caminho.
Ela disse isso com um sorriso, mas a rosada conhecia muito bem essa expressão. Conhecia agora a navegadora o suficiente para saber exatamente quando ela mentia, e esse era o sorriso mais falso que ela já viu Nami dar.
Bonney: Do que você tá falando?- a raiva na sua voz surpreendeu as duas - Se tem alguém que merece ficar com o Luffy é você. E ele te adora, se for você ele vai aceitar seus sentimentos na hora!
A ladra ficou sem palavras. Não era assim que imaginou que a conversa iria andar, e por um momento ficou sem responder. Até balançar a cabeça de um lado por outro novamente e retomar o foco.
Nami: Só que você conheceu ele primeiro. E eu menti e traí vocês! E... e... eu já, fiz com outros homens por dinheiro. Luffy merece coisa melhor...
O que ela não esperava era que o rosto de Bonney iria se contorcer em fúria.
Bonney: Você tá de sacanagem? Porra, o Luffy não se importa com isso!
A mais velha põe as mãos nos ombros da navegadora balançando ela, que desvia o olhar do rosto da rosada.
Nami: Mas eu me importo.
Bonney: Ele não! E ele não se importa se você se importa, se você falar pra ele como se sente eu tenho certeza que ele vai aceitar na hora!
Agora a ruiva parecia ter ficado irritada.
Nami: E por que você já desistiu? Você é a melhor amiga dele e vocês tem muito em comum! Por que você tá desistindo por mim? Eu já não te pedi pra parar te ter pena de mim?!
A rosada dá um passo pra trás, não esperava que fosse ser respondida dessa maneira. Só que mais uma vez seu rosto se contorce com raiva, e uma veia parece saltar em sua testa.
Bonney: Eu faço o que eu quiser! E se eu quiser que você admita pro Luffy que você ama ele, você vai!
Nami faz a mesma expressão de raiva que sua amiga e responde.
Nami: Ah é? Bom, eu também faço o que eu quiser, e se eu quero que você pare de ser uma vadia estúpida e vá admitir pro Luffy que ama ele, então é o que você vai fazer porra.
As duas batem suas testas e ficam se empurrando.
Bonney: Você que é a vadia que não quer ser feliz!
Nami: Ora sua! Cala a boc-
Luffy: É... é uma hora ruim?
As duas congelam. Simplesmente paradas, se negando a acreditar no que ouviram, eles lentamente viram seus rostos para ver o capitão delas na frente da porta do quarto. Nem sequer perceberam quando ele entrou e não fazia ideia de quanto da conversa ele ouviu. O fato dele, impressionantemente, estar com as bochechas vermelhas, dizia algo pra elas.
Nami: L-Luffy...
Engoliu em seco após dizer o nome do homem que amava. Só que esse simples ato fez o nervosismo dela atingir um pico.
Bonney: A-a quanto tempo você tá ouvindo?
Ela perguntou, mesmo que no fundo não quisesse saber a resposta. Ele coçou a cabeça, deu um risinho e respondeu.
Luffy: Um tempinho. Dava pra ouvir vocês do corredor também, mas acho que ninguém mais ouviu.
Terminando de dizer isso ele deu um grande sorriso de orelha a orelha para elas. As duas não sabiam como reagir ou o que falar. Elas estavam perdidas, sentindo um incômodo no peito causado sobre assunto que não pensaram que teriam que encarar tão cedo.
Porém, igual ele já tinha feito inúmeras vezes antes, a atitude do moreno de chapéu de palha foi totalmente inesperada para as duas.
Luffy: Estou feliz.
Ouvindo isso elas ficaram ainda mais perdidas. Ele estava feliz após ouvir aquilo tudo? Mas o que caralhos isso deveria significar pra elas.
Luffy: Bonney, Nami- enquanto dizia isso dava seu típico sorriso de orelha a orelha, que tirava o ar das duas mulheres- Eu também amo vocês. Shishishi.
Não houve reação. Elas só ouviram as palavras pronunciadas pelo garoto das cicatrizes e ficaram paradas, tentando entender o que estava acontecendo. As coisas tinham tomado um rumo que elas não conseguiam mais acompanhar e também não faziam ideia do que Luffy queria dizer. Elas ficaram encarando o moreno com um olhar perdido.
Bonney/Nami: Que? -foi a primeira reação delas, até que suas mentes entenderem o significado das palavras do garoto.
Bonney/Nami: QUE?! LUFFY VOCÊ SABE O QUE TÁ FALANDO?
Ele vira o rosto para o lado olhando para elas em dúvida.
Luffy: Claro que eu sei. Eu quero ficar perto de você duas, quero fazer vocês felizes, fazer vocês rirem, proteger vocês. Shishishi, se isso não é amar vocês, eu não sei o que é?
Faltava palavras para descrever como ambas a rosada e a ruiva se sentiam. Felizes, confusas, ansiosas, era essa a melhor maneira de descreve-las no momento. Talvez o que mais tenha as deixado estupefatas era que, todas essas palavras vinham de Luffy. Ele nunca mentiria para elas, e na verdade a maneira como ele descreveu o que amor era para ele, parecia tão natural para as duas, tão certo.
