Zoro: Mas que por-
Ele nem terminou a frase porque sentiu o olhar penetrante e frio da chocolateira em sua nuca. Poucos coisas nesse mundo verdadeiramente assustavam o esverdeado, Mikita não costuma ser uma delas, só que quando ela se encontra desse jeito ele não consegue evitar sentir calafrios.
Zoro: Do que "caralhos" você está falando?
Foi apenas um xingamento mental para não se sentir completamente derrotado pela loira.
A pergunta do de moicano chamou a atenção de todo mundo, e tirando Vivi, Sanji e Carue que estavam com os doentes, todos do bando vão para a frente do Merry ver a dita pessoa andando no mar. Surpreendentemente realmente tinha alguém assim na frente do navio, a tão poucos metros dele que Bartolomeo nem precisava mais do binóculos para ver esse homem.
Era um homem alto, com lábios ondulados e que parecia carregar uma expressão triste. Se vestia como um bobo da corte com cores verde-azul quadriculado, um forro roxo no fim das mangas, uma capa branca de inverno com forro também roxo amarrada contra seu peito. Suas calças eram verde escuras e seus sapatos eram azuis com fivelas brancas. Nas suas costas estava um arco e uma aljava com setas de perna verde escuro, com um pequeno detalhe em verde-azul.
A visão com certeza era excêntrica, apesar disso os Chapéus de Palha apenas tinham uma sobrancelhas levantada enquanto encaravam o arqueiro, que também não entendia a falta de aparente confusão deles. Acontece que quando o seu capitão é um homem capaz de ter múltiplas frutas do diabo, e ontem viu uma ilha cheia de dinossauros e dois gigantes guerreiros extremamente poderosos, um cara aleatório andando em cima do mar não era tão esquisito. Ainda era, só não tanto quanto poderia ser para outras pessoas.
- Tá bem frio né?
O desconhecido fala esfregando seus braços com suas mãos numa tentativa de se aquecer.
Usopp: É... um pouco.
Responde casualmente.
Bartolomeo: Um pouquinho frio.
Complementa pegando um floco de neve com a palma de sua mão.
A conversa morreu e os dois lados ficaram apenas se encarando. Luffy mais uma vez tinha aquelas sensações que mais se assemelhavam a instintos, ele ainda não fazia ideia do que era, mas como se tivesse pessoas logo abaixo deles.
Exatamente como o moreno suspeitava, ou sentia, havia de fato várias pessoas logo abaixo deles, numa espécie de híbrido de navio e submarino. Acreditando ter pego os piratas de surpresa, esse grupo decide avançar.
Ondas começam a se formar quando uma grande cúpula metálica, com uma mastro no topo revelando que o arqueiro estava na verdade em pé no ninho do corvo daquele navio/submarino, emerge das águas.
Marianne: Que que é isso?
Ucy: Grrr!
As ondas desestabilizam completamente o navio, fazendo todos terem que se agarrar em algo. Dentro da enfermaria a agitação quase acorda Bonney, Nami e Law.
Vivi: Ondas?! Agora?! O que tá acontecendo lá fora?
Em frente ao Merry, a grande cúpula de aço era recolhida revelando um navio muito maior que o pequeno cordeiro. Ele era largo e redondo, toda a parte de frente do navio parecia ser enfeitada com o que pareciam ser desenhos de floco de neve, nas laterais tinha duas engrenagens, uma de cada lado, girando e a cabeça do navio era um hipopótamo com uma coroa.
No topo do navio tremia uma bandeira com uma Jolly Roger, uma caveira com cruzes de ossos, um queixo de aço e uma coroa assim como o hipopotamo do navio.
- Mahahahahaha! Impressionados com meu belo navio? Tremam e me entreguem tudo de valor!
A voz era alta e tinha um tom irritante. Ao invés de assustar os piratas como pretendia, tudo que fez foi irritá-los, fazendo-os franzir as sobrancelhas.
Quem disse isso logo pulou do navio acompanhado de diversos homens armados, que pareciam mais uma milícia ou um exército treinado do que piratas comuns.
O que parecia ser o capitão deles e quem havia falado aquilo era um homem claramente com excesso de peso, cabelo roxo, uma mandíbula com formato cilíndrico e folhas de flandres. Ele vestia o que se assemelhava a um casaco metálico, quase como uma armadura estranha, e um casaco de pele branca nas costas. Também usava luvas grossas marrons, um par de shorts de lã roxo e laranja, um cinto marrom em volta da cintura e um par de botas curtas espessas.
Zoro: Um ataque, tudo que a gente precisava agora.
Seus companheiros compartilhavam esse mesmo pensamento.
Vivi: Mas o que que tá acontecendo?!
A princesa, dentro da enfermaria, questiona ouvindo toda a barulheira feita lá fora.
