Era cedo da manhã, ainda tinha uma névoa cobrindo o Merry, resultado tanto do clima da madrugada quanto do fato deles ainda estarem saindo da área de influência do ambiente de uma Ilha de Inverno. Já era o segundo dia desde que eles saíram de Drum.
Luffy e Zoro estavam no convés, não eram os únicos acordados mas eram os únicos fora nesse horário. Ambos levantavam pesos de grossura no mínimo dez vezes maior do que do mastro do Merry, Zoro segurava uma em ambas de suas mãos, a movendo como uma espada e Luffy tinha uma em cada mão, subindo e descendo o braço com elas.
Zoro: Por que nunca contou que sentia mais dor?
O esverdeado disse de repente, não que tivesse surpreendido o capitão. O bando inteiro já tinha sido feito ciente da condição de Luffy e cada um reagiu diferente.
Luffy: Não é algo que vocês precisam se preocupar.
Luffy respondeu simplesmente. A muito tempo isso deixou de ser algo que o preocupava, então ele também não queria que isso acabasse preocupando o bando.
Zoro não respondeu de primeira, mas sua mente vagou para meses atrás, quando Luffy tomou uma facada no lugar dele. Ele sabia que o moreno não se importava, mas ele não podia deixar de sentir mais culpa do que sentiu na hora.
Zoro: Isso não muda realmente nada, mas, você não precisa carregar isso sozinho.
Disse seriamente sem olhar para Luffy, que notou que o esverdeado segurava a barra de aço com tanta força que ele jurava que ela seria amassada. Mesmo assim um sorriso um grande sorriso se formou no rosto do de chapéu de palha.
Luffy: É, eu sei.
Ele tinha um ótimo imediato.
...
Enquanto os Chapéus de Palha passaram seu tempo entre Little Garden e Drum, algumas coisas que cedo ou tarde iriam afeta-los de alguma forma, aconteceram.
Alguns dias depois que os piratas tinham partido em Whiskey Peak, a ilha tinha mudado completamente. A única sobrevivente entre os caçadores de recompensa que viveu para contar história foi a Miss Monday. O golpe de Bonney não a matou na hora, apenas a desmaiou, fazendo com que a mulher ficasse inconsciente durante todos os eventos que se decorreram. Ela passou os últimos dias enterrado o corpo de seus colegas nos cactos gigantes, que na realidade eram grandes montanhas com túmulos. Antes esses túmulos eram usados para piratas sem recompensa que resistiam, e agora estavam sendo usado para os próprios caçadores.
A mulher de grande estatura passou dias sozinha, assim que terminasse esse trabalho pretendia pegar um barco e ir embora. Talvez voltasse para algum dos quatro azuis, não tinha interesse em ir mais afundo na Grand Line.
Foi um pouco triste ter que enterrar tantos de seus ex-colegas, mas não era realmente próxima de nenhum deles. Sentiu mais a morte de Mr.9, e só pode rezar para Miss Wednesday e seu ex-parceiro Mr.8 já que não tinha encontrado os corpos deles. No último dia de trabalho, assim que se preparava para ir embora, foi quando deixou de ficar sozinha na ilha.
Um navio da marinha veio pela costa da ilha, deixando a mulher inconscientemente tensa. A última vez que alguém veio daquela direção, as coisas terminaram desse jeito.
Assim que o navio embarcou algumas pessoas desceram, a maioria apenas soldados de baixa que estava abrindo caminho para seu superior. Esse no caso era um homem que usava roupas majoritariamente brancas, tinha três charutos na boca e nas suas costas as escritas mostrava que ele tinha a posição de capitão. Atrás dele vinha, estranhamente, uma criança com uma expressão séria. Ela carregava uma espada que parecia ter o dobro de seu tamanho, e seu corpo estava carregado de cortes e band-aids.
Como Miss Monday estava prestes a sair da ilha, ela sequer teve a oportunidade de se esconder dos marinheiros, que a viram logo de cara.
Miss Monday: Algum problema marinheiros?
Disse com suor escorrendo de sua testa. Como membra, ou esse ponto ex-membra, de uma organização que não era realmente verificada pelo governo, ela não se sentia muito confortável perto de todo um esquadrão da marinha.