Luffy: E vocês tambem me amam né? Por isso eu tô feliz!
Talvez fosse só impressão, mas o sorriso dele parecia mais alegre que o normal.
Nami: M-mas Luffy, então... e agora?
Ela teve medo de fazer essa pergunta. Nami imaginava que tudo que poderia acontecer a partir de agora poderia ou ser muito bom para ela, ou muito ruim, e essa ansiedade lhe assustava.
Já Luffy só olhou para ela confuso.
Luffy: Não é só ficarmos juntos?
Nami travou sem saber como responder. A ideia na realidade lhe era atraente, e parecia de certa forma natural entre eles, mas ainda assim sua mente estava travando-a de aceitar essa possibilidade, já que era algo que a pegou completamente de surpresa. Além disso a ideia de uma relação poligâmica parecia irrealista para ela.
Já Bonney arregalou os olhos surpresa, não tinha considerado essa possibilidade, mas não via nada contra ela. Na verdade, parecia gostar mais dela do que se por exemplo, ela e o Luffy se tornassem um casal e a Nami ficasse de fora. A rosada parecia muito contente e confortável com essa ideia.
Nami: M-mas Luffy, isso... isso não é normal.
A rosada tensiona quando a navegadora diz isso. Ela entendia o que a ruiva quis dizer, mas não se importava. Eles eram piratas, porque deveriam se importar com coisas assim? Só que se a própria Nami estivesse incomodada com isso não tinha o que ser feito.
Luffy pondera por um momento.
Luffy: E daí?
Mais uma vez ele surpreende elas com quão direto pode ser. Nami fica sem ter uma resposta e Bonney tem um grande sorriso no rosto.
Luffy: Somos piratas. A gente faz o que quiser, e não me importa o que os outros acham. Eu quero fazer vocês duas felizes!
Elas arregalam os olhos com o quão determinado ele está, suas bochechas também ardem um pouco em vermelho.
A rosada pega na mão da ruiva e olha ela nos olhos.
Bonney: Nami, eu não estava confortável com o pensamento de começar a namorar o Luffy e deixar você de fora, e eu sei que você tava sentindo o mesmo em relação a mim.
A navegadora fica olhando o chão, mas todas as palavras da contramestra eram verdadeiras. Luffy observava as duas silenciosamente, e enquanto observava as duas ele parecia ser capaz de entender como elas se sentiam. Era estranho, ele sabia que Bonney estava feliz e Nami confusa, só que ele também sentia alegria nela. Como ele sabia isso?
Bonney: Talvez esse seja o melhor caminho pra gente. Você não acha que nós três vamos ser mais felizes assim do que se deixarmos uma de nós de fora. Mesmo que eu o Luffy ficassemos juntos nenhum de nós dois se sentiria bem se fosse também não estivesse feliz.- ela dá uma pausa, finalmente, desde que tudo aquilo da plataforma de execução, ela sentia paz interna e expectativa pro que estava por vir- Pelo menos vamos tentar primeiro?
Nami mordia o lábio inferior tremendo, seus olhos estavam lacrimejando. Bonney não esperava que ela fosse ficar assim e ficou sem reação. Sua boca estava aberta, porém ela não tinha ideia do que dizer.
O moreno por outro lado tinha uma noção melhor do que estava acontecendo. Ele se aproximou das duas e as botou em seu abraço mais um vez, colocando a cabeça de Bonney em seu ombro esquerdo e a de Nami em seu peito direito. Ele não disse uma única palavra, não era necessário, esse único ato era o suficiente para a sua navegadora e ele sabia disso. O que ele sentia era dúvida e até um pouco de medo, mas acima de tudo, ela tinha expectativa, amor e desejo.
O garoto do chapéu de palha não entendia como ele sabia dessas coisas, na verdade elas pareciam ser sussurradas em seu ouvido e ao mesmo tempo que não eram. Seja lá o que estava acontecendo com ele não importava agora, só importava que estava se provando útil.
Nami segurou a mão de Bonney com mais força e também o braço de Luffy que o abraçava, não de maneira violenta, mas sim como se estivesse reafirmando que eles estavam lá.
Então ela fez algo que nenhum dos dois esperou. Levantando a cabeça rapidamente, a ruiva pegou Luffy de surpresa e encaixou os seus lábios nos dele. A própria Bonney arregalou os olhos enquanto ficava estática observando os dois.
O moreno não tinha experiência, e ela pode sentir isso logo de cara. Não que fosse um problema para ela, era só questão de prática. Primeiro ele pareceu que só estava empurrando a boca dele na dela, depois o garoto acabou batendo um de seus dentes nos da de sua navegadora. Ele se sentia envergonhado, mas sentia que ela na verdade estava muito feliz. Aos poucos ele deixou a língua dela entrar e eles se encostaram por dentro. Luffy decidiu deixar ela liderar por hora, pelo menos até ele ter mais noção do que fazer.