Sanji: Não se preocupe Vivi-chan, deixa que eu vejo!
Na mesma hora que as palavras saíram da boca da azulada o loiro, que tinha entrado lá para entregar comida tanto para Vivi e Carue quanto para os doentes, saiu correndo para o convés. A primeira coisa que entra em seu campo de visão não é seus companheiros treinando, jogando ou fazendo qualquer das coisas que eles costumam fazer, mas sim um cano de uma arma de fogo pronta para atirar no espaço entre seus olhos.
Sanji: Então- ele toca no bolso de sua calça improvisada, costurada por Vivi, atrás de um maço de cigarros e não encontra nada. Se lembrando que a própria princesa e Mikita haviam confiscado eles, o loiro se resigna a apenas suspirar - Estamos sob ataque?
Pergunta totalmente casual.
Luffy: É, por aí.
O da camisa vermelha responde tranquilo, tendo três armas apontadas para ângulos diferentes de sua cabeça.
Cada um dos membros da tripulação que estava no convés tinha uma, duas ou três armas, apontadas para seu rosto, mas nenhum deles parecia mostrar sinais de pânico.
Marianne inclusive continuou tomando sua xícara de chá, ela parecia mais preocupada com a perspectiva de que sua bebida fosse esfriar do que com a "ameaça" em sua frente.
- Mostrem respeito piratas de merda- mesmo nessa situação a dos limões claramente estava irritada com os xingamentos - estão na presença do grande Wapol-sama!
O homem de cabelos roxos parecia satisfeito com a atitude de seu subordinado. Em sua mão direita ele carregava uma faca com um pedaço de carne enfiado nela, e com uma mordida que rivalizaria tanto Luffy quanto Ucy, ele comeu a carne e a lâmina. Mastigava de boca aberta, deixando visível para todos os pedaços de carne e ferro sendo triturados em sua boca, numa visão nojenta e de certa forma perturbadora.
Usopp: Ugh, eu tô com calafrios só de olhar.
O narigudo só imaginava a dor que deveria ser, apesar desse tal de Wapol não demonstrar nenhuma, e sentia suas próprias gengivas parecerem latejar.
Bartolomeo: Nem me diga.
O punk também mostrava uma cara de nervoso e virou o rosto para outro lado.
- FIQUEM QUIETOS NA PRESENÇA DO WAPOL-SAMA!
O que disse isso colocou o cano mais próximo da testa de Bartolomeo, que nem deu atenção a ele.
Wapol observava o navio, não como alguém que parecia interessado em rouba-lo, mas sim com o mesmo olhar que é dado a um pedaço de comida saboroso. Ele também dá uma olhada na tripulação, não mostrando nenhum interesse nos homens ou nas crianças, mas quando vê Mikita seu olhar desinteressado muda para como es estivesse encarando um pedaço de carne, literalmente. A loira conhecia olhares de luxúria, só que o que esse homem demonstrava era gula, a deixando confusa e enojada ao mesmo tempo. Por último ele olha para Ucy, e mais uma vez parece ver um pedaço suculento de carne em sua frente.
Wapol: Eu e a minha tripulação estamos procurando um certo lugar.- sua voz faz parecer que nada demais estivesse acontecendo- Por acaso vocês sabem pra onde fica Drum? Tem um Eternal Pose, ou até um Log Pose para lá?
Seu tom arrogante demonstrava como imaginava que tinha toda a situação em controle, sem nem imaginar o quanto estava errado.
Ao ouvirem essas palavras o bando não reagiu, mas internamente era claro que não podiam falar nada, essas não pareciam ser o tipo de pessoa amigável que eles pudessem apenas apontar a direção para Drum para irem juntos.
Zoro: Drum? - levanta uma sobrancelha, fingindo dúvida- Nunca ouvi falar.
Não tinha distorção da voz do esverdeado, um imbecil como esse do queixo de aço seria incapaz de saber que ele estava mentindo.
Wapol: É mesmo?
Apesar de não obter o que queria Wapol parecia apenas entediado, e não decepcionado.
Luffy: Isso, podem ir embora agora?
O primeiro objetivo deles era evitar um conflito, só atacariam se o outro lado atacasse primeiro, e na efêmera situação em que eles fossem embora deixariam por isso mesmo. Tinha três pessoas doentes abordo, não era hora de começar uma luta no convés.
- FIQUE QUIETO ENQUANTO WAPOL-SAMA ESTÁ FALANDO ESCÓRIA!
Um dos que estava mirando em Luffy grita, parecendo pronto para atirar no moreno a qualquer momento.
Wapol: Por que essa pressa? Primeiro...
