Bônus 3 - Jorgerida

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─ Obrigado por ter aceitado dançar comigo hoje. ─ agradeceu Jorge, valsando com Margarida. A moça riu, se deixando rodopiar.

─ Não precisa me agradecer, Jorge. Eu também não tinha par, você também me poupou de dançar com o meu pai enquanto todo mundo dançava com os namorados. ─ eles observaram os apaixonados à sua volta ─ E eu que era desesperada para não entrar no 4º ano solteira, termino o Ensino Médio assim.

─ Mas você teve vários namoradinhos.

─ E você também não ficou solteiro, Jorge. Muitas garotas na sua cola, hã? ─ os dois riram, rodopiando novamente ─ E que tal nós aproveitarmos essa noite?

─ Eu vou para os Estados Unidos em uma semana, Marga.

─ Não estou te pedindo para namorar ou casar, Jorge. Só para nós aproveitarmos essa noite. ─ a morena sorriu, brincando com os cabelos da nuca dele ─ O que acha?

─ Eu gosto, muito. ─ ele sorriu, selando os seus lábios em um beijo que surpreendeu a todos na pista de dança.

~*~

─ Nova York, filha? É tão longe.

Margarida estava na cozinha do sítio de sua família. Após a morte do pai, a mãe havia voltado para o interior, tocar os negócios por lá, enquanto ela dividia um apartamento com outras quatro modelos em São Paulo.

─ Eu sei que é outro país, mãe, mas a proposta de emprego é muito boa. ─ explicou Margarida, bebendo o seu café ─ Eu tenho um contrato de cinco anos, com visto e tudo.

─ Marga, as coisas estão indo bem aqui no sítio, mas eu não vou poder te socorrer se tudo desandar. ─ explicou a mulher, sentando em frente à filha e segurando a sua mão.

─ Eu sei, mamãe, e você não vai precisar. Eu estou com um ótimo pressentimento em relação a isso. ─ a jovem sorriu para a mãe, confiante.

~*~

─ Quem diria, segundo da turma. ─ Alberto elogiou o filho, que sorria orgulhoso em sua beca ─ E na Columbia University.

─ Seria melhor se tivesse sido o primeiro. ─ resmungou Rosana, recebendo olhares feios do marido e do filho ─ Você vai voltar para casa, filho?

─ Claro que não, mãe. Tenho um emprego ótimo em Wall Street, com pessoas de alto nível, como eu. Para que eu voltaria ao Brasil? ─ o jovem loiro revirou os olhos.

─ Certeza que tem alguma namoradinha, não é? ─ riu Alberto, e o filho riu junto.

─ Acho que a última garota com quem fiquei foi a Margarida, na nossa formatura. Nenhuma dessas garotas me interessa. ─ o jovem Cavalieri observou as belas colegas de sala, suspirando ─ Convivi demais com vira-latas e desaprendi a apreciar as belas damas de raça.

─ Mas não aprendeu a ser mais humilde, meu filho. ─ Alberto apertou o seu ombro, dando um sorriso triste ─ Que tal irmos comer? Estou com fome.

~*~

─ Quando você vai, amiga? ─ perguntou Valéria, comendo suas batatas fritas.

─ Outubro. Eu vou logo depois de fazer 21, volto com 26. ─ contou Margarida, animada ─ Isso se voltar.

─ Hum, pretende ficar por lá, é? ─ perguntou Maria Joaquina.

─ Seria ótimo, sabem? Arranjar um namorado, casar, conseguir aquele Green Card. A vida em Nova York deve ser muito boa, né? ─ explicou a jovem modelo.

─ Trancou a faculdade e tudo? ─ perguntou Alicia.

─ Logo que recebi a proposta. Eu estava fazendo a faculdade de psicologia como um plano reserva, vocês sabem... Acho uma área interessante, mas muito pesada. Ser modelo é mais cheio de glamour. ─ sonhou Margarida, enquanto as amigas riam.

20 Anos Depois - A salvação da Escola MundialOnde histórias criam vida. Descubra agora