Primeiro parecia que eles estavam só trocando saliva, mas Nami tinha um certo requinto que lentamente o cicatrizado começou a copiar. Não mais a língua dele parecia só bater na dela, agora ele acompanhava o ritmo dela, como numa dança. O beijo ficou menos molhado, tinha menos saliva e mais habilidade. Nami ficou surpresa com o quão rápido Luffy tinha aprendido. Sinceramente ela adoraria aproveitar mais, explorar cada canto da boca dele e deixar ele explorar da dela. Infelizmente seus pulmões não tinham tanto fôlego.
Seus lábios se separam com um pequeno traço de saliva entre eles.
A ruiva estava ofegante, suada, vermelha e com um grande sorriso no rosto. O capitão também estava sentindo o rosto inteiro arder mas não tinha perdido o ar que nem sua companheiro. Ele estava bastante chocado ainda no entanto.
Bonney estava boquiaberta com o que aconteceu e ainda tinha que reagir. Só que outra surpresa veio quando a ladra lhe deu um beijo na bochecha. Foi um ato de carinho que não compartilhava da sensualidade e do desejo do beijo dela com o moreno, mas ainda significou muito para a relação deles.
Nami: O que estão fazendo? Agora é a vez de vocês.
Com essa simples frase ela os trouxe de volta a realidade. Luffy deu um grande sorriso e se virou para encarar Bonney. Ela também dava um sorrisinho, mas parecia bastante envergonhada. O moreno sendo quem ele é, não hesitou e a puxou no beijo. Os dois eram inexperientes, só que o capitão aprendeu uma coisa ou outra com a navegadora. Primeiro eles não tinham ritmo, suas línguas pareciam só se encostar enquanto eles trocavam saliva, só que Luffy começou a tomar a iniciativa. A rosada sentia como se ele estivesse tomando ela para uma dança quando ela não fazia ideia de como fazer isso. Manter o ritmo acompanhando ele foi um pouco difícil, mas em pouco tempo ela decidiu só seguir os instintos e deixá-lo conduzir.
Foi a melhor decisão que poderia ter tomado, ele ia guiando sua língua, explorando. A rosada nunca tinha sentido algo parecido, era como se algo delicioso derretesse dentro de sua boca, só que todo o interior da boca dela era essa coisa deliciosa sendo derretida pelo beijo quente de seu capitão. Suas pernas ficaram um pouco fracas e Luffy aumentou a força com que abraçava ela. O tempo em que eles ficaram assim, nessa dança em suas bocas, foi maior do que o beijo de Nami, que sentiu uma pontada de ciúmes, já que a rosada bem mais fôlego. Mas logo eles também se separaram.
Bonney lutava pra botar mais ar em seus pulmões, seu cabelo estava bagunçado, ela estava vermelha feito um tomate, mas feliz, muito, muito feliz.
Luffy também ainda parecia ter ar o bastante para continuar por um tempo. Em nenhum momento ele soltou elas.
Os três se encararam por um minuto de silêncio, que foi quebrado por nenhum outro que Luffy.
Luffy: Shishishi. Sabia que ia funcionar.
E mais uma vez as pegando de surpresa naquele dia, ele dá um beijo na testa de cada uma. Elas ficam ainda mais vermelhas e seus sorrisos se alargam ainda mais.
Bonney: Você é um idiota.
Nami: O nosso idiota.
Elas trocam olhares só entre elas, e depois dão um pequeno risinho.
Então o nariz de Luffy sente algo.
Luffy: O jantar tá pronto.
Ele não queria para de abraça-las, só que o estômago roncando dizia que o garoto precisava da comida de Sanji.
Bonney/Nami: Hahahahahahahaha.
Elas lentamente e carinhosamente tiram o braço de seu amado delas.
Bonney: Pode ir na frente, a gente só vai se arrumar primeiro.
Elas precisavam pentear seus cabelos de novo e esperar a vermelhidão do rosto passar um pouco.
Nami: Luffy não conta nada pra ninguém ainda.
O moreno olha pra ela em dúvida, mas no fim ele só acena a cabeça concordando.
Luffy: Claro, se você prefere assim.
Ele a deixou muito feliz por respeitar seus desejos sem questionar. Quando o moreno estava virando para sair ela pega na mão dele e na de Bonney. Eles olham para ela curiosos e veem um sorriso meigo no rosto da ruiva.
Nami: E só mais uma coisa. Não acho que vamos precisar tentar, tenho certeza que vai funcionar.
Os dois como resposta dão um grande sorriso. Coincidentemente eles pensavam a mesma coisa.
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O homem mais forte do mundo
FanfictionPoucos sabem quais as Akumas no Mi mais fortes, e mesmo entre esses poucos o consenso de qual é a mais forte de todas é inexistente. Mas todos concordam que uma fruta depende muito mais do potêncial do seu usuário do que do seu próprio poder. E o qu...