Ele não termina sua frase e seu olhar vaga até a lateral do Merry. Em um segundo Wapol está analisando e acenando com a cabeça, como se fosse um carpinteiro analisando o navio, no segundo seguinte sua boca se abre de forma absurda, quase que num ângulo de cento e oitenta graus, e simplesmente devora a madeira como se fosse um lanche. Era possível ver as farpas e os pedaços afiados sua movendo no interior de sua boca enquanto ele mastigava horrendamente.
Luffy/Usopp: NÃO TOQUE NO MERRY!
O capitão e o atirador gritaram ao mesmo tempo, finalmente se mexendo em direção ao homem obeso.
- NÃO ATRAPALHEM WAPOL-SAMA DURANTE SUA REFEIÇÃO!
Tomando a movimentação dos Chapéus de Palha como a ótima ofensa para o seu líder eles atacam, porém ao invés de tiros e os corpos dos piratas caindo no chão como eles esperavam, a cena que se seguiu foi completamente diferente. Antes mesmo de puxar o gatilho os que cercavam Luffy de repente se sentiram cobertos de escuridão e começaram a sentir a pior dor que já tiveram em todas suas vidas, o lado bom foi que a dor não durou muito graças a suas mortes rápidas.
Luffy: Liberation.
Os corpos caem no chão saindo da massa escura que havia se formado do nada. Os outros só podiam observar horrorizados enquanto os cadáveres de seus antigos companheiros caiam no chão. Foi então que eles finalmente perceberam que morderam mais do que conseguem mastigar.
- Wapol-sama fu-
Ele foi interrompido pela Shigure que cortou seu pescoço, banhando o convés de sangue e fazendo uma cabeça rolar pelo chão. Os que iriam tentar atirar em Usopp, ou foram parados pelos punhos agressivos de Bartolomeo, sendo espancados até a morte, ou viraram comida pro Ucy. O espancamento era uma morte brutal, mais lenta só que menos suja, o de moicano só precisaria socar seu rosto com um soco inglês, que tirou sabe-se lá de onde, até seu crânio ficar deformado.
Já virar comida do tigre era mais sujo, mais sangrento, mas também era uma morte mais rápida, já que o felino te mandava para a outra vida com apenas uma mordida, e depois se saciava com o cadáver.
As vítimas do esverdeado também iam para o pós-vida rapidamente, com a Shigure, uma espada rápida e afiada, na mão direita, e a Sandai Kitetsu, a lendária espada amaldiçoada, na sua mão esquerda era necessário apenas um único corte para dividir os corpos em dois. O alvo atual de Zoro era aço, carne e ossos não eram nem aquecimento para ele.
Os subordinados de um idiota dificilmente seriam melhores que ele, e esses idiotas cometeram o erro de subestimar Mikita. Enquanto imaginavam se seu rei iria querer essa loira, e se com sorte depois ele deixaria eles se divertirem, falharam em notar que ela tinha dado um salto, e logo depois descido em alta velocidade pisando na cabeça de dois soldados e esmagando elas completamente. O pé dela não parou, foi descendo, esmagando a cabeça, quebrando o crânio em questão de segundos, tempo o bastante para os dois gritarem de dor, e assim que o osso quebrou o que foi esmagado foi o cérebro, sujando o chão do convés com restos cerebrais, sangue, muco e ossos.
Se a dos limões quisesse ela poderia ir descendo e tornar o corpo dos seus inimigos em apenas uma massa nojenta, mas isso seria horrível de limpar e sujaria suas roupas e pernas. Então ela apenas pulou, desviou de todos os tiros mal dados, até porque a esse ponto os inimigos já estavam completamente horrorizados, alguns inclusive tendo se mijado, e quando os golpeava aumentava seu peso, demonstrando cada vez mais o controle expcional que estava ganhando de sua akuma no mi.
Mikita não foi a única a ser subestimada do bando, as crianças, ou melhor, Marianne e Sanji também foram. A dos cachinhos foi a que menos teve que se mexer, na verdade ela simplesmente não se mexia. Os inimigos ao redor atiravam em si mesmos ao invés de acertá-la.
- Sua esposa te traiu comigo! Eu fodi ela!
- Eu sempre soube, seu filho da puta!
Foram as últimas palavras desses dois antes de botarem balas em suas testas. No chapéu da de cabelos vermelhos tinha uma marca de cor preta que nenhum dos subordinados de Wapol notaram, era o poder da traição.
Argumentavelmente os que tiveram o pior oponente foram aqueles mortos pelo cozinheiro. Ele estava em um estado de estresse tremendo, tanto pela condição das belas damas, e de Law por mais que ele não fosse admitir a preocupação abertamente, e a falta de nicotina. Seu corpo podia estar infantil agora, e sua força com certeza não era tão grande quanto antes, mas suas técnicas ainda estavam intactas e ele teve tempo o suficiente para se ajeitar ao equilíbrio e alcance desse pequeno corpo.