Smoker: Não é nada demais- diz olhando em volta, observando que não parece ter mais ninguém na ilha -Apenas queriamos fazer algumas perguntas sobre alguns piratas.
Isso pareceu ser a deixa para a criança espadachim passar vários folhas, cartazes de recompensa pelo que a musculosa notou, para o superior. Ele deu uma olhada neles um por um antes de mostrar para a mulher. E é claro que seria eles, os que os caçadores de recompensa foram tolos o suficiente para pensar que poderiam enganar. Os Piratas do Chapéu de Palha.
Miss Monday: Acho que eu posso responder elas.
Era um movimento arriscado, não podia dar informações o bastante para que não entregasse a existência de uma organização por trás dela, mas era uma oportunidade que provavelmente nunca mais teria de dificultar um pouco a vida daqueles piratas.
O resumo do que contou foi que de fato os piratas vieram para essa ilha, um pequeno grupo de caçadores de recompensa do local tentou capturá-los, falharam e foram mortos. Porém, de acordo com Miss Monday é claro, os piratas não pararam por aí, logo depois seguindo para matar e saquear a vila. O resultado foi um massacre completo, com apenas ela que sobreviveu por sorte e ficou cuidando da ilha pelos últimos dias.
Tashigi: Aqueles piratas desgraçados! Matando tantos inocentes!
Miss Monday não conseguiu deixar de pensar que os ditos "inocentes", não eram tão inocentes assim. Afinal você não junta tantas pessoas numa organização secreta sem que elas sejam de, no mínimo, background duvidoso.
Ao contrário da criança no entanto, o dos cachimbos tinha os olhos bem cerrados enquanto encarava a mulher que contou a história. Ela sentia um calafrio, como se ele tivesse visto por todas suas mentiras.
Smoker: Entendo... meus pêsames...
A voz dele era tão sem emoção que era difícil dizer se falava sério ou de forma sarcástica.
Smoker: Vejo que está se preparando para ir embora da ilha.- Falou olhando as malas e o barco que estava amarrado no convés por um mastro.- Gostaria de receber uma carona?
Apesar do que parecia um convite amigável, a musculosa teve certeza agora. Esse homem não acreditou em suas mentiras por completo.
Tashigi: Ótima ideia Smoker-san!
A pequena parecia empolgado em ajudar uma pobre vítima de piratas.
Miss Monday: Hehe, por favor, não tem necessidade.- ela suava mais ainda e falava com um sorriso sem graça - Vocês parecem ter coisas muito importantes para fazer e eu não quero atrapalhar.
Só que o fumacento não seria enganado por tão pouco.
Smoker: Venha conosco, eu insisto.
De maneira não tão sútil ele fez sinal para seus subordinados, que se aproximaram carregando suas armas. Claramente sem muita escolha a mulher apenas engole em seco e sobe no navio.
Tashigi: Por que fez isso Smoker-san?
A espadachim tinha completa confiança em seu superior. A atitude dele a fez pensar que deixou algo escapar, então queria saber o que.
Smoker: Sabe, pra um lugar que foi massacrado e saqueado, as coisas parecem bem no lugar. Não tem sinal de sangue, de destroços, nada. Se isso só aconteceu a poucos dias não tem como aquela mulher ter cuidado disso tudo sozinha.
Ouvindo as palavras do de cabelos brancos a de óculos arregala um pouco os olhos e mais uma vez da uma olhada no local. E de fato, ele não parecia ter sido o cenário de um ataque.
Tashigi: Então ela estava mentindo?
Em resposta ele balança a cabeça levemente da direita para a esquerda.
Smoker: Não, quando mostrei os cartazes ela pareceu ter tomado um susto. Eles passaram aqui com certeza, o que já é um começo pra gente. Agora, o que fizeram aqui?
Essa era a pergunta que realmente incomodava Smoker. Com sorte ele conseguiria algumas respostas de verdade com a "convidada".
Smoker: Anda, temos que reportar.
Fazendo o aceno da marinha, ela logo se junta a ele.
Eles ainda tinham algum tempo até a hora marcada, então usariam para treino. Tashigi lutava contra todos os marinheiros, ela tentava focar em melhorar sua técnica ao invés de aspectos físicos como força. Seu pequeno corpo ainda era um empecilho as vezes, mas estava tendo melhorias.
