Capítulo 7

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─ Está mais calma, Ali? ─ perguntou Carmen, segurando a mão da amiga.

─ To sim, Carmen, obrigada. E Bibi... Me desculpa pelo surto. Eu sei que você não fez por mal. ─ a morena se desculpou com a ruiva.

─ Não tem problema, Alicia, de verdade. ─ a americana sorriu de forma doce ─ Eu entendi que você só quis proteger as crianças de comentários maldosos.

─ É difícil diferenciar o que é brincadeira do que é maldade. ─ concordou Valéria, picando a comida da filha.

─ Já dizia a minha avó: mulher se torna uma leoa depois que tem filhos. ─ declarou Maria Joaquina.

─ Inteligente a sua avó. ─ concordou Laura, mexendo no celular.

─ Ué, você não vai falar que isso é tão romântico? ─ zoou Marcelina, dando um suspiro alto.

─ Romance é para crianças idiotas, Marce, vamos combinar.

─ Quem é você e o que fez com a Laura? ─ perguntou Margarida, chocada.

─ A doce Laurinha teve o seu coração quebrado tantas e tantas vezes que resolveu ser realista, meninas. Príncipe encantado não existe; vocês mesmas estavam reclamando dos maridos agora há pouco. O que me resta é aproveitar a vida, certo? ─ a outrora romântica explicou, dando um sorriso amarelo.

─ Muita coisa mudou mesmo, hein? ─ Marcelina sussurrou para a cunhada, que concordou.

─ Mais até do que a gente podia imaginar.

─ Hey, meninas, adivinhem? ─ os rapazes voltaram para a área coberta, os casados indo até as esposas ─ Vamos fazer um happy hour na 5ª feira.

─ Ah é, Paulo Guerra? E com a autorização de quem? ─ Alicia franziu o cenho, vendo o marido se encolher.

─ Papai está ferrado. ─ Lucas riu baixinho.

─ Não entendo o porquê desse drama todo. ─ reclamou Koki.

─ É porque você não tem filhos, cara. ─ Mário suspirou diante do olhar da esposa.

─ O último happy que vocês fizeram, o Daniel vomitou a noite inteira. ─ Carmen lançou um olhar cheio de significados para o marido, que baixou os olhos envergonhado ─ Eu já tenho o Leo para cuidar, não preciso do pai do Leo também, né?

─ Relaxa, meninas, eles vão voltar inteiros. ─ prometeu Jaime, encarando Carmen diretamente ─ E para provar isso, eles podem até levar o Lucas e o Leo, porque vai ser algo bem de boa.

─ Eba, eu posso ir mesmo? ─ o garoto mais velho pulou na cadeira.

─ Prefiro que o meu filho fique mais um tempo sem ouvir certas coisas, Jaime, valeu. ─ Alicia fuzilava o amigo, que apenas deu de ombros.

─ Ai, gente, eu senti falta disso. ─ garantiu Margarida, pendurada no pescoço de Jorge ─ Dessas briguinhas, discussões, risadas. Nós passamos por tanta coisa juntos, né?

─ Acho que poucas pessoas tem o mesmo privilégio que a gente, de estudar com a mesma turma até a faculdade. ─ concordou Adriano.

─ E por mais que a gente odeie admitir isso, devemos esse fato a diretora Olívia. ─ lembrou Davi ─ Ela que sempre mexeu os pauzinhos, nos deixou juntos, expandiu a Escola Mundial para abranger mais anos. Do contrário, teríamos nos separados muito antes.

─ A diretora Olívia adorava todos nós. ─ garantiu Carmen, emocionada ─ Ela dizia que, apesar de sempre termos sido diabinhos, nós ensinamos muito sobre amizade, companheirismo e perseverança para todos! Junto com a professora Helena, é claro.

20 Anos Depois - A salvação da Escola MundialOnde histórias criam vida. Descubra agora