Mirando apenas em partes, como o pescoço ou no meio das pernas, o da sobrancelha encaracolada neutralizava os inimigos e depois ficava batendo brutalmente até matá-los.
Sanji: Seus merdinhas... aparecendo agora... atrapalhando a Nami-san e a Bonney-chan...
Suas duas pernas estavam encharcadas de sangue, mas também doloridas. Podia até ter força para matar um ou outro dos homens do Wapol, mas não conseguiria manter isso por muito tempo. Felizmente não precisaria.
Luffy corria para a direção do homem de cabelo roxo, que não parecia afetado com a morte de seus subordinados mas sim com a força e brutalidade desse bando. O do chapéu de palha estava no ápice da fúria, esse homem atacou seu navio enquanto quem ele amava estava em perigo, ameaçou seus companheiros e quebrou o Merry, Luffy não se contentaria em só absorvê-lo num buraco negro, ele iria quebrá-lo com suas próprias mãos.
- WAPOL-SAMA!
O arqueiro, vendo a situação, agiu rápido e antes que Luffy tivesse a oportunidade de os parar. Agarrando o seu líder ele se joga no mar, o moreno até estica o braço para tentar puxá-lo mas eles já haviam sido engolidos pelas ondas.
- CHESS-SAMA SALVOU WAPOL-SAMA! TEMOS QUE RECUAR E SALVÁ-LOS!
O grito trouxe esperança para os sobreviventes, que pularam de volta no Bliking sem pensar duas vezes. A cúpula de metal voltou a cobrir todo o navio e submergiu, causando ainda mais ondas. No fim ficaram apenas a tripulação e os cadáveres sujando a neve e o convés.
Vivi: O QUE QUE TÁ ACONTECENDO?!
No instante seguinte que todos se foram a azulada aparece, claramente estressada por tudo o barulho que fizeram. Ela toma um pequeno susto vendo os corpos no chão, e toda a sujeira que se misturava com a neve, tinha ficado claramente pálida com a cena. Mas a conversa com o do chapéu de palha tinha começado uma mudança no seu ponto de vista. Ela também viu a expressão furiosa de Luffy, cujo os dentes normais tinham sido substituídos pelos de Tigre de Dentes de Sabre, assim como os olhos.
Vivi: Por favor limpem tudo antes que o cheiro enjoe os três.
Ela fala suspirando e depois vai para dentro. Aquela era uma tripulação de loucos, e ela estava começando a se juntar a eles.
...
Dentro do Bliking todos corriam feito loucos de um lado para o outro do navio agora em seu estado de submarino.
Wapol: POR QUE ME JOGOU NO MAR SEU IMBECIL?!
O de cabelos roxos gritava furioso com o bobo da corte.
Chess: Mas Wapol-sama, aquelas pessoas eram claramente perigosas, acredito que essa foi a melhor abordagem.
Dizia tentando acalmar seu rei.
Wapol: MESMO ASSIM-
- Ora, pare com essa gritaria seu pirralho, se está tão puto com isso porque não volta lá para lutar você mesmo?
Todos gelaram ouvindo essas palavras, ainda não acostumados com a ousadia desse homem perante Wapol, ao ponto de interrompe-lo, xingá-lo e desafiá-lo em uma única frase. O de queixo de aço no entanto apenas olhou para quem disse isso com uma expressão... meiga.
Wapol: Mas An-chan, eu não sou um lutador que nem você.
Era como um irmão mais novo reclamando de algo besta para o mais velho.
- Então não fique reclamando e irritando meus ouvidos, se não vai fazer nada sobre fica quieto.
Wapol apenas sorriu acenando a cabeça, concordando com as palavras do mais velho. No fim não valia a pena se virar contra um de seus homens mais leais, pelo menos não enquanto eles estivessem em alto-mar e fosse difícil substituí-lo.
- De todo jeito, depois de assumirmos o controle de Drum novamente podemos só fazer um pedido pro Governo Mundial para caçar esses piratas, deve ser fácil.
Esse pensamento fez o do queixo de aço sorrir ainda mais e balançar a cabeça ainda mais. Isso mesmo, era apenas questão de tempo até Drum voltar a ser seu reino, ele assumiria seu trono novamente e todos os tolos que se viraram contra ele pagariam. E aqueles piratas, não importa o quão fortes são, eles vão pagar, até porque não existe pirata capaz de se levantar contra um rei.
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O homem mais forte do mundo
FanfictionPoucos sabem quais as Akumas no Mi mais fortes, e mesmo entre esses poucos o consenso de qual é a mais forte de todas é inexistente. Mas todos concordam que uma fruta depende muito mais do potêncial do seu usuário do que do seu próprio poder. E o qu...