Smoker por outro lado malhava, levantando a maior quantidade de pesos que conseguia. Ele na realidade não tinha muita ideia do que fazer. Desde que conseguiu sua fruta nunca encontrou grandes empecilhos em seus inimigos, exceto em raríssimos casos em que um pirata pós as mãos em um pouco kairouseki, ou uma vez específica quando estava sendo treinado no quartel general e seu treinador usou um poder desconhecido, mas tirando esses casos, ninguém sequer era capaz de encostar nele se não deixasse.
Isso o deixou complacente e orgulhoso, ele acabou se acostumando e como resultado apanhou para um pirata novato. Claro, o pirralho foi capaz de anular seus poderes, descobrir como ele fez isso era um dos objetivos da sua missão afinal de contas, mas mesmo assim ele sequer foi capaz de botar uma luta com ele.
O capitão da marinha agora se encontrava em frente a uma muralha, pela primeira vez provavelmente não poderia contar com sua fruta para lutar.
Deixando os pesos de lado e deixando o suor escorrer pelo seu corpo, uma sensação que é quase que estranha pra ele, o fumacento aperto o punhal de seu jitte. Numa batalha contra o chapéu de palha, essa seria sua melhor aposta, mas primeiro teriam que dar um jeito no Trafalgar Law, para que ele não liberasse seu capitão. Só de pensar em ter que enfrentar aquele bando já parecia lhe dar dor de cabeça.
O capitão e a sua braço direito ficaram tão distraídos fazendo suas próprias coisas que apenas perceberam que chegava a hora da reunião faltando dois minutos para ela. Sem nem trocar de roupa ou fazer nada, eles entram no escritório do de cabelos brancos.
Smoker senta em frente a mesa, e Tashigi fica de pé ao seu lado. Ele pega o den den mushi que ficava no canto direito no exato momento em que a ligação começa.
Smoker: Capitão Smoker na linha.
Diz perto do walktalk do caracol.
- Capitão Yoro na linha.
Uma voz rouca saiu do pequeno comunicador. Mas não parecia rouca naturalmente, e sim como se a pessoa que falasse estivesse gripada ou chorando continuamente.
- Capitão Lorchi na linha.
Essa era uma voz mais mais aguda, ainda parecia pertencer a um homem, e um que não deveria ser fraco.
- Capitão Gapa na linha.
Esse já tinha um tom de voz mais baixo, estável e seguro de si.
Smoker: Muito bem, já que estamos todos aqui, começarei fazendo meu relatório. Encontramos a ilha inicial deles.
As reações foram justamente as que o fumacento esperava. Murmúrios pensativos, mas nenhuma informação a mais.
Smoker: Nesse momento estamos interrogando o que parece ser a única sobrevivente da ilha. De acordo com ela todo mundo aqui foi massacrado, mas existem estranhezas na sua história. O fato dela também não estar muito disposta a colaborar alimenta as suspeitas.
Era basicamente tudo que ele tinha a dizer. Descobrir a rota que os Chapéus de Palha era um avanço, só que ainda tinha um chão até eles realmente descobrirem aonde estão os piratas.
Yoro: Acredita que ela possa ter alguma relação com os piratas?
Ao mesmo tempo que ele fez essa pergunta era possível ouvir lenços de papel sendo rasgados e amassados.
Smoker: Se tiver não é pacífica. Ela demonstrou medo quando mostrei os cartazes deles.
Eles murmuraram algumas coisas mostrando concordância.
Gapa: Eu queria reportar algo também. Não tenho certeza se tem relação com os Chapéus de Palha, porém, na ilha inicial que fui eu presenciei atividades no mínimo suspeitas. Não consegui aprofundar as investigações, mas parece ser algum tipo de organização de caçadores de recompensa.
Isso deixou Smoker pensativo.
Lorchi: E por que exatamente isso era suspeito?
Era uma pergunta justa já que caçadores de recompensa normalmente trabalhava em grupo. Pequenas organizações desse tipo era relativamente comuns na Grand Line.
Gapa: Eu estou falando de uma coisa em larga escala. Eu sei que vai parecer loucura, mas fiquei de olho e mandei meus homens fazerem isso também, em todo mundo da ilha. A impressão que me passava é que todos pareciam estar alerta, como se todos estivessem trabalhando em conjunto.
Ouvindo isso é que as peças parecem se encaixar na cabeça do fumacento.
