Capítulo 5

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─ Agora a turma está completa! Chegou o japonês e o ex-gorducho, podemos começar as brincadeiras!

─ Paulo Guerra, sossega pelo amor de Deus. ─ Alicia pediu ao marido pela milionésima vez no dia ─ Senhor, ele está pior do que o Lucas hoje.

─ O Mário também está cheio de graça. ─ riu Marcelina, dando pedacinhos de pão para a filha, que estava sentada no cadeirão ao seu lado ─ Sabe como é? Eles se encontram e voltam a ser crianças.

─ Eu gosto, sabe? De lembrar de quando a gente era criança. ─ Valéria sorriu para as amigas ─ Mas isso é ainda melhor. Quando, com oito anos, a gente ia imaginar esse cenário? Um reencontro com cinco crianças.

─ Valéria virou mãezona mesmo, né? ─ riu Margarida, comendo um prato cheio de salada ─ Mas eles são realmente as coisinhas mais fofas do mundo.

─ Obrigada. ─ Alicia, Carmen, Marcelina e Valéria agradeceram, fazendo as amigas rirem.

─ Eu preciso afirmar, novamente, a minha surpresa por ter sido a Alicia a primeira a ter filhos. E mais, teve dois. ─ comentou Maria Joaquina, causando risos. A morena deu de ombros, meio sem graça.

─ Ninguém ficou mais surpresa do que eu, né?

─ E estão planejando mais um? Se não, é melhor fechar a fábrica para não correr o risco de outra surpresa. ─ Alicia lançou um olhar cético para Bibi ao ouvi-la dizer isso.

─ Arranja alguém disposto a procriar com você e aí você pode vir opinar na vida minha e do meu marido. ─ disparou ácida, e Marcelina segurou sua mão.

─ Calma, cunhadinha, calma. ─ pediu a Guerra caçula.

─ É que eu odeio quando falam disso, tá bom? Eu e o Paulo não estávamos casados e nem tínhamos planos para isso, mas o Lucas aconteceu e mudou tudo. Nós não pensávamos em outros filhos, muito menos tão cedo, só que a Isis aconteceu. Mas isso não quer dizer que somos irresponsáveis ou que os meus filhos são fardos, nem nada assim. ─ Alicia levantou irritada, pegando a filha da cadeira ao seu lado e sumindo para o interior da casa.

─ Marce, eu juro que não falei por mal. ─ Bibi estava um pouco assustada, assim como as amigas.

─ Eu sei, Bibi, e ela também. Mas a Ali tá meio cansada, sabe? Os pais dela nunca aceitaram bem tudo isso, não conseguem se entender com ela ou se dar bem com a Isis e o Lucas. Ela sempre bateu tanto de frente com eles, que eles esperavam que ela fosse se tornar, sei lá, a presidente do Brasil. E depois que o Lucas nasceu e ela largou o curso de pilotagem, ela voltou e terminou a faculdade. Mas ela engravidou da Isis logo depois, e ela e o Paulo acharam melhor ela ficar em casa até os dois crescerem um pouco, para não deixar as crianças na mão dos outros. ─ explicou a cunhada. A maioria deles tinha acompanhado a gravidez de Lucas e conhecia parte da história; mas Alicia engravidou de Isis no casamento dos cunhados, e nessa ocasião, boa parte do grupo já não estava presente ou próxima para saber dos detalhes.

─ Mas essa é uma escolha dela, ela já é adulta. O que os pais dela têm a ver com isso? ─ reclamou Laura.

─ Os pais infelizmente continuam a se meter na nossa vida, mesmo depois que nós crescemos. ─ suspirou Valéria, encarando Davi rindo com os amigos.

─ Eu to me sentindo péssima, gente, eu vou falar com a Ali. ─ Bibi levantou, mas Marcelina fez sinal que ela sentasse.

─ Agora não adianta, Bibi, se acalma. A Ali precisa explodir um pouco, e a melhor pessoa nessa hora é o Paulo. ─ a mulher se virou para o sobrinho, que brincava com Leo e Sara ─ Lucas, meu anjo... Pede para o papai vir aqui, por favor.

20 Anos Depois - A salvação da Escola MundialOnde histórias criam vida. Descubra agora