Capítulo 13

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No carro, Margarida não abriu a boca. Jorge manteve os olhos na direção da rua, mas ela sentia pequenos olhares furtivos vindos do canto do olho dele. Tinha medo de perguntar, por temer ainda mais a resposta.

Entraram na garagem subterrânea do prédio e pegaram o elevador. O prédio em que moravam era alto padrão, e o elevador dava no hall de entrada de cada apartamento. Ela preferia algo menor, mas Jorge insistiu que fosse assim.

A empregada abriu a porta assim que o elevador apitou no andar, o choque sendo visível em seus olhos.

─ Suas visitas o aguardam na sala, seu Jorge. ─ avisou ela, fechando a porta.

─ Obrigada, Gabriela. Pode esperar aqui um momento, logo uma delas irá se retirar. ─ pediu ele, recebendo um aceno afirmativo. O rapaz então se virou para a namorada, que estava aflita ─ Vamos? Tem uma pessoa te esperando.

Sentados no grande sofá de couro preto, uma mulher na faixa dos trinta e um menininho de pouco menos de quatro anos conversavam baixinho. O pequeno tinha cabelos pretos e bagunçados, além de brilhantes olhos azuis.

Ao ver Margarida, seu rostinho se iluminou em um sorriso.

─ Mamãe. ─ o pequeno saltou do sofá, correndo com passinhos rápidos até a modelo, que caiu de joelhos no chão e o acolheu em seus braços, os olhos enchendo de água ─ Senti saudade.

─ A mamãe também estava morrendo de saudade, bebê. ─ garantiu a morena, analisando o seu rostinho ─ Você cresceu bastante, hein?

─ Alguns centímetros desde a sua última visita. ─ contou a visitante no sofá, se levantando. Margarida levantou com o menino no colo e caminhou até ela. A mulher baixou a voz ─ Marga, o que está acontecendo?

─ Eu não sei, Diana, mas acho que eu vou descobrir em breve. ─ sussurrou a dona da casa, temerosa.

─ Um homem estava esperando nós dois no aeroporto e nos trouxe direto para cá. Disse que era a pedido do Jorge. Você não disse que ia contar para ele.

─ Eu não contei. ─ as duas suspiraram, Margarida com o filho enroscado em seu pescoço.

─ Diana, o meu motorista te espera lá embaixo. Ele vai te levar aonde você quiser ir. ─ Jorge se fez presente, a expressão séria.

─ Nós já vamos embora? ─ se chateou a criança.

─ Não, meu príncipe, só a tia Di que vai. Você vai ficar aqui com a mamãe. ─ explicou Margarida.

─ Tchau, meu amor. Logo a titia vem te ver. ─ Diana se despediu do pequeno, lhe dando um beijo na face ─ Tchau, amiga. Boa sorte.

─ Obrigada, Di. E obrigada por trazer ele para mim. ─ agradeceu a morena, ninando o filho enquanto a amiga partia.

Gabriela acompanhou a visita até a porta, esperando que ela entrasse no elevador. Assim que as portas se fecharam, ela fechou a porta principal e se virou para os patrões.

─ Precisam de mais alguma coisa?

─ Por favor, prepare um lanche para nós dois e o menino, Gabriela. Obrigado. ─ orientou o advogado, as mãos no bolso da calça. A mulher assentiu, sumindo pelo corredor até a cozinha. Jorge então se voltou para Margarida e a criança, um sorriso brincando no rosto ─ Olá, Jack. Como vai?

─ Oi. Você é amigo da mamãe? ─ para quase quatro anos, o garoto tinha uma pronuncia perfeita.

─ Sim, eu sou um grande amigo da sua mãe. ─ concordou o homem, se aproximando ─ Você está com fome?

20 Anos Depois - A salvação da Escola MundialOnde histórias criam vida. Descubra agora