Smoker: Eu tenho uma pequena hipótese. Talvez os Chapéus de Palha realmente mataram todas as pessoas da ilha, porque essas pessoas atacaram primeiro...
Ele jogou essas palavras no ar. Todos os que estavam reunidos não demoraram para entender que pescaram algo no mínimo, interessante.
Smoker: Tashigi- ele chama sua braço direito - Vá falar com nossa convidada.
Com um rosto determinado a espadachim faz a saudação da marinha e saí da sala, para interrogar Miss Monday.
Yoro: E agora?
Os próximos passos deveriam ser decididos. Eles precisavam descobrir sobre o que poderia vir a ser essa organização, e como ela se relacionou com seus alvos. Ao mesmo tempo precisavam localizar logo os piratas.
Gapa: Solicitaremos por eternal poses de todas as ilhas na rota em que o Capitão Smoker se encontra. Pode demorar um pouco, mas é nossa melhor opção agora.- Ele dá uma pausa antes de acrescentar - Smoker, assim que a sua prisioneira revelar algo, relate conosco.
O dos cabelos brancos deu uma longa tragada em seu cigarro e respondeu.
Smoker: Entendido.
A ligação foi encerrada. Gapa seria o responsável pelas solicitações, por enquanto eles deveriam permanecer suas posições.
Smoker se virou em sua cadeira e ficou encarando o céu pela janela. Sinceramente não gostava da ideia de toda essa operação que a marinha estava realizando para tentar capturar quem devia ser seu alvo, mas já havia sido derrotado uma vez, então não podia reclamar de nada. Além do mais, nem ele podia ignorar que talvez fosse melhor se eles tivessem ainda mais forças nessa operação, por mais que ferisse seu orgulho admitir.
Smoker: "Mas a maneira com que eles estão lidando com isso..."
O fumacento suspiro enquanto balança a cabeça em decepção. Depois seus pensamentos vagaram para as palavras de seu colega, e sobre o que encontrou nessa ilha.
Existiria mesmo uma organização de caçadores de recompensa? Eles teriam alguma relação com os piratas? É verdade que, pelo que pesquisou, Roronoa Zoro era um caçador de recompensas antes de se juntar ao bando, então talvez existisse aí alguma conexão.
No fundo de si existia um sentimento de que ele estava se envolvendo com algo que estava além do seu escopo, uma coisa que ele não conseguiria lidar. Mas seu orgulho lhe fez ignorar esse lado.
Preso em seus pensamentos, ele só voltou a realidade quando Tashigi entrou na sala. Era estranho ver sua subordinado mais leal e esforçada como criança, só que até agora não tinha sido uma grande limitação. Bom, eles também não tinham encontrado nenhuma ameaça real ainda.
Tashigi: Smoker-san, é justamente como você teorizou.
Ela explicou que assim que revelou que eles já tinham noção do que poderia ter acontecido, a mulher se entregou e admitiu tudo. Mais rápido do que pensaram, não que estivessem reclamando.
Foi de fato igual ele havia dito. Os caçadores de recompensa atacaram, e os Chapéus de Palha reagiram. A boa notícia é que a organização não parecia ter nada haver com eles, porém, por algum motivo, o fumacento não deixou de sentir uma impressão ruim o tempo todo.
Após um pequeno intervalo de três dias, os marinheiros tinham conseguido tudo que precisavam para seguir com sua perseguição. E em poucas horas um dos quatro capitães havia chego num país coberto de neve e gelo.
...
Era um dos raros momentos em quem trabalhava sozinha na cozinha era Mikita ao invés de Sanji. Ela estava mexendo num pote com massa de chocolate, planejava fazer um bolo para comemorar os novos membros do bando, finalmente comemorar a reunião com sua irmã e agradecer ao capitão.
Os movimentos dela travam por um momento ao pensar no capitão, se lembrando do que tinha sido contado ao resto do bando no dia anterior. Enquanto ela fazia parte da tripulação a pouco tempo, a admiração e gratidão que sentia por Luffy eram as maiores que tinha sentido em sua vida.
Luffy: Que cheiro bom! Tá fazendo o que Mikita?
Como se ele tivesse sido chamado pelos pensamentos dela, o moreno surgiu na cozinha farejando o bolo ainda em processo de ser feito.
