Capítulo 18

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─ Mas eu achei que a tia Alicia e o tio Paulo já eram casados. ─ disse Jack, enquanto chegava com os pais na igrejinha. Ele estava entre os dois, segurando uma mão de cada.

─ Sim, eles casaram no papel, mas não na igreja. ─ explicou Margarida.

─ E precisa casar nos dois lugares, mamãe?

─ Precisa, filho. Lembra do que a mamãe te explicou sobre Deus, e como Ele é importante nas nossas vidas? A igreja é a casa Dele, onde podemos encontrá-Lo, e nos casamos nela para ter a Sua benção. E temos que nos casar diante da lei dos homens também, porque é ela que cuida da "organização" do mundo.

─ Vocês são casados na igreja e nas leis? ─ a pergunta deixou os pais sem graça.

─ Eu e a mamãe não somos casados, Jack. ─ Jorge murmurou.

─ Mas então como vocês tem eu? A professora me disse que as pessoas só têm filhos depois que se casam.

─ Nem sempre, filho. Às vezes, os casais escolhem ser que nem eu e o seu pai, que apenas vivem juntos na mesma casa. Alguns são que nem os seus tios, que casam só pelas leis e depois resolvem casar na igreja, ou ficam só nas leis. Cada casal é de um jeito, e nenhum está errado se agir da forma que acha correta. ─ Margarida encerrou o assunto depressa, já que se aproximavam dos amigos.

─ Vocês sabiam de alguma coisa? ─ perguntou Maria Joaquina sem ao menos cumprimentá-los.

─ Não, nada. Por que, alguém aqui sabia?

─ Aparentemente só a Marce e o Mário. Eles pediram para nós virmos aqui hoje, eu achei que era o batizado da Olívia. Mas depois daquela foto do Paulo ontem, isso é um casamento. ─ contou Carmen, tentando segurar Leo quieto ─ Filho, foi difícil arranjar essa roupa para você de última hora, não vai encardir ela.

─ E a Alicia está mesmo grávida de novo? Gente, que fertilidade toda é essa? ─ comentou Bibi, chocada ─ Acho que se o Paulo espirrar perto dela, ela engravida.

─ Isso foi maldoso, ruiva, muito maldoso. ─ riu Kokimoto

─ Eu achei que tinha algo errado no sábado passado. ─ confessou Valéria ─ A Alicia nunca foi de explodir, nem depois que o Lucas nasceu. E aquele surto que ela deu na casa da Carmen, quando a Bibi brincou sobre eles fecharem a fábrica e evitar mais filhos foi muito estranho.

─ Será que ela já sabia? ─ perguntou Davi.

─ Acho mais fácil perguntarmos tudo para ela e o Paulo depois. Eles chegaram, aliás. ─ Daniel indicou o grupo que vinha se aproximando.

Marcelina e Mário vinham à frente com Olívia, ele de calça preta e com uma camisa social rosa clara, combinando com a cor dos vestidos das duas. Os pais de Paulo e Alicia vinham logo depois, e como sempre, os pais da mulher estavam resmungando sobre algo.

Por último, vinham os "noivos" com os filhos. Paulo e Lucas usavam calça e blazer pretos e camisa branca aberta nos primeiros botões. Isis usava um vestido branco de saia rodada e cheio de frufrus, uma escolha óbvia de Marcelina. Já a noiva, como da outra vez, se destacava pela simplicidade: um vestido perolado justo, que destacava a leve saliência que já despontava em sua barriga, e sapatos de salto na cor nude (novamente, uma escolha clara da cunhada).

─ Eu vou confessar que eu já me achava pelo fato de que, no nosso primeiro casamento, só ter faltado o Jorge e a Margarida. Agora, no segundo, conseguimos reunir todo mundo... É para inflar ainda mais o ego. ─ brincou Paulo, assim que alcançaram os amigos.

─ Vocês podem nos explicar o que raios está acontecendo? ─ pediu Jaime, confuso.

─ Simples, meu caro ex-gorducho: nós nos casamos no civil, como vocês bem se lembram, um tanto às pressas porque o Lucas ficava querendo nascer a cada vez que a Alicia saia do repouso. E com isso, faltou o casamento na igreja, com a benção de Deus e tudo o mais. E resolvemos fazer isso agora, antes que o nosso terceiro filho nasça, porque se não vai demorar bem mais.

20 Anos Depois - A salvação da Escola MundialOnde histórias criam vida. Descubra agora