Ele não pensou duas vezes ao ver a massa que seria o bolo de chocolate e esticou a mão para pegar um pouco com o dedo indicador.
Mikita: Não toca nisso!
O lado de cozinheira da loira tomou conta, principalmente por Luffy ter acabado de treinar e ainda estar suado e sujo. Com a colher de pau que usava ela deu um leve tapa na mão do moreno, algo que ele sequer sentiria mesmo se fosse uma criança.
No entanto os olhos dela se arregalaram, Mikita apertou com força a colher em suas mãos. Luffy sentia exatamente o que ela sentia e sabia o que ela iria falar.
Mikita: Me des-
Luffy: Relaxa, shishishi. Eu nem senti. Você não precisa se preocupar com esse tipo de coisa, eu não são tão fraco assim.
O sorriso de orelha a orelha dele fez a dos limões inconscientemente dar um suspiro, que estranhamente não parecia muito diferente de um suspiro de uma mulher apaixonada, e olhar para baixo com um pouco de vergonha.
Mikita: Eu sei, é só que...
Era um sentimento estranho em seu peito que ela não sabia como descrever, mas ela tinha medo de que Luffy se ferisse, ela não gostava da ideia de que ele pudesse sentir mais dor do que o normal, nem sequer parecia ser justo com ele.
Luffy: Ei, tudo bem. Shishishi, eu fico que você se preocupa comigo, mas não precisa, eu sou muito forte!
Enquanto disse isso, ele alcançou o topo da cabeça e fez um movimento de carinho, fazendo Mikita corar profundamente mas também se sentir aliviada.
Mikita: É, você tem razão.- Era estranho, talvez fosse a confiança que Luffy conquistou dela, mas suas simples palavras pareceram retirar qualquer medo que ela poderia ter. Com um sorriso doce, Mikita passa a colher na massa de bolo e coloca na frente do rosto do capitão.- Aqui.
O sorriso de Luffy cresce ainda mais enquanto ele prova a massa.
Luffy: Shishishi, obrigado Mikita!
Ele agradece e se despede enquanto se dirige para o convés, para continuar a treinar. Dando um segundo suspiro, e com as bochechas vermelhas, a loira lava a colher e volta ao trabalho.
...
Capitão Larchi era um homem robusto, tinha dois metrôs de altura e corpo musculoso. Seu cabelo era loiro, seus olhos escuros, e ele tinha um bigode também loiro. Sua roupa se resumia ao casaco padrão de um capitão, com os dizeres de "JUSTIÇA" nas costas, uma calça militar com aparência um pouco surrada de diversas batalhas e botas que iam até a batata da perna. Ele tinha uma cicatriza logo acima do olho, fazendo uma falha em sua sobrancelha, e como seu casaco era aberto e não usava camisa, era possível ver as diversas cicatrizes, seja de tiros ou balas, que cobriam de seu estômago a seu peitoral. Era impressionante que mesmo em Drum ele não usava nenhuma roupa por baixo, e também não parecia sentir frio.
Um estranho barulho parecia vir do corpo dele, como se fossem pedras se batendo. Ele também parecia um pouco vermelho e emitia leves ondas de calor.
Assim que a marinha chegou Dalton foi avisado. O homem não pode deixar de pensar que esse curto intervalo de tempo foi mais agitado que vários meses juntos.
Larchi: Saudações, eu sou o Capitão Larchi da marinha. Gostaria de fazer algumas perguntas.
Dalton sequer piscou ou mostrou qualquer sinal de nervosismo. A conversa prosseguiu muito bem, eles relataram a aparição dos Chapéus de Palha, e como o próprio Luffy tinha falado, avisaram sobre a morte de seu rei e que gostariam de começar a um novo reino.
Larchi se encontrou em uma situação bem maior do que esperava.
Larchi: Ok, eu não posso fazer muito por vocês agora... É...- Ele coça a cabeça enquanto tenta considerar suas opções.- Eu vou contatar meus superiores e eles devem mandar algum tipo de ajuda. Obrigado pela cooperação!
E é exatamente o que ele faz, passando pra cima tudo que lhe foi falado, palavra por palavra. Por que um pirata mataria um rei? Não era comum, mas também não era estranho. O governo apenas daria de ombros e tentaria dar algum apoio, mesmo que mínimo, para o país, até porque a medicina de Drum era valiosa demais para ser abandonada.
Posteriormente o país ganharia outro nome e outro líder, mas agora a história não é sobre isso.
Gapa: Ele matou um rei...
Os outros três capitães tiveram um pouco de dificuldade em assimilar essa nova informação sobre as últimas atividades do bando.
Yoro: Esse cara é maluco...
Dizia com a voz um pouco mais rouca do que o normal.
Larchi: E isso lá importa? O nosso trabalho é o mesmo!
Era possível ouvir da mão dele batendo na mesa.
O fumacento, que até agora estava de olhos fechados pensativos, finalmente fala algo.
Smoker: Com isso, os superiores finalmente vão se envolver?
Tashigi fica tensa esperando uma resposta, porém tem que suportar longos segundos de silêncio.
Gapa: Smoker, já passamos dessa parte...
Ele falava com um pouco mais de autoridade na voz, e até com um certo tom de aviso.
Smoker: Mesmo após a morte de um rei afiliado ao Governo Mundial?
Todos ali presentes conheciam Smoker a muito tempo e sabiam quando algo o irritava, ao mesmo tempo que sabiam o quanto ele era orgulhoso. Tinham noção de que se não fossem pelas ordens, ele estaria fazendo essa caçada sozinho. O que os impressionava no entanto, era que o próprio fumacento, que normalmente é tão confiante em suas habilidades, achava que eles quatro ainda não eram o bastante. Isso dizia suficiente sobre o inimigo que estavam indo enfrentar para os deixar alerta.
Gapa: Wapol nunca foi dos mais colaboradores...
Isso esclareceu qualquer dúvida que os outros três poderiam ter.
Yoro: Aham, de todo jeito. Se eles passaram por Drum, a rota da qual eles estão indo é ainda mais clara para nós agora.
O resto da reunião foi discutindo o caminho que iriam tomar, suprimentos, a abordagem que teriam, esse tipo de coisa básica.
No momento em que a reunião acabou, Gapa se esticou em sua cadeira suspirando e encarando teto de sua sala.
Ele era um homem de altura média, cabelos escuros e curtos que batiam apenas até a orelha, queixo num formato mais quadrado com uma barbicha. Ele tinha uma aparência musculosa, mas não grande como a de Smoker ou Larchi, e sim uma que parecia mais treinada.
Usava uma jaqueta de marinheiro fechada, por cima dele um casaco de capitão com as palavras de "JUSTIÇA" atrás, e uma calça escura comum. No lado direito de sua cintura ele tinha uma espada, só que uma claramente comum e que mal parecia ser usada visto que a empunhadura dela ainda estava em estado de novo. Ele também carregava uma pistola ao lado da espada, e no lado esquerdo da cintura um porrete que parecia bem usado.
Na cabeça ele ainda usava o boné escrito marinha na frente, o que era bem raro entre pessoas de cargos atos, como capitão.
- Capitão, por que o capitão Smoker parece tão irritado?
A voz pertencia a uma mulher de cabelos marrons que iam até os ombros, brincos vermelhos nas orelhas, uma camisa padrão de ranks menores da marinha, com um lenço azul em volta do pescoço, e uma calça escura. Ela também carregava uma espada na cintura, e essa sim parecia ser utilizada com frequência.
Ouvindo a pergunta de sua subordinada mais leal, Gapa suspira.
Gapa: Marron, sabe qual o objetivo dessa missão?
Ele pergunta se virando para encara-la.
Marron: Capturar os Chapéus de Palha, correto senhor?
O superior acena com a cabeça concordando.
Gapa: Majoritariamente sim, porém, existe uma segunda coisa que devemos confirmar. Isso só foi conversado entre os capitães, então não espalhe.
Ela concorda com a cabeça e presta atenção em tudo que ele fala depois.
Gapa: Smoker é um poderoso capitão e mesmo assim ele foi derrotado com extrema facilidade.- A mulher acenou com a cabeça, já tinha ouvido essa história e não conseguia evitar, mas sentir um certo medo do pirata que derrotou Smoker sem dificuldade.- Isso acontece por um único motivo, a fruta dele foi inútil contra Monkey D. Luffy. Agora, o próprio Smoker afirma que seus poderes foram anulados, mas não dá pra ter certeza já que o encontro entre os dois foi curto, o que pode ter confundido ele. Então estamos trabalhando com três possibilidades.- Ele levanta os dedos, indicador, do meio e o anelar - A primeira, o chapéu de palha tinha kairouseki com ele. Essa é a mais improvável já que um pirata do mar mais fraco dificilmente conseguiria acesso a essa pedra, além dele ser um usuário de akuma no mi confirmado. Mas ela também é o melhor cenário, já que se esse for o caso, tudo que precisamos fazer é tirar a pedra dele. O segundo cenário, o que julgamos ser o mais provável, é que Monkey D. Luffy tenha uma fruta que foi capaz de combater a do Smoker, o que não seria estranho, existem relatos de que de fato uma fruta pode anular outra.- Ele para, suspira e continua- Agora, o pior cenário é caso ele realmente seja capaz de anular poderes de akumas no mi.
Ouvindo isso tudo a mulher franze as sobrancelhas num estado pensativo.
Marron: Se esse é o caso, por que enviar três capitães que são usuários de akuma no mi?
O capitão fecha os olhos e responde.
Gapa: Os superiores querem testas essa possibilidade, se o capitão dos piratas do Chapéu de Palha realmente é capaz de anular poderes de frutas do demônio. Por isso eu, que não tenho nenhum, estou responsável por essa operação.
A reação de sua subordinada foi exatamente o que ele esperava. Ela empalideceu entendendo as entre linhas do que essa missão realmente poderia ser. Se o pior cenário fosse o verdadeiro, isso tinha a possibilidade de se tornar uma missão suicida.
Gapa mais uma vez suspirou. Pelo menos eles tinham motivos para acreditar que os Chapéus de Palha estavam se dirigindo para um território próximo do de um shichibukai. Smoker iria odiar essa ideia, e ele próprio não gostava muito, mas talvez eles tivessem que pedir ajuda.
...
Crocodile: Piratas estão causando problemas? Por acaso não sabem que eu estou aqui?
Mr.0, o homem por trás de toda Baroque Works e o plano de tomada de Alabasta, e também um Shichibukai. Ele era alto, com peitos e ombros largos, corpo musculoso e um pescoço grosso. Sua pele era clara, seu cabelo escuro era penteado para trás e batia até a nuca. Em seu rosto carrega uma longa cicatriz costurada no ponte do nariz se estendendo por todo seu rosto. No lugar de sua mão esquerda ele tinha um gancho com feito do que parecia ser ouro.
Ele usava um colete laranja de botão preto brilhante sobre uma camisa de manga comprida, um cachecol azul, calças de terno marrom escuro e sapatos pretos polidos com fivelas douradas. Ele utilizava um longo e grosso casaco de pele escuro sobre seus ombros. E estava fumando um charuto que carregava a imagem da Baroque Works.
Miss All Sunday: Provavelmente não se importam, um país em conflito é um prato cheio para piratas.
Um sorriso de escárnio se formou no rosto do de gancho.
Crocodile: Acho que devo ir fazer meu trabalho então. Mas antes disso, confirmou a morte daquele bando?
Não teve nenhuma mudança na expressão da mulher, ela ainda parecia observar algo divertido.
Miss All Sunday: Claro, sofreram mortes horríveis em Little Garden.
Ele mantém o olhar para ela por alguns segundos e depois se vira para sair.
Crocodile: Entendo.
No momento em que ele tira seus olhos dela, uma única gota de suor escorre da testa da morena, que logo passa a mão para tirá-la. Era uma aposta arriscada, mas pelos últimos vinte anos, viver tem sido arriscado para ela.
A distância de sua base de operações até a cidade que estava sendo atacada era relativamente curta, não que distância fosse um problema, já que esse país era o paraíso para sua habilidade. Ele, sem ninguém perceber que sua presença observava a situação quietamente. Os piratas que atacavam pareciam ridiculamente incompetentes, alguns civis até tentaram resistir, e os criminosos sequer foram capazes de mata-los. Claro, Crocodile iria impedir se chegasse a tanto, não por se importar, mas porque ele tem uma reputação a zelar.
Assim que a situação parecia estar sobre o controle dos piratas foi quando ele fez sua presença ser notada. O que parecia ser uma forte ventania, porém um olhar mais cuidados revelaria diversos grãos de areia no ar, fez todos direcionarem o olhar para cima.
- CROCODILE-SAMA!
- O HERÓI DO PAÍS!
- ELE VEIO NOS SALVAR!
Tudo que foi necessário para que eles ganhassem esperança de novo foi ver a imagem do shichibukai no topo de um prédio.
Crocodile: Calados. Eu só vim fazer o meu trabalho.
Disse de maneira entediada, ninguém notou o desprezo e escárnio em seu olhar.
- ELE É TÃO LEGAL!
Mais e mais as pessoas gritavam, já parecendo ter esquecido completamente das ameaças dos piratas.
- Um shichibukai?!- o capitão que estava atacando a cidade ficou tenso ao notar a presença de um dos sete lordes dos mares- Tsc, não importa. SE ACHA GRANDE COISA CROCODILE? VOCÊ É SÓ UM CACHORRO DO GOVERNO QUE DECIDIU VENDER SUA ALMA! NUNCA QUE PERDERIAMOS PARA ALGUÉM ASSIM! NÃO É HOMENS?
Os seus companheiros levantaram os punhos no ar e abriram a boca, mas antes que qualquer som pudesse sair de suas gargantas eles já haviam sido derrotados. Foi tão rápido que ninguém notou o que aconteceu. De repente o chão estava coberto de areia, Crocodile que estava no topo do prédio tinha descido e estava acima disso tudo, e todos os piratas estavam caídos. Seus corpos estavam secos como múmias, eles ainda não haviam morrido, mas era só questão de tempo.
Esse era o poder de um shichibukai, de um homem reconhecido pelo governo mundial, por um usuário de logia cuja fruta estava em seu ambiente natural.
- CROCODILE! CROCODILE! CROCODILE!
Maravilhada, a multidão começou a gritar o nome de seu salvador, o raio de esperança que Alabasta tinha em tempos tão sombrios. Eles adoravam e idolatravam esse homem, o país inteiro o via como um herói, como um santo.
Mais uma vez o escárnio no sorriso dele não foi notado por ninguém.
...
Um pouco distante dali, no palácio real, vários guardas, os que restara, protegiam a sala do rei. Na frente do trono dois homens se ajoelhavam e informavam da situação para ele.
O homem sentado no trono tinha uma estatura média, um rosto enrugado, uma barba amarrada, cabelos longos e encaracolados. Ele vestia uma túnica verde com orlas amarelas, uma faixa laranja e bege em volta da cintura e um casaco roxo. Ao invés de sapatos, utilizava sandálias e tinha um colar no pescoço. Esse era o pai de Vivi, Nefertari Cobra, o rei de Alabasta.
Cobra: Entendo, então ele já tinha resolvido quando vocês chegaram. Isso não é uma coisa ruim, pelo menos não tivemos vítimas. Nós devemos muito a Crocodile.
Sua voz era cansada, mas também carregada de respeito pelo herói do pais.
Omake:
Zoro: Toragari!
Puxando as duas lâminas em suas mãos para frente Zoro declara seu ataque.
Ucy: GRRR!
E Ucy pula logo atrás, parando na frente do esverdeado, ele tinha uma expressão orgulhosa em seu rosto.
Bartolomeo: AAAAHHHHH! EU NÃO POSSO ACREDITAR! O COMBO MAIS FORTE DA NOSSA TRIPULAÇÃO! É UMA HONRA APENAS TER SIDO CAPAZ DE PRESENCIAR ISSO!
O punk gritou com grossas lágrimas saindo de seus olhos, enquanto Usopp observava a cena com uma gota de suor escorrendo de sua testa, e Chopper e Bepo estava com os olhos brilhando. Zoro e Ucy no entanto apenas se encararam e deram de ombros confusos.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Isso é meio repentino, mas eu infelizmente tenho que dar uma pausa na fic. Dando bom, eu volto em fevereiro. Foi mal por isso, mas se quiser ver outras fics q eu fiz pode ir no Spirit.
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O homem mais forte do mundo
FanfictionPoucos sabem quais as Akumas no Mi mais fortes, e mesmo entre esses poucos o consenso de qual é a mais forte de todas é inexistente. Mas todos concordam que uma fruta depende muito mais do potêncial do seu usuário do que do seu próprio poder